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    São Marcos perde duas médicas cubanas

    Gisela Correa Lara e Milaine Telles Marte deixaram município nesta segunda-feira (19). Na terça-feira (20) Ministério da Saúde abriu novo edital para o Mais Médicos e já há profissionais interessados em atuar em São Marcos

    6 anos atrás

    Médica Milainis, ao centro, realizou último atendimento no bairro Francisco Doncatto nesta segunda-feira (19) (Foto: arquivo pessoal)

No último dia 14 de novembro, o Ministério da Saúde de Cuba anunciou que o país deixaria o programa Mais Médicos, do governo brasileiro. A justificativa para o encerramento do contrato foi a declaração do presidente eleito Jair Bolsonaro, afirmando que iria impor novas exigências aos profissionais cubanos. O governo de Cuba teria sido contrário à nova decisão e deixou o programa, que estava em vigor desde 2013. O anúncio afetou também São Marcos, que contava com os profissionais de Cuba há pelo menos três anos. Atualmente estavam atuando no município as médicas Gisela Correa Lara, na ESF São José, e Milainis Telles Marte, que estava na ESF Francisco Doncatto. Elas realizaram atendimento somente até esta segunda-feira (19), encerrando os trabalhos no município. “A Gisela tinha ficado três anos, foi embora e depois retornou. Ela estava já na segunda etapa do programa”, explica a secretária municipal de Saúde de São Marcos, Maristela Lunedo.

Além destas duas profissionais, São Marcos aguardava a vinda de mais um médico cubano para fazer substituição no bairro Industrial. “Tinha uma médica lá na ESF do bairro Industrial, a Dr.

Gisela fazia atendimento na ESF São José e realizava atendimentos domiciliares no bairro (Foto: arquivo pessoal)
Milainis atuava na ESF Francisco Doncatto e realizava atendimentos domiciliares no bairro (Foto: arquivo pessoal)

Aradianca, que tinha saído de férias e tinha que ter voltado em agosto, mas não retornou mais. Então estávamos esperando a vinda de outro médico cubano para substituir lá”, revela Maristela. Ela ressalta que os médicos em São Marcos também faziam visitas domiciliares a quem não conseguisse se deslocar até as unidades de saúde. “Além de atuar nas unidades, fazendo o atendimento clínico, eles atendiam a micro áreas da localidade deles e faziam visitas domiciliares, atuando como médicos de famílias. Quando uma pessoa estava acamada, e a equipe chegava à conclusão que precisava fazer uma visita domiciliar, uma vez por semana a médica ia”, explica Maristela, elogiando a atuação dos cubanos. “Eles eram bons médicos, tanto na parte técnica, como na parte humanitária”, ressalta.

 

Novo edital busca adesão de

médicos brasileiros ao Mais Médicos

Diante da saída dos médicos cubanos do Brasil, o Ministério da Saúde lançou novo edital nesta terça-feira, 20 de novembro. O processo oferece 8.517 vagas para atuação em 2.825 município e 34 áreas indígenas. Para participar o profissional precisa ter registro no Conselho Regional de Medicina ou diploma revalidado no Brasil, podendo escolher a localidade que pretende atuar no momento da matrícula. A secretária Municipal de Saúde de São Marcos, Maristela Lunedo revela que médicos já manifestaram interesse em vir para São Marcos. “O novo edital é para os médicos brasileiros aderirem ao programa. Esses médicos vão optar pela cidade que eles querem trabalhar. Em São Marcos temos três vagas, e já recebemos ligações de médicos interessados, que falaram que iam fazer a inscrição optando por São Marcos”, comenta a secretaria de Saúde.

Ela ressalta que os pequenos municípios da região da Serra gaúcha podem ser um atrativo para os profissionais. “Aqui temos a questão da qualidade de vida que a Serra tem, perto que Caxias que é um grande centro. É um fator que ajuda”, observa. A previsão para os novos médicos cadastrados iniciarem os atendimentos é até o dia 10 de dezembro, porém Maristela acredita que este prazo deve se estender. “A previsão seria até dia 10, mas a gente acha que eles chegam só em janeiro”, analisa. Atualmente, o Centro Municipal de Saúde tem duas vagas em aberto para serem preenchidas através de credenciamento, nas especialidades de clínico geral e pediatria. “Todo o início de ano o médico faz um contrato conosco, o município faz o chamamento, faz o contrato com o município e a gente chama eles conforme a necessidade e disponibilidade deles trabalharem. Não é concurso, é contrato”, esclarece.