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    Na luta contra o vírus: UCS forma mais um médico são-marquense

    São-marquense Augusto Catafesta é um dos formandos da turma de Medicina da UCS, que colou grau na última sexta-feira (24). Ele conta ao L’Attualità sua visão sobre a pandemia do Covid-19 e revela: ‘pretendo começar trabalhar o quanto antes’

    4 anos atrás

    Augusto Catafesta é o novo médico são-marquense formado pela UCS (foto: arquivo pessoal)

A Universidade de Caxias do Sul (UCS) antecipou a formatura de 45 alunos do curso de Medicina. A colação de grau aconteceu na última sexta-feira, dia 24 de abril, em cerimônia no formato gabinete, sem presença de familiares e respeitando o distanciamento social. No meio desta turma está o são-marquense Augusto Catafesta, de 23 anos. Filho de Sandro Catafesta e Jocelei Brochetto Catafesta, ele ingressou no curso em 2014 e concluiu, em dezembro de 2019, uma longa caminhada para a realização do sonho. A colação de grau, antecipada para que os egressos pudessem iniciar sua atuação na linha de frente de combate à pandemia do Covid-19, não aconteceu conforme o planejado desde o início do curso, mas foi aceita de prontidão pela turma. “Já sabíamos que a formatura ia ser antecipada, e uma semana antes nos passaram que seria no dia 24. Foi bem em cima da hora, mas todo mundo concordou, ficou muito feliz, porque era o desejo de todo mundo se formar logo”, conta o formando.

Colação de grau antecipada aconteceu respeitando distanciamento social (foto: divulgação Foto Itália)
Colação de grau antecipada aconteceu respeitando distanciamento social (foto: divulgação Foto Itália)

Augusto relata, em relação ao coronavírus, que a situação pegou todos os formandos de surpresa, mas que houve tempo para que a turma se preparasse para iniciar sua atuação profissional em meio a uma pandemia. “Tivemos um treinamento para a nossa turma, no início de abril, quando surgiram os primeiros casos em Caxias. Prepararam uma aula para nós sobre a doença, para nos preparar quando começássemos a trabalhar, falando sobre os cuidados, distanciamento, o que indicar para as pessoas”, explica Augusto. Ele relata que as últimas aulas práticas do curso aconteceram em dezembro de 2019 e de janeiro a agosto de 2020 aconteceria o período de internato, com trabalho prático na especialidade escolhida pelo aluno. Este período é exigido apenas pela UCS, por isso, o Ministério da Educação considerou a carga horária completa para a turma. “Só deu pra fazer uma parte do internato, porque o resto foi suspenso. Pela carga horária, a gente teria todas as horas completas para se formar”, detalha o novo médico são-marquense Augusto Catafesta.

Augusto já pode atuar na Medicina

Agora, com o diploma de medicina em mãos,  Augusto informa que deseja iniciar em breve sua atuação profissional. Com a necessidade de mais médicos para enfrentar a pandemia do Covid-19, Augusto pode se candidatar a novas vagas. “Agora, temos que procurar individualmente, começar atender em unidades básicas de saúde, nos municípios que têm locais destinados para o coronavírus, isso podemos fazer”, relata, destacando que ainda não é possível que os recém formados se inscrevam em programas do governo. “Pretendo começar trabalhar o quanto antes, sabemos que a qualquer hora pode piorar a doença na região, temos que estar preparados. Tem que ter profissionais disponíveis. Então minha vontade é já começar a trabalhar”, ressalta.

Ele observa que a decisão de ser médico foi tomada no Ensino Médio e que a intenção não seria atuar na linha de frente de emergências, por exemplo. No entanto, mesmo sem definir onde e em qual especialidade deseja atuar, Augusto se mostra pronto para a nova missão do momento. “Decidi que queria fazer medicina no Ensino Médio, foi uma decisão de coração. Sempre me interessei pela medicina, mas nunca tive muito contato, na minha família não tem nenhum médico, então partiu de mim mesmo. Pensei em trabalhar na área química, ou de imagens, mas não relacionado à emergência. Agora, como tivemos o treinamento, conhecemos bem essa parte do manejo, me sinto seguro”, declara.

O são-marquense conta, ainda, que a estrutura oferecida pela Universidade surpreendeu positivamente e colaborou para uma maior preparação ao final do curso. “Os professores são super qualificados, reconhecidos aqui e no Brasil inteiro; a estrutura do curso, do Hospital Geral, se tratando de SUS, é surpreendente; o Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia) é super completo; temos contato com várias especialidades da medicina, durante todos os semestres”, cita Augusto, destacando a possibilidade de estar inserido no ambiente hospitalar desde o início do curso. “O diferencial são as horas práticas, são muitas. No segundo ano da faculdade já fazemos atendimentos, isso tem um diferencial enorme para nos sentirmos confiantes com os pacientes”, destaca.

Coronavírus em São Marcos: ‘todo cuidado está sendo feito para que não tenha casos’

Durante a graduação, os estudantes de Medicina conhecem as diferentes especialidades da profissão, incluindo estudos aprofundados sobre pandemias, síndromes gripais, viroses e outras doenças. Augusto Catafesta, recém formado, cita os estudos sobre vírus Influenza, mais comum entre a população, e o relaciona com o vírus corona. “É uma doença completamente nova, com características que fogem do que a gente considera uma síndrome gripal, causada pelo Influenza, esses vírus respiratórios. Tem características bem peculiares, que nos preocupam, é uma doença mais agressiva”, comenta o novo médico.

Ciente da importância dos cuidados para combater o vírus, Augusto reforça que as medidas de proteção são fundamentais. “Como é uma doença nova, muitas pessoas acabam não tendo noção do que vemos dentro dos hospitais, a questão do distanciamento é muito importante. É importante que as pessoas procurem adotar esses cuidados, é um pedido para sair de casa somente quando necessário e continuar se cuidando para a gente conseguir sair dessa situação o quanto antes”, reforça Augusto Catafesta.

Mesmo que São Marcos não tenha casos confirmados da doença, ele justifica a importância das medidas de proteção. “Todo cuidado está sendo feito para que não tenha casos, então é fundamental que as pessoas saiam de casa somente quando necessário, que tenham esses cuidados”, assinala.

A economia durante a pandemia do Covid-19: ‘temos que olhar para os dois lados’

Ao ser questionado sobre as medidas de prevenção ao Covid-19, como fechamento do comércio e a flexibilização dos decretos, Augusto Catafesta se mostra preocupado também com a situação econômica do país. “Na situação em que estamos é difícil olhar só para a questão da saúde, e não da economia. Temos que olhar para os dois lados. Muitas pessoas dependem da economia girar, então tem que achar um meio termo. É difícil fechar tudo de uma vez e só pensar na saúde”, declara.

Como solução para o momento, Augusto destaca que o isolamento é fundamental, principalmente para integrantes dos grupos de risco, medida esta que é defendida fortemente pelos profissionais da saúde. “Por isso que entra o isolamento social, para as pessoas saírem só quando necessário, tomarem os cuidados no comércio, nas empresas. O distanciamento social, o uso de máscaras, a proteção com idosos, com isso todos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, estão de acordo”, pontua o médico são-marquense.