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    O retorno na rede particular de Educação Infantil em São Marcos: ‘crianças voltaram felizes e compreensivas’

    Escolas Pintando o Sete, Primeiros Passos e Colégio Mutirão retomaram atividades com crianças de 2 a 5 anos. Pais, professores e crianças devem seguir protocolo rígido de prevenção

    4 anos atrás

    Escolas de Educação Infantil voltaram com distanciamento e capacidade reduzida (foto: divulgação Pintando o Sete)

No dia 1º de setembro o governo do Estado apresentou calendário propondo o retorno gradativo das aulas, começando pela Educação Infantil. Em São Marcos, o retorno foi permitido a partir do dia 8 de setembro somente para a rede privada. Portanto, as três escolas privadas com Educação Infantil retomaram as atividades com parte dos alunos. Na Primeiros Passos, 18 crianças de 2 a 5 anos voltaram para a escola no dia 8 de setembro, no turno da tarde. Na Pintando o Sete o retorno aconteceu no último dia 9, com 15 crianças de 4 e 5 anos, sendo oito no turno da manhã e sete à tarde. Já no Colégio Mutirão, a Educação Infantil (turmas de 4 e 5 anos) retornou no dia 10. Desde esta segunda-feira (21), respeitando o calendário do governo estadual, o Colégio retomou as atividades para o Ensino Médio, com os alunos que optaram pelo retorno.

A retomada não é como antes, pelo contrário. Juntamente com o COE (Centro de Operações de Emergência), foram elaborados protocolos de contingência que devem ser seguidos à risca em todas as escolas. Conforme relatos das diretoras das escolas, as medidas envolvem aferição de temperatura na entrada da escola, utilização de álcool gel nas mãos, troca de calçados ao ingressar na parte interna da escola, distanciamento, não compartilhamento de brinquedos e uso de máscara (exceto no horário de lanche e sono). “Para quem tinha, no dia 18 de março, 120 crianças, hoje retornando é bem diferente. É uma nova escola, reinventando, replanejando e reorganizando”, avalia a proprietária da Escola Pintando o Sete, Vanderleia Rech Castilhos.

Adaptação aos novos protocolos: ‘O trabalho que os pais fizeram em casa e o planejamento dos professores está refletindo na escola agora’

Crianças e professores se adaptaram aos novos protocolos (foto: divulgação Pintando o Sete)
Crianças e professores se adaptaram aos novos métodos de prevenção e higiene (foto: divulgação Pintando o Sete)

A adaptação das crianças aos protocolos rígidos de higiene e distanciamento pode parecer mais complexa, mas as professoras relatam que o processo teve fácil aceitação. “As crianças que estão na escola com todos os protocolos estão de parabéns. Elas permanecem de máscara, só tiram para as refeições, mantêm o distanciamento, entendem que as brincadeiras são sem contato. O trabalho que os pais fizeram em casa e o planejamento dos professores está refletindo na escola agora”, destaca a proprietária da escola Pintando o Sete. Ela salienta, ainda, que a expectativa dos alunos pelo retorno era grande, o que colabora para a compreensão e cumprimento de todos os protocolos. “As crianças sentiam muita saudade, vimos os olhos brilhando, uma felicidade, a gente sentia o sorriso. Eles já vieram com o protocolo de cumprimentos, de bater cotovelo, bater o pé, fazer coração, manda beijo de máscara. Já vieram bem criativos e estão se saindo bem”, assinala.

Vanderleia reforça as medidas adotadas e destaca que novo ambiente e métodos implantados para receber os alunos em uma nova realidade garantem a segurança do retorno. “Se é mochila de rodinha não pode encostar no chão. No momento que entra na parte interna a criança tira o calçado da rua e coloca o calçado interno que fica na escola. Isso acontece também com os professores, eles usam jaleco de manga longa, comprido até o joelho. Quem faz a alimentação tem a máscara de acrílico. Cada um tem seu kit para tirar a soneca, depois guarda dentro de um saco para fazer a higienização. Como a escola tem janelas grandes, bem arejadas, isso não nos preocupa, eles podem ir para fora, curtir a natureza”, pontua a proprietária.

‘Como tudo o que já retornou, as escolas também têm que dar o primeiro passo’

Na chegada, crianças entram sozinhas e iniciam protocolos de higiene (foto: divulgação Primeiros Passos)
Na chegada, crianças entram sozinhas e iniciam protocolos de higiene (foto: divulgação Primeiros Passos)

Na Escola Primeiros Passos a realidade não é diferente. O retorno também aconteceu com grande expectativa e contou com o apoio dos pais. “O olho das crianças brilhava, porque eles estavam de volta para a escola. Tivemos uma parceria muito grande dos pais confiarem na reabertura, as crianças voltaram felizes, não tivemos choro, que seria o esperado pelo período que ficaram em casa, estão muito felizes porque estão brincando, compreendem que tem que ter distanciamento, lavar as mãos com frequência, que não tem compartilhamento de brinquedos”, destaca a proprietária Karin Perin, reforçando a importância desse retorno às atividades para o desenvolvimento emocional e pedagógico das crianças. “É importante até para o emocional das crianças, porque ficaram seis meses longe dos amigos, agora voltam ao local de brincadeira, então está tudo bem, as crianças estão compreensivas”, declara.

Karin ressalta que, além das atividades que seguem o plano de desenvolvimento das crianças, foi necessário implementar um novo tipo de atividade. “Trabalhamos muito no primeiro e segundo dia, o que era o termômetro, o porquê medir a temperatura, tudo foi trabalhado, porque temos que fazer com que eles entendam também. Então é trabalhada essa questão do retorno e todas as questões pedagógicas, seguindo o planejamento com todo o cunho lúdico, pedagógico e social”, ressalta. Karin observa a necessidade das escolas também se adaptarem ao momento de pandemia. “Como tudo o que já retornou, as escolas também têm que dar o primeiro passo. O vírus circula em todos os lugares, não quer dizer que não vamos ter casos, temos que seguir os cuidados, mas estamos suscetíveis ao vírus sem dúvida, o vírus não escolhe nem as pessoas, nem os locais. Vamos ter muito tempo para aprender a conviver com isso”, assinala.

Retorno é gradual e opcional

Atividades no retorno incluem o aprendizado dos novos métodos ao plano pedagógico (foto: divulgação Primeiros Passos)
Atividades no retorno incluem o aprendizado dos novos métodos ao plano pedagógico (foto: divulgação Primeiros Passos)

A proprietária da Escola Primeiros Passos, Karin Perin, reforça que o retorno às aulas é opcional. Os pais que ainda preferirem o método online, podem seguir recebendo as atividades à distância. “Alguns continuam online, os que ficaram em casa, respeitamos a decisão dos pais e mandamos todo o planejamento das atividades da semana para as crianças fazerem em casa”, ressalta, informando que prevê um retorno gradual às atividades normais. “Os pais ainda estão temerosos, porque não sabem o que vai acontecer, então nem todos os alunos voltaram. Os pais ainda estão vendo como vai funcionar esse mês de setembro e já temos alguns que vão retornando na próxima semana, outros mais para o final do mês. Assim que estiverem mais confortáveis para optar pelo retorno estamos recebendo. Também recebemos novas matrículas”, assinala.

Karin afirma que a liberação de mais um turno acontecerá mediante demanda, mas garante que a escola tem buscado oferecer a segurança necessária. “Estamos bem focados para dar tranquilidade e segurança para os pais, professores e crianças. Existe possibilidade de retomar o turno da manhã também, conforme a demanda e capacidade por período”, pontua.

Crianças conveniadas com a prefeitura ainda não retornaram

A Pintando o Sete conta, atualmente, com 71 crianças matriculadas através de convênio com a prefeitura. Estas ainda não tiveram liberação para o retorno, podendo voltar apenas após liberação das aulas para a rede pública. “Voltarão algumas crianças da prefeitura, mas particular. Os conveniados, que são 71 vagas, não estão liberados. Acredito que só vai ser liberado quando as creches do município retornarem”, explica Vanderleia Rech. Por enquanto, a escola pode funcionar com apenas 50% da capacidade e, aos poucos, a previsão também é que mais pais liberem os filhos para o retorno. “Os pais vão liberando aos poucos, eles vão se sentindo mais confiantes e seguros”, observa.