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    Sopran disponibiliza castração gratuita para animais de famílias de baixa renda de São Marcos

    Através de convênio com prefeitura, Condema e programa da Nota Fiscal Gaúcha, Sopran realiza castração e chipagem em animais que foram adotados por famílias de baixa renda

    6 anos atrás

    Chip permite identificar donos de cachorras que foram abandonadas e aplicar multa (Foto: Angelita Madalozzo)

Abrigando cerca de 60 cães e gatos abandonados ou resgatados de situações de maus tratos, a Sociedade Protetora dos Animais (Sopran) atua em São Marcos desde 2006. Além de ações de acolhimento, que incluem gastos com ração, medicação e outros tratamentos, a entidade realiza castrações gratuitas para animais de famílias de baixa renda, com o objetivo de reduzir a problemática dos casos recorrentes de abandono. De acordo com a vice-presidente da Sopran, Roberta Simioni, a seleção das famílias que realmente necessitam do serviço é feito com apoio das agentes comunitárias do município. “As castrações gratuitas são para os animais de pessoas que não têm condições financeiras. Nós fazemos a triagem com o auxílio das agentes comunitárias, que passam nos bairros e, quem tem interesse, preenche uma ficha, que é entregue para nós depois”, explica.

Roberta revela que recentemente circularam boatos de que as castrações da Sopran não aconteceriam da forma correta, porém ela esclarece que todas as cirurgias e pós-operatórios são acompanhados por veterinários nos pet shops Grife dos Bichos e KL e Agroveterinária Ouro Verde. As castrações voltadas às famílias de baixa renda são custeadas com recursos da Nota Fiscal Gaúcha, possibilitando o pagamento da cirurgia e também de toda a medicação. Já o valor destinado pela prefeitura cobre apenas o procedimento operatório, por isso com este convênio são castrados também animais de raça e a medicação deve ser paga pelo dono do animal. “A castração gratuita (através da NFG) não é para animais de raça. Geralmente, se a família tem um animal de raça é porque tem condições. Mas, se às vezes é adotado, a castração é feita pelo convênio com a prefeitura, mas o dono precisa pagar a medicação”, detalha Roberta Simioni. Desde 2018, com o cadastramento da NFG foi possível castrar 107 cadelas e 97 gatas no município. Já com o convênio com a prefeitura e Condema, foram castradas 208 cadelas e 185 gatas.

A presidente da Sopran de São Marcos, Carla Scopel, explica que a verba da prefeitura não é suficiente para pagar medicação para todos os animais castrados através deste convênio. “A verba que a prefeitura nos dá paga somente a parte cirúrgica, então a parte da medicação que o animal toma durante a cirurgia, ou que teria que tomar a mais dependendo do caso, seria por conta do dono”, ressalta Carla, esclarecendo os boatos de que a Sopran não daria a medicação para os animais. “Esse tipo de boato está atingindo até o profissional que trabalhou conosco, isso não é justo. Quando fazíamos apenas dessa forma, as pessoas reclamavam porque tinha que pagar medicação. E agora que nos cadastramos na Nota Fiscal Gaúcha conseguimos comprar a medicação para alguns animais também, mas mesmo assim somos criticados e caluniados”, lamenta a presidente. O convênio com a prefeitura e Condema totaliza R$ 5.400 por mês, já o programa da NFG tem repasses trimestrais. De acordo com a vice-presidente Roberta, o valor do último trimestre ainda não foi informado, mas a Sopran recebeu R$ 25 mil em três trimestres de 2018.

Sopran tem 60 animais, entre cães e gatos, para doação
Sopran tem 60 animais, entre cães e gatos, para doação

Castração da Sopran inclui chipagem em cadelas

Além da castração gratuita, desde 2018 a Sopran faz a chipagem de todas as cadelas castradas, através de convênio com o Condema (Conselho Municipal de Meio Ambiente). Esse procedimento possibilita o registro das cachorras em um sistema, que, em caso de abandono, indica quem era o dono e responsável pelo abandono. “Só colocamos os chips em cadelas, em gatas não. É como um grão de arroz e se os animais se perderem ou forem abandonados, tem o leitor e dá para ver quem é o dono. Assim, comunicamos a Polícia Civil e é aplicada a multa por maus tratos”, ressalta Roberta Simioni, vice-presidente da Sopran, destacando que, em caso de dúvidas sobre as ações e trabalho de rotina dos voluntários, a comunidade pode entrar em contato. “Se as pessoas tiverem algum problema para nos relatar ou alguma dúvida sobre as nossas atividades, podem falar conosco. Qualquer um da nossa equipe está sempre aberto para fazer qualquer esclarecimento”, pontua.

Eventos e campanhas auxiliam com gastos da Sopran

Atualmente a Sopran abriga cerca de 60 animais, entre cães e gatos, em apenas seis casas de passagem. Roberta informa que a entidade ainda não retomou as atividades de recolhimento de animais nas ruas, pois não há mais espaço nas casas, nem voluntários dispostos a cederem um espaço em suas casas. “Não recolhemos mais, porque as casas de passagem estão todas lotadas. E não estão acontecendo muitas adoções. Eu tenho duas cachorras na minha casa há dois anos e não consigo doar”, conta a voluntária.

Para manter tantos animais e arcar com custos de cirurgias de urgência, além do programa da Nota Fiscal Gaúcha e convênios com prefeitura e Condema, a Sopran realiza campanhas e promove e participa de eventos na cidade. Já está prevista para esse ano a realização do Brechó da Sopran, em março, no Centro Recreativo e Cultural Alexandre Zaniol, mas ainda não há data definida. A Sopran também deve participar novamente do Encontro de Carros Antigos, em abril, com a venda de camisetas e outros artigos da entidade.

Outra atividade que tem trazido resultados positivos para a Sopran é a campanha de recolhimento de materiais recicláveis. Foi possível arrecadar R$ 4.789,90 com a venda de 280 kg de latinhas e 5.112 kg de plásticos (tampinhas e recipientes plásticos). A comunidade pode arrecadar os materiais e entregar em qualquer um dos pontos de arrecadação (Ouro Verde, Amigo Bicho, Grife dos Bichos, AMSM, Cooperativa, Super Marco, Dia, Facsm, UCS São Marcos, Mutirão, Estofados Fantin e NovaTec). “A única coisa que pedimos para as pessoas é separar os plásticos e latas, senão temos que separar tudo e é muita coisa”, ressalta Roberta.