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    Pacientes recuperados de covid-19 em São Marcos podem colaborar com tratamento de casos ativos

    Testou positivo para covid-19 e já está curado? O COE de São Marcos convida pessoas já recuperadas para colaborarem com tratamento de pacientes ativos através da doação de plasma sanguíneo. O procedimento de doação e transfusão é realizado em Caxias do Sul

    4 anos atrás

    21 procedimento já foram realizados no Hemocs e Hospital Virvi Ramos (foto: divulgação)

Pacientes positivados para o coronavírus e que já passaram pelo período de tratamento, agora podem auxiliar no tratamento de outras pessoas. O Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs), referência para os doadores de sangue de São Marcos, está recebendo doação de plasma desde o mês de maio com este objetivo. O plasma convalescente doado é utilizado no tratamento de pacientes que estão com covid-19 e apresentam quadro mais grave, com necessidade de internação hospitalar. Este tipo de tratamento para a doença ainda está em fase experimental.

O chamado “plasma convalescente” é onde estão os anticorpos de combate à infecção gerados pelo sistema imunológico daqueles que já tiveram a covid-19 e estão recuperados. Através da doação de sangue, esse plasma pode ser coletado e transfundido para um paciente doente que ainda luta contra o vírus. A expectativa é que isso forneça um impulso ao sistema imunológico do paciente doente e ajude a acelerar o processo de recuperação. Até o momento, foram realizadas 21 transfusões em Caxias do Sul. Desses pacientes que receberam o tratamento com o plasma, sete já receberam alta, sete seguem em recuperação e sete pacientes vieram a óbito, esses, de acordo com os profissionais do Hospital Virvi Ramos, chegaram ao hospital em estado crítico.

São Marcos tem pacientes que se enquadram no perfil necessário

Para ser um doador de plasma é necessário ter de 18 a 60 anos (as mulheres não podem ter passado por nenhuma gestação); ter sido um caso de covid-19 confirmado, preferencialmente, por meio de teste PCR; não apresentar outras doenças infecciosas (Hepatites B ou C, HIV, Sífilis e doença de chaga); e estar recuperado do coronavírus há mais de 28 dias, sem ter apresentado sintomas da doença nesse período. Até este dia 5 de agosto São Marcos contava com 113 pacientes recuperados. De acordo com a técnica em enfermagem que integra o COE de São Marcos, Maristela Lunedo, entre estes já existem pacientes que se enquadram no perfil de doadores de plasma.

O COE entrou com contato com pacientes aptos para informar sobre a possibilidade desta doação. Cabe aos interessados entrar em contato diretamente com o Hemocentro. Aqueles que preenchem os requisitos e desejam colaborar devem agendar uma avaliação pelo número (54) 9 99297491. O caso de cada voluntário é analisado pelo Hemocs a partir do primeiro contato informando interesse para doação.

Procedimentos são realizados em Caxias do Sul

O Hospital Virvi Ramos é o parceiro do Hemocs nesse projeto. O Hemocentro é responsável pela captação de doadores e aférese (transfusão) e o hospital realiza o tratamento com o plasma doado nos pacientes internados em terapia intensiva. Mesmo que em fase experimental, a médica intensivista responsável pela pesquisa de plasma no Virvi Ramos, Dra. Eveline Gremelmaier, avalia como positivas as expectativas quanto ao tratamento. “As perspectivas são boas, a impressão que nós temos é que, após a transfusão do plasma convalescente, existe um bloqueio da cadeia de evolução da doença, e com isso começa o processo de recuperação”, relata. Ela acrescenta que este procedimento já foi utilizado em outras epidemias, como ebola e H1N1, e apresentou bons resultados e poucos riscos para o paciente que recebe.

O procedimento de doação e transfusão acontece da seguinte forma: após ser retirado de umas das veias do doador, o sangue passa por um equipamento que separa plasma, plaquetas, glóbulos brancos e vermelhos. O plasma é acondicionado em uma bolsa plástica e pode ser congelado e armazenado até durante um ano.