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COLUNISTAS
Crisiane Venson - fonocrisvensonbacha@gmail.com
Você já ouviu falar sobre disfagia?
Leia artigo da fonoaudióloga Crisiane Venson
3 anos atrás
O nome pode ser estranho, mas o problema é mais comum do que você imagina.
A disfagia caracteriza-se, basicamente, pela dificuldade de engolir alimentos (uma alteração ou deficiência na deglutição ou no transporte faríngeo dos alimentos).
Isso é algo que pode afetar significativamente a saúde e a qualidade de vida do paciente, que muitas vezes nem desconfia que sofre do problema, podendo contribuir, por exemplo, para quadros de desnutrição, desidratação ou infecções respiratórias (pneumonias de repetição).
Em grande parte das vezes, o paciente e seus familiares não estão atentos ao conjunto sintomático, ou nem mesmo têm noção de que isso requer acompanhamento profissional.
É importante esclarecer quais são os sintomas: falta de ar durante ou após a alimentação; perda de peso; pneumonias de repetição; dificuldade para mastigar, preparar e manter o alimento na boca; tempo prolongado para engolir; sensação de alimento parado na garganta; dor ao engolir; restos de comida dentro da boca após engolir; escape de alimento pelo nariz; mudança na voz após engolir; tosse ou pigarro constante durante a alimentação; engasgos frequentes durante as refeições ou ao deglutir saliva; falta de interesse em se alimentar; e mudança na cor da pele durante ou após a alimentação; são alguns exemplos de sinais que, aparecendo juntos ou isolados, podem apontar para a disfagia.
A disfagia pode surgir devido a diversas razões. Entre as principais estão as alterações neuromusculares (originadas de doenças neurodegenerativas, tais como Parkinson e Alzheimer; e de quadros como AVC ou paralisia cerebral, por exemplo) e as alterações obstrutivas, que levam à chamada Disfagia Mecânica, como traumas ou tumores na região da cabeça e do pescoço.
A condução do alimento da boca até o estômago é um processo que obedece diversas fases inter-relacionadas, que são comandadas por um complexo sistema neuromotor. Diversos são os quadros que podem surgir e afetar o funcionamento desse sistema, principalmente com o avanço da idade.
A reabilitação fonoaudiológica costuma ser parte crucial no tratamento da disfagia. O fonoaudiólogo pode, por exemplo, detectar a necessidade de alteração da consistência dos alimentos ingeridos (a fim, principalmente, de evitar o risco de aspiração do conteúdo para o pulmão).
Estar atento e buscar a investigação diagnóstica é o primeiro passo para evitar as complicações advindas da disfagia. Inúmeras vezes, somente o acompanhamento fonoaudiológico, com a realização de exercícios e uma dieta adequada às necessidades do paciente, são suficientes para contornar o problema, resultando em ganhos importantíssimos para a saúde e a qualidade de vida.