Nesta sexta-feira, dia 27 de janeiro, a tragédia da Boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS), completa 10 anos. Em uma década, o caso avançou lentamente na Justiça, para o sofrimento dos familiares e amigos das 242 vítimas fatais do incêndio e dos mais de 600 feridos daquela noite fatídica. Entre as sobreviventes está a são-marquense Juciane Bonella, hoje com 31 anos, formada em Medicina Veterinária e residindo no município de Guaíba (RS). Juciane teve 25% do corpo queimado e complicações respiratórias pela inalação de cianeto – substância exalada durante o incêndio na boate – precisando de fisioterapia respiratória até 2019, além de acompanhamento psicológico.

Os 10 anos da tragédia serão marcados pelo lançamento de duas minisséries, nos serviços de streaming Netflix e Globoplay – cada uma com cinco episódios – que tratam do acontecimento considerado como a maior tragédia em uma casa de shows do País e uma das maiores do mundo. “Todo Dia a Mesma Noite”, da Netflix, está disponível a partir desta quarta-feira (25). A minissérie é uma ficção baseada no livro de mesmo nome da jornalista Daniela Arbex e acompanha quatro famílias cujos filhos morreram durante o incêndio e que também participam de uma associação criada pelos parentes das vítimas. Os atores Thelmo Fernandes, Debora Lamm, Paulo Gorgulho, Raquel Karro, Bianca Byington e Leonardo Medeiros dão vida a esses pais que, desejosos de justiça, se unem para preservar a memória de seus filhos e manter viva a lembrança da tragédia a fim de que ela não se repita. Todos eles são baseados em familiares reais das vítimas.

Globoplay estreia documentário sobre Boate Kiss nesta quinta (26)

Já no serviço de streaming da Globo, a história é contada a partir do trabalho do jornalista Marcelo Canellas, na série documental de cinco episódios “Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria”, que será lançada nesta quinta-feira (26). Jornalista há 35 anos, Canellas viveu sua infância, adolescência e início da vida adulta em Santa Maria, onde estudou jornalismo e, há dez anos, produz matérias que têm a tragédia como plano de fundo. Para a série documental, Canellas se uniu à TV OVO, um grupo de Santa Maria que trabalha há 25 anos com audiovisuais.