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    Réus são condenados por homicídio de empresário são-marquense Ivosmar Cardozo

    Ao final do julgamento realizado nesta terça-feira (7), mandante do crime Leandro Renon recebeu pena de 14 anos de prisão e executor do assassinato Fábio Jr. Pereira Borges foi condenado a 13 anos e 6 meses

    2 anos atrás

    Julgamento do caso Ivosmar Cardozo foi realizado nesta terça-feira (7), no Fórum de São Marcos (Foto Rádio São Marcos FM)

Nesta terça-feira, dia 7 de março, das 9h às 22h, no Fórum de São Marcos, foi realizado o julgamento de Leandro Renon e Fábio Jr. Pereira Borges, acusados de serem, respectivamente, mandante e executor do assassinato do empresário são-marquense Ivosmar Cardozo, em 15 de dezembro de 2014. Os réus foram considerados culpados pelo júri popular e receberam as penas de 14 anos (Leandro Renon) e 13 anos e 6 meses de prisão (Fábio Borges), impostas pela juíza Ana Paula Della Latta.

De acordo com o advogado Diego Marty, que atuou como assistente à acusação no julgamento, ambos foram condenados integralmente pelos crimes dos quais eram acusados. “Os dois foram condenados por homicídio duplamente qualificado. O Leandro Renon por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima e o Fábio Júnior por ter recebido dinheiro mediante paga e recurso que dificultou a defesa da vítima. Os dois foram integralmente condenados por isso. Os jurados só dizem ‘condenado ou inocente’ e quem decide os anos de pena é exclusivamente a juíza”, ressalta o advogado.

‘A pena deveria ter sido mais alta, mas vamos recorrer disso’

Segundo salienta Diego Marty, a assistência à acusação recorrerá da sentença no Tribunal de Justiça de Porto Alegre, onde ele acredita que as penas serão aumentadas. “Eu acho que a pena deveria ter sido mais alta, mas vamos recorrer disso. Não sei precisar quanto tempo isso vai durar, porque hoje em dia é tudo eletrônico, mas vai durar um pouco. Depende se conseguirem ir a Brasília ou não. Mas acredito que a resposta venha em menos de dois anos. O Tribunal de Justiça do Estado vai analisar o pedido e acredito que eles vão aumentar, porque tem espaço para aumentar essas penas”, afirma o advogado.

Leandro Renon e Fábio Borges não tiveram a prisão imediata decretada e deixaram a sessão plenária do júri, nesta terça-feira (7), em liberdade. Conforme explica o promotor de Justiça Evandro Kaltbach, em contrapartida ao benefício do recurso em liberdade, foram aplicadas medidas cautelares para garantir o eventual futuro cumprimento das penas, se a decisão for de fato confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. “As medidas são não se afastar da comarca do Fórum de São Marcos por mais de 15 dias sem autorização e o recolhimento dos passaportes, determinando que fosse entregue em juízo em 24 horas. Também a comunicação das aduanas do Mercosul, já que no Mercosul não há necessidade de passaporte para atravessar a fronteira”, detalha Kaltbach.

Família de Ivosmar Cardozo: ‘sentimos um alívio tão grande’

Irmã de Ivosmar Cardozo, Adriana Cardozo Perozzo destaca a “sensação de alívio” da família com a condenação dos réus. “Quando a juíza anunciou que eles haviam sido considerados culpados e condenados, eu e todas as pessoas que aguardavam ansiosamente, sentimos um alívio tão grande! E para não quebrar o protocolo, seguramos nosso grito de alívio. Infelizmente, já havíamos sido alertados que essa possibilidade de saírem livres era possível, mas, claro, tínhamos a esperança de ver os condenados saírem presos”, assinala Adriana.

A irmã da vítima revela que já não esperava uma pena alta para o mandante do crime. “Eu mesma, não esperava uma condenação grande, mas ele deveria ter tido a pena máxima. Ficou comprovado que o Leandro arquitetou tudo, planejou com tempo, organizou tudo. Isso é com requinte de crueldade”, pontua Adriana Cardozo. Ela agradece o apoio recebido da comunidade. “Agradecemos as centenas de pessoas que passaram pelo Fórum ao longo do dia, que acompanharam, desde a concentração, a partir das 8h da manhã, até perto das 22h. Foi um dia exaustivo para todos!”, ressalta.

‘E dizer pra ele o que eu me controlei todos esses anos’

Em entrevista ao L’Attualità, a irmã Adriana Cardozo lembrou que, antes e durante o julgamento dos réus, familiares e amigos de Ivosmar Cardozo promoveram ações pacíficas pedindo a condenação e prisão dos culpados pelo assassinato, atitude difícil para todos, diante da tristeza e revolta frente ao crime cometido e à perda do irmão. “O Leandro em seu depoimento disse ser amigo do Ivo e que não tinha nada para falar de mal dele. Todas as provas apresentadas indicaram o Leandro como mandante, e a defesa dele não conseguiu nem apresentar e comprovar um álibi para ele. Para mim, quem não assume seus atos é covarde! Enfim… estou cansada e indignada por não ter podido ver o Leandro depois do veredito! E dizer pra ele o que eu me controlei todos esses anos!”, desabafa a irmã de Ivosmar Cardozo.