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    CORONAVíRUS

    São Marcos continua na bandeira vermelha

    Recursos individuais e da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste não foram aprovados pelo governador do Estado e Serra gaúcha permanece com restrições da bandeira vermelha. Comércio funciona apenas no sistema pegue-leve: ‘não é como estar com a porta aberta’

    4 anos atrás

    Novo mapa do Distanciamento Controlado foi divulgado nesta segunda-feira (20) (foto: reprodução Governo do Rio Grande do Sul)

Pela segunda semana consecutiva, São Marcos fica na bandeira vermelha do Plano de Distanciamento Controlado do governo do Estado. A nova classificação para a Serra gaúcha foi divulgada na sexta-feira, 17 de julho, e oficialmente decretada nesta segunda-feira (20). As normas da bandeira vermelha ficam, agora, prorrogadas até a próxima segunda-feira (27), quando será determinada a nova rodada. No último sábado (18), após a divulgação do mapa preliminar, o setor jurídico da prefeitura trabalhou novamente na elaboração de novo recurso, solicitando e justificando ao Estado a volta para a bandeira laranja no município. Porém, o pedido foi indeferido, assim como o recurso encaminhado pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne).

O governador Eduardo Leite apresentou o mapa oficial desta semana em live no Facebook no final da tarde desta segunda-feira (20). Assim como na rodada anterior, 26 municípios da região puderam manter os critérios do distanciamento laranja e ficar de fora das restrições mais severas por terem números considerados de segurança pelo governo. Antônio Prado, que obteve autorização para permanecer na laranja, registrou, no entanto, um óbito que não foi contabilizado para a nova classificação, pois regramento foi feito com base nos dados acumulados até a quinta-feira (16). A permanência da Serra gaúcha no vermelho se explica aumento no percentual de ocupação nos leitos de UTI (havia subido para 72,5% até a última quinta-feira (16), e chegou a 81,4% nesta segunda-feira). A disponibilidade de leitos de UTI e a projeção de mortes mantiveram o alerta para o Estado.

Em São Marcos, o comércio de itens não-essenciais e alguns estabelecimentos de prestação de serviços seguem podendo operar apenas no sistema drive-thru e pegue-leve. O prefeito Evandro Kuwer ressalta que o Município segue trabalhando para apresentar a realidade local ao governo do Estado em busca do retorno à bandeira laranja. “Desde fevereiro estão sendo desenvolvidas ações de combate e controle do Covid-19, não vamos jamais descuidar da saúde, mas também precisamos que a economia continue girando”, pondera. O prefeito havia participado de reunião com Comitê Regional de Enfrentamento do Covid-19, no último dia 13 de julho, apresentando propostas para que municípios tenham mais autonomia no Modelo de Distanciamento Controlado. O grupo segue aguardando agenda para uma reunião com o governador Eduardo Leite para apresentar tais sugestões.

Comércio segue funcionando em São Maros, mas novo formato gera insegurança

Na rodada anterior do Modelo de Distanciamento Controlado, o governo do Estado flexibilizou algumas restrições da bandeira vermelha. Entre elas, o funcionamento do comércio, que antes não poderia abrir suas portas. Agora, os estabelecimentos podem fazer atendimento na porta, no sistema de drive-trhu e pegue-leve. A Casa das Linhas Camilo, por exemplo, é um dos comércios são-marquenses que está funcionando neste modelo. De acordo com uma das proprietárias, Eliana Rizzon Camilo, houve redução de público desde a primeira implantação da bandeira vermelha, mas o atendimento segue dentro da normalidade. “O movimento já diminuiu, não é mais igual. A gente fica com uma insegurança, porque não é como estar com a porta aberta. Ontem tivemos cliente direto, hoje diminuiu um pouco o movimento, mas está bem normal nessa semana, até então não está ruim, não podemos reclamar. Está mais difícil de atender nos últimos dias, mas estamos levando”, avalia Eliana.

‘É mais difícil para as pessoas aceitarem’

Ela defende que o comércio são-marquense poderia estar funcionando com as portas abertas, mas mantendo o controle de público. “Se formos olhar as lojas daqui não tem muita aglomeração, onde vemos mais aglomeração é nos mercados. O bom mesmo seria deixar aberto se pudesse e termos o cuidado, porque, mesmo no caixa, a gente pede para não aglomerar demais. Não fomos acostumados com isso, temos que nos adaptar aos poucos, e perdemos um pouco com a loja assim”, relata a comerciante, destacando que o bom funcionamento deste modelo também depende da compreensão dos clientes. “A maior dificuldade que a gente tem é as pessoas aceitarem isso, porque elas querem entrar, gostam de ver, de tocar nas coisas. É difícil para a gente atender, mas é mais difícil para as pessoas aceitarem”, observa Eliana Camilo.