Nesta semana, o L’Attualità recebeu reclamação de moradora sobre corte de árvore em frente à sua residência, na Rua Rafael Ruaro, no bairro Henrique Pante. Zélia Rizzon Rech relata que chegou em sua casa no último dia 23 de setembro, e viu que a planta havia sido removida. No entanto, de acordo com a moradora, cerca de dois meses antes, ela teria solicitado à prefeitura a poda dos galhos que estariam encostando na fiação, mas obteve uma negativa. “Eu tinha pedido para fazer uma poda da árvore porque estava encostando no fio de internet. Eles vieram ver e avisaram que não poderiam podar, porque era uma árvore nativa, e eu poderia ser processada ou ter que plantar outras árvores. Então eles tiraram só uns galhos pequenos por baixo”, lembra Zélia. Mesmo diante dessa informação, a moradora observa que a árvore foi removida na última semana.

Ao buscar explicações junto à prefeitura, Zélia foi informada de que as raízes da árvore estariam causando o entupimento da rede de esgoto, por isso a remoção foi necessária. “Eles disseram que estava entupindo. Mas o pessoal da Corsan que veio arrumar os canos depois me disseram que não tinha sinal que a árvore estava atrapalhando tanto, tinha raízes, mas não estava entupindo”, revela. Ela destaca que sua principal reclamação é por não ter sido avisada sobre o corte, já que poderia ter sugerido outra solução, a fim de manter a árvore. “Cheguei em casa e encontrei o buraco. A minha reclamação é que eles não me falaram nada. Se tivessem me falado eu teria dado um jeito, feito a limpeza do bueiro, eu pagaria, não tinha problema”, afirma inconformada a moradora.

Zélia informa que a árvore foi plantada pelo marido há cerca de 20 anos e se trata de um guabiju, árvore frutífera nativa do Rio Grande do Sul. “É uma árvore bem bonita, tinha mais de 20 anos, meu marido que plantou. Todo mundo procurava a sombra da árvore para estacionar o carro, até quem passava a pé”, conta a moradora.

‘A árvore estava em cima dos canos e não tinha o que fazer’

O L’Attualità entrou em contato com o secretário Municipal de Obras, Alfredo Brochetto. Ele informou que as raízes estariam crescendo dentro da tubulação da rede de esgoto da Rua Rafael Ruaro e não teria como agir de outra forma. “Deu um problema da rede de esgoto um pouco mais para cima. A árvore estava em cima dos canos e não tinha o que fazer, porque a raiz da árvore forçou os canos e encheu de raízes”, informa Brochetto. Ele esclarece que, por ter sido uma árvore plantada no local, não foi necessário emitir licença ambiental. “É nativa, mas é uma árvore que foi plantada. Nativa é quando está no meio do mato. Então não precisou licença”, reforça.

Alfredo Brochetto diz que entende a preocupação da moradora, mas informa que problemas semelhantes aconteceram em outros locais da cidade. “A gente percebeu que ela não gostou do corte, eu também tenho uma preocupação com o meio ambiente, não derrubo uma árvore sem necessidade de jeito nenhum, mas não tínhamos o que fazer nesse caso. Esse problema aconteceu em outros lugares, que tivemos que analisar a situação e tirar a árvore”, relata Alfredo.