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    Febre amarela: ‘morte de bugio em São Marcos é sinal de alerta’

    Material de bugio encontrado morto em São Roque passará por análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Macacos não são transmissores da febre amarela, mas servem como indicador da presença do vírus em determinada região

    4 anos atrás

Durante o feriado de Sexta-Feira Santa, no último dia 2 de abril, moradores da comunidade de São Roque, em São Marcos, reportaram à Secretaria do Meio Ambiente terem encontrado um bugio morto nas proximidades do salão da comunidade. A equipe da Secretaria notificou a Vigilância Ambiental em Saúde que, ainda na sexta-feira (2), esteve no local para investigar o caso e coletar material do animal – considerado sinalizador da febre amarela – que foi enviado nesta segunda-feira (5), para o Laboratório Lacen, em Porto Alegre, responsável por encaminhar o material para análise à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A coleta é realizada de diferentes partes das vísceras, coração, rim, fígado, baço e pulmão do bugio e o resultado deve sair em cerca de 30 dias.

A febre amarela é transmitida através da picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Já a transmissão urbana da doença tem como principal vetor o mosquito Aedes aegypti. Por isso, a suspeita de febre amarela em São Marcos é preocupante, devido ao município ser considerado infestado pelo Aedes desde fevereiro de 2019. Ao final daquele ano, São Marcos contava com 38 focos positivos do mosquito transmissor, em 2020 foram descobertos 26 novos focos e, em 2021, já são 43 novos focos, o que representa um aumento de mais de 345% dos focos de Aedes Aegypti em comparação ao mesmo período no ano passado.

Serra gaúcha registra 29 amostras positivas de bugios que morreram em decorrência da febre amarela

Conforme dados da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, no último mês de março foram registradas 29 amostras positivas de bugios que morreram em decorrência da febre amarela na região. Os registros foram em Antônio Prado (1), Campestre da Serra (1), Esmeralda (4), Ipê (1), Monte Alegre dos Campos (3), Muitos Capões (1), Pinhal da Serra (11) e Vacaria (7).

‘Morte de bugio não é algo corriqueiro e isso é um sinal de alerta’

Conforme explica a enfermeira-coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Bruna Gonçalves, os macacos não são transmissores da febre amarela, contudo, servem como indicador da presença do vírus em determinada região. “Os bugios são extremamente sensíveis à febre amarela, por isso que chamamos eles de sinalizadores da doença. Como tem vários municípios ao nosso redor apresentando casos positivos de bugios, eles acabam sendo um termômetro de como está a circulação da febre amarela. Por isso, toda pessoa que encontrar bugio morto deve imediatamente comunicar a autoridade sanitária, para que seja coletado material e enviado para investigação. Morte de bugio não é algo corriqueiro e isso é um sinal de alerta”, assinala Bruna.

Contudo, conforme detalha, todas as vezes em que foram encontrados bugios mortos em São Marcos, os resultados das análises foram negativos. “A morte de bugios pode ter outras causas. Alguns são atropelados, outros podem ser mordidos por animais peçonhentos. Então tem sempre que ser visto o que está causando essa morte”, ressalta Bruna Gonçalves.

Vacina contra a febre amarela em São Marcos está disponível em todos os postos de saúde

A equipe da Vigilância Epidemiológica de São Marcos reforça a necessidade da vacinação contra a febre amarela. A vacina é indicada para todas as pessoas de 9 meses a 59 anos, 11 meses e 29 dias. Dentre as contraindicações estão as pessoas alérgicas a ovo; mulheres em qualquer fase da gestação ou que estejam amamentando bebês com idade abaixo de 9 meses; pacientes em tratamento com radioterapia/quimioterapia ou ainda portadores de doenças autoimunes, hepáticas, renais, hematológicas, neoplásicas.

Embora a vacina esteja disponível em todos os postos e também, em 2019, tenha sido realizado um censo de vacinação no interior, ainda há pessoas que não estão imunizadas contra a febre amarela. No censo da febre amarela no interior, realizado em 2019, 800 pessoas participaram, dessas, 19% não estavam vacinadas, sendo assim, 63 foram vacinadas e 92 não receberam a vacina por recusa, contraindicações e entre outras motivações.

Para verificar se a pessoa está ou não vacinada contra a febre amarela é necessário consultar o cartão vacinal e, se mesmo assim surgirem dúvidas, recomenda-se que envie uma foto do cartão para o e-mail vigilancia.saomarcos@yahoo.com.br. A equipe entrará em contato caso a pessoa precise realizar a vacina.

Todas as unidades aplicam a vacina gratuitamente e em dias específicos:

Terças-feiras – ESF São José – 8h às 11h; 13h30 às 19h

Quartas-feiras – ESF Eneo Doncatto – 7h30 às 11h; 13h30 às 15:30h; 17h30 às 19h

Quintas-feiras – Centro Municipal de Saúde Nossa Senhora de Lourdes – 8h às 11h; 13h30 às 19h.

Unidade de Saúde Pedras Brancas – 7h45 às 11h30; 12h45 às 16h20.

ESF Nicoletti – 8h às 11h; 14h às 15h30; 17h30 às 19h