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Volnei Ampessan - volneiampessan@gmail.com
Na superfície
Leia artigo do contador são-marquense Volnei Ampessan
2 anos atrás
Mais saúde, educação, segurança, trabalho, qualidade de vida! Essas são geralmente as principais reivindicações das pessoas quando perguntadas sobre seus desejos para si e para o país, além das mais diversas questões sociais, ambientais, etc. É importante não ficar na superfície, e saber de onde vêm os recursos, o (seu) dinheiro para custear cada um desses itens e fiscalizar sua aplicação. Pois bem, vamos explanar brevemente o assunto:
O orçamento desse ano é de 4,7 trilhões (reais). A maior parte desse valor já vem engessada, ou seja, o governo tem que utilizar obrigatoriamente em determinados gastos. Pasmem, aproximadamente 2,5 tri é para financiar a dívida pública, 800 bi para a Previdência, 336 bi gastos com pessoal, 89 bi Auxílio Brasil, 16 bi emendas do relator, 4,9 bi fundo eleitoral. Sobra em torno de 1 tri para investimento nos diversos ministérios.
É com o dinheiro do contribuinte que o governo executa o orçamento público. São vários os impostos, as taxas e as contribuições que incidem sobre serviços, mercadorias e renda. Apesar do ciclo se fechar no consumidor final, na prática, quem arrecada os impostos e recolhe para o governo (municipal, estadual e federal) são as empresas: indústria, comércio e serviços. Ou seja, se não existirem as empresas, não existirão os produtos, o consumidor não terá o que comprar e, por consequência, não haverá renda e arrecadação de impostos. Sem arrecadação, obviamente não haverá investimento em saúde, educação, etc.
Aí que entra em cena o debate político atual: socialismo ou capitalismo, qual o modelo ideal? Poderíamos dizer que ambos poderiam conviver em “harmonia”, mas infelizmente na prática não funciona assim. Os governos socialistas querem que o Estado tome conta de tudo, buscam abolir a propriedade privada, estatizar empresas, querem ser o “pai de todos”. Nesse caso, ou as empresas saem do país ou acabam sucumbindo ao sistema. Temos exemplos de socialismo em diversas partes do mundo, aqui próximo a nós a Venezuela, agora a Argentina indo pelo mesmo caminho. Além da questão econômica, à medida que os anos passam, vai sendo restringida a liberdade de expressão, de imprensa, religiosa, de ideias. Chamamos isso de ditadura.
E o capitalismo é perfeito? Claro que não. Mas até hoje, na história da humanidade, foi o que mais deu certo. O capitalismo cria diferenças sociais de fato, mas nele você tem a LIBERDADE de fazer o que bem entender da sua vida, sem um “líder supremo” regulando cada passo seu. Para isso, os governantes precisam fazer o país crescer economicamente, trazendo oportunidades, empregos, renda e aos poucos melhorar a qualidade de vida de todos.
Pesquise os fatos históricos no mundo e, principalmente no Brasil, que envolvem esse tema. É preciso sair da superficialidade das utopias e olhar com foco, coragem e otimismo para frente, pois, como diria Belchior: “O passado é uma roupa que já não nos serve mais”.