A sífilis é uma infecção transmitida principalmente por relações sexuais desprotegidas, causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode colocar em risco não só a saúde de quem foi afetado, mas também a de uma criança em caso de gestação. Se não for tratada a tempo, a sífilis pode levar o paciente à morte. Diante do aumento de casos no Rio Grande do Sul, os órgãos de saúde ampliaram a atenção para esta situação. Entre janeiro de 2011 e junho de 2018 o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) registrou 53.726 casos de sífilis adquirida, sendo que a taxa em 2011 era de 8,2 casos a cada 100 mil habitantes e em 2017 foi de 113,8 casos. Neste mesmo período, foram registrados 15.927 casos de sífilis em gestantes e 10.003 de Sífilis Congênita (em menores de 1 ano de idade).

São Marcos registrou, de 2013 a 2019, 127 casos de sífilis adquirida por adolescentes, adultos e idosos. De 2010 a 2019 foram 25 casos de gestantes. E de 2015 a 2017, 4 casos de crianças expostas à doença durante a gestação. Os casos de sífilis são de notificação obrigatória em todas as unidades de saúde. A faixa etária com maior percentual de contágio é de 20 a 29 anos, sendo que dos 13 aos 19 também foi registrada tendência de crescimento dos casos no Estado. Buscando reduzir esses índices, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul aumentou o monitoramento de indicadores e busca a capacitação de 100% dos municípios para a testagem rápida de sífilis. Em 491 municípios (98,7%) já foram implantadas as testagens nas unidades de saúde.

Tratamento disponível de forma gratuita

Em São Marcos, todos os postos de saúde disponibilizam de forma rápida, segura e sigilosa os testes para detecção precoce. Dessa forma, em casos positivos é possível iniciar o tratamento o mais rápido possível. “O tratamento é disponível para a população de forma gratuita mediante prescrição médica e é muito simples, a doença pode ser curada. No entanto, para isso ocorrer, depende de o paciente se testar e, em casos positivos para a doença, realizar o tratamento prescrito”, explica a coordenadora da Vigilância em Saúde de São Marcos, Bruna Gonçalves. Em casos de gestação, a gestante e o parceiro devem realizar o pré-natal e testes rápidos para que a criança fique protegida da doença. A Secretaria de Saúde disponibiliza consultas de pré-natal com enfermeiros, médicos clínicos gerais e obstetras.

Secretaria da Saúde de São Marcos realiza palestras e campanhas

Além dos testes e tratamentos disponibilizados gratuitamente pela Secretaria de Saúde de São Marcos, também acontecem as ações de prevenção. A Vigilância em Saúde e Atenção Básica realizam palestras em escolas e empresas e participam de eventos sociais, distribuindo informativos e preservativos, já que as relações sexuais desprotegidas são um agravante do aumento de casos de sífilis. Os testes rápidos são realizados também em campanhas externas, a fim de orientar a população sobre essa e outras doenças sexualmente transmissíveis.

A única forma de prevenção é o uso de preservativos masculinos e femininos, que são distribuídos gratuitamente para a população. “Lembramos que não há vacina para  a prevenção de sífilis, a forma mais segura de prevenção é o uso de preservativos. Em caso de gestante com sífilis, o tratamento deverá ser feito por ela  e também pelo parceiro a fim de evitar que o bebê se contamine durante a gestação”, alerta Bruna Gonçalves.