Nesta segunda-feira, 1º de julho, a Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária (CIC) de São Marcos realizou reunião-jantar para associados na Associação dos Motoristas São-Marquenses (AMSM). A grande atração do evento foi a presença do senador Luiz Carlos Heinze (PP), que palestrou sobre suas principais frentes de atuação no Senado e comentou sobre o cenário político do Brasil para público de 180 empresários locais presentes. Antes da reunião, ele conversou com cerca de 50 lideranças do ramo empresarial e político de São Marcos, com participação de autoridades locais, como ex-prefeitos, vereadores e o atual prefeito Evandro Kuwer. Na oportunidade, o parlamentar esclareceu diversas questões sobre o tema e respondeu a questionamentos e pedidos dos são-marquenses. Luiz Carlos Heinze, que conquistou 191 mil votos na Serra gaúcha, é filho de empreendedores e natural do município gaúcho de Candelária. Por isso, durante seu pronunciamento, ressaltou a importância do incentivo à iniciativa privada, estimulando o surgimento de novas empresas e, consequentemente, a geração de empregos.

Entre suas principais abordagens, o senador falou sobre a ampliação e modernização do setor de transportes e comércio no Rio Grande do Sul, com possibilidade de investimento em rodovias, aeroportos, portos e ferrovias. “A região da Serra gaúcha não tem estrada duplicada que chega em Caxias do Sul, não tem ferrovia, não tem hidrovia, aeroporto é complicado também, porto é só de Rio Grande”, comentou, destacando que existem projeções para novos investimentos em infraestrutura na região da Serra. “Comecei  a trabalhar algumas coisas que dizem respeito ao Rio Grande do Sul, sobre um porto em Torres e essa ideia está crescendo. Então a Serra vai ter chance de ter um porto mais perto. E também existia a demanda de Gramado, Canela e Caxias, para fazer um aeroporto. Então reuni lideranças e conversamos. Estamos trabalhando essa questão para beneficiar a região de vocês”, comentou durante a conversa com os empresários são-marquenses.

Na ocasião, os participantes também puderam fazer seus questionamentos ao senador. O prefeito Evandro Kuwer manifestou sua opinião e solicitou apoio do parlamentar em relação à destinação de recurso e investimentos para os municípios. “Muitos recursos federais para obras acabam sendo liberados só 20% e o resto não se sabe quando vem. Gostaria que você nos ajudasse para que esse recurso fosse liberado de um jeito diferente. Que tenha garantia que esse dinheiro não vai acabar, que ele vai chegar”, destacou Kuwer, acrescentando também pedido em relação à destinação de recursos. “Em toda obra pública, 10% do valor fica com a Caixa só para administrar o recurso, onde poderia ser passado fundo via fundo. Daí todo ele seria administrado pelo município, não precisa alguém administrar no meio do caminho e ficar com 10%”, pontuou o prefeito, ressaltando a preocupação diante dos recursos para obras em São Marcos.

Empresários puderam apresentar reivindicações e observações sobre o governo Bolsonaro

Um dos ex-prefeitos de São Marcos presentes do evento da CIC, Adair Casarotto, também deixou sua contribuição para o debate com o senador Luiz Carlos Heinze. Ele fez uma crítica à comunicação entre o poder Legislativo e a comunidade. “O Legislativo nacional não consegue se comunicar com o povo, o Bolsonaro consegue falar a língua do povo, é mais fácil entender ele. Vamos precisar que o Legislativo se entenda na questão de se relacionar com o povo”, comentou. No entanto, ele destacou, principalmente, a questão de importações de vinho no Estado. “Em relação à uva e ao vinho, em São Marcos e demais cidades da Serra. A cada 10 litros de vinhos finos, 9 são importados. A nossa agricultura é baseada nisso e vai melhorar se investirmos mais”, comentou Casarotto.

O são-marquense, Paulo Zaniol, proprietário da empresa Água Mineral Serra Maior, critica também a alta taxa tributária sobre a água. “Nosso governo do Estado botou mais 6% de imposto sobre a água mineral a partir do dia 1º de julho. Agora vamos a 49% de carga tributária em cima dessa garrafinha. Não tem capital de giro que aguente, ficamos com uma margem muito estreita. Inclusive tem empresas que não recolhem os impostos, e são grandes e antigas. E os empresários que querem fazer a coisa certa acabam arcando com tudo isso”, reforçou ao pedir apoio do senador para o setor.

Reformas previdenciária e tributária: ‘são reformas importantes’

Durante o bate-papo e palestra na reunião jantar, o senador Luiz Carlos Heinze destacou algumas reformas que considera importantes. Diante das colocações das lideranças locais, ele comenta que a reforma tributária já está em tratativas no governo. “Nossa carga tributária é muito elevada. Uma preocupação agora é o acordo com Mercosul e União Europeia, porque se abrem as porteiras. Então tem que ter um estudo em cima dessa questão. Tem que estudar para que não arrebente aqui”, comentou Heinze. De acordo com o senador, caso a reforma aconteça, a longo prazo as mudanças poderão gerar mais economias para o país. Assim como a reforma da previdência. “A questão previdenciária é fundamental. Nenhum governo aguenta com a folha que tem hoje, a reforma é fundamental para equilibrar as finanças e para o Brasil ser diferente. Ela deve passar pela Câmara ainda esse semestre. E a questão tributária já estamos trabalhando, já tem projetos andando, e tem projetos com o governo, sendo apresentados para o Senado”, revela Heinze.

Em relação a outras tratativas que estão em andamento no governo, o senador comenta sobre a negociação para a dívida do Estado com a União, o que deverá colaborar com as dificuldades financeiras enfrentadas no Rio Grande do Sul. “Temos o problema da dívida do Estado, estamos tentando negociar. A minha ideia é juntar os outros estados, como São Paulo, que deve quatro vezes o que nós devemos, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Santa Catarina, para fazer uma negociação em conjunto. Estou ajudando senadores de vários Estados para fazermos uma pressão, resolvendo a questão da dívida, o que ajuda a questão financeira do Estado”, pontua Luiz Carlos Heinze.

‘Você não conserta um país em 6 meses’

Ao ser questionado pela reportagem sobre suas expectativas em relação ao governo e ao futuro da economia do país, o senador se mostra esperançoso. “A XP Investimentos fez uma avaliação extremamente positiva para a economia. Então eu estou otimista, claro”, afirma, ressaltando, ainda, que outro aspecto importante para o avanço é o combate à corrupção. “A previdência e tributária são duas reformas importantes. E seguir esses pacotes de combate à corrupção dá um ânimo para o povo. Dá uma esperança que isso está acabando”, observa. O senador ressalta que são boas as expectativas depositadas no governo de Jair Bolsonaro, principalmente em relação ao combate de críticas em grandes veículos de comunicação. “Nós assumimos um país com mais de 4 trilhões de dividas e 13 milhões de desempregados. Você não conserta um país em seis meses. Ele está encontrando essa dificuldade com a grande mídia brasileira, porque outros presidentes se dobraram à mídia, e hoje o Bolsonaro está enfrentando as críticas ao governo”, observa, destacando também as futuras melhorias em relação ao contato com o poder Legislativo nacional. “O presidente está acertando essa parte, as trocas que ele está fazendo vão facilitar o relacionamento com a Câmara. Houve uma troca muito grande, mais de 90% é renovação”, comentou Heinze em São Marcos.

O presidente da CIC, Dorival Perozzo, em seu pronunciamento durante a reunião jantar, agradeceu a presença do senador. “A sua visita

estava sendo aguardada com muita expectativa pela sociedade são-marquense, independentemente de sigla partidária ou algo do gênero. Mas sim por todos os cidadãos empreendedores, pessoas que além de agentes do desenvolvimento, geradores de produtos, serviços e riquezas, são pessoas que se preocupam com a sociedade que vivem, com a região e com a sua pátria”, destacou, ressaltando a atuação da entidade diante da política nacional. “A sociedade organizada tem o direito e a obrigação de ajudar nos esclarecimentos e divulgação dos trabalhos realizados pelos nossos representantes. Precisamos nos envolver sempre, contribuindo e defendendo os interesses da sociedade”, pontuou Dorival.