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    Represa de São Marcos está 86 cm abaixo do nível máximo: ‘estamos acima da média’

    Até esta terça-feira (19), barragem municipal, na Linha Humaitá, está 86 cm abaixo do nível máximo, de aproximadamente 5,50 m

    4 anos atrás

    Represa municipal, na Linha Humaità (Foto arquivo L'Attualità)

Após a situação de emergência registrada em maio de 2020 em São Marcos, quando a represa municipal atingiu nível crítico de ressecamento e foi realizada a reposição de água com caminhão-pipa para garantir o abastecimento no município, a barragem da Corsan, na Linha Humaitá, iniciou 2021 em nível de segurança. De acordo com o gerente da Corsan de São Marcos, André Viana, até esta terça-feira, dia 19 de janeiro, a represa municipal está 86 cm abaixo de seu nível máximo, de cerca de 5,50 metros. “Estamos bem. Está se mantendo nesse nível há mais ou menos 15 dias devido à chuva. No ano passado, nessa mesma época, estávamos a 1,50 metros abaixo do nível máximo, então estamos acima da média. A seca, a estiagem, está acontecendo, porém, no ano passado, a situação era pior”, observa André Viana.

Represa se mantém no mesmo nível há cerca de 15 dias, devido à chuva

Conforme revela, a Corsan de São Marcos investirá no aumento da capacidade de recalque do Rio Ranchinho, responsável por enviar água para a represa municipal, visando a uma reposição mais rápida do nível da barragem. “Vai aumentar em torno de 40% o potencial de recalque. Nós vamos fazer o alteamento naquela captação, não é para alargar, para reservar água, é só para dar mais peso de água no Ranchinho. Já foi colocado umas válvulas que custaram mais de R$ 20 mil, para podermos trabalhar com os dois motores ao mesmo tempo. Nós temos um conjunto de motobomba, um é o que trabalha e o outro é uma reserva. Quando tiver água sobrando, vamos colocar os dois para trabalhar”, explica André Viana.

Redução de desperdício de água foi medida essencial: ‘esse ano nós estamos com apenas 11% de perda’

Conforme ressalta, o desperdício de água no processo de distribuição entre a estação de tratamento e as casas dos são-marquenses diminuiu 43% entre 2018 e 2021. “Em 2018, quando eu cheguei em São Marcos, a perda de água tratada na distribuição era de 54%. Ou seja, daquilo que saía da estação de tratamento de água, 54% era perdido, entre a estação de tratamento e a casa dos usuários. No ano passado, baixamos para 40% de perda, que é a média regional, e esse ano nós estamos com apenas 11% de perda”, revela o gerente da Corsan. De acordo com André, a redução do desperdício de água tratada é uma medida essencial de prevenção da estiagem. “Não adianta bombear mais água, não adianta fazer reservatório, se não fizer isso que estamos fazendo, que é cuidar da rede de distribuição. Esse serviço é mais essencial do que qualquer outra coisa. E, ao meu ver, essa medida é suficiente para atravessarmos mais uma estiagem”, destaca André Viana.

Poços artesianos: ‘esperamos que a Corsan nos atenda em 2021’

Contudo, o gerente da Corsan de São Marcos ressalta que haveria uma maior garantia de segurança para o enfrentamento da estiagem se fossem perfurados novos poços artesianos no município. “Isso foi solicitado por mim desde 2018. Ano passado eles ficaram de perfurar aqui, mas tiveram que atender municípios que estavam em situação muito mais grave. A Corsan regional classifica os municípios por prioridade no Estado e não podem deixar de furar poços numa cidade em estado emergencial, para furar numa cidade que tem água, como a nossa, que está numa situação confortável. Mas os estudos já foram feitos, já tem autorização da prefeitura, e 2 ou 3 pontos definidos para perfurar os poços em São Marcos, conforme análise dos geólogos”, detalha André Viana, salientando que a Corsan de São Marcos espera que o município seja atendido em 2021. “A Corsan perfurou 150 poços no Estado em 2020. E agora compraram caminhões novos e trocaram os equipamentos de perfuração, tentando ter um contingente maior de perfuração de poços para 2021, que a gente espera que nos atenda”, comenta André Viana.

‘Um terço do que está chovendo em Caxias do Sul está chovendo em São Marcos’

Conforme alerta André Viana, a previsão climática para o primeiro semestre de 2021 é “a pior possível”. “Um detalhe que eu cuido, principalmente, é a precipitação da região. Chove mais em Caxias do Sul, em Flores da Cunha, do que aqui em São Marcos. Existe o índice pluviométrico oficial de Caxias, e aqui em São Marcos não temos, mas fazemos um controle paralelo na Corsan e observamos que, nos últimos meses, um terço do que está chovendo em Caxias está chovendo aqui. Não sei explicar climaticamente porque isso ocorre, mas a gente vem notando que isso acontece”, revela André Viana. Contudo, ele ressalta que na bacia de captação do Rio Ranchinho (junto à ponte da Estrada Padre Pedro Rizzon), que envia água à represa da Linha Humaitá, a precipitação de chuva é maior do que no município. “Está chovendo no Ranchinho mais do que na represa. No ano passado, estávamos operando de 20 a 22 horas por dia, porque não tinha água pra mais que isso. Tínhamos que trabalhar tantas horas e parar meia hora, sucessivamente. E agora o Ranchinho está operando 24 horas por dia e está sobrando água”, assinala André Viana.

São Marcos poderá receber novo reservatório da Corsan

O gerente da Corsan antecipa que São Marcos poderá receber um reservatório de água, com capacidade para 2 milhões de litros, no segundo semestre de 2021. “Em Farroupilha estão construindo esse reservatório, que, provavelmente, na metade do segundo semestre, vai ser construído aqui também. Mas o reservatório é uma coisa operacional, não resolve o problema de água, porque não adianta ter o reservatório, se não tem água para colocar dentro”, esclarece André Viana.