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EDUCAçãO
ESCOLA ESTADUAL MARANHãO
Maranhão é escola piloto do Novo Ensino Médio proposto pelo Ministério da Educação
11 escolas da 4ª CRE passarão por adaptação do novo modelo em 2019, 2020 e 2021. Projeto do MEC deverá reduzir carga horária da base curricular, permitindo que aluno escolha em qual área do conhecimento deseja se aprofundar
6 anos atrás
Coordenadora pedagógica Miriane Parizotto e diretora do Maranhão Gisele Rizzon
O Novo Ensino Médio é um plano proposto pelo Ministério da Educação para implantação de um novo currículo nas séries finais da educação básica. O projeto não deverá alterar a base curricular nacional do ensino médio, mas vai interferir na carga horária. O objetivo é permitir que o aluno escolha em qual área do conhecimento quer aprofundar seus estudos. Até 2022 todas as escolas do Brasil deverão estar adaptadas ao novo modelo e, durante 2019, 2020 e 2021, algumas serão piloto na adequação ao Novo Ensino Médio, avaliando e testando os métodos. A Escola Estadual Maranhão, de São Marcos, foi uma das 11 escolas da 4ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação) e uma das 300 do Rio Grande do Sul escolhidas para serem escolas piloto do projeto.
De acordo com a diretora da Maranhão, Gisele Rizzon, a escola já estava vivenciando algumas mudanças que estão no plano do Novo Ensino Médio. “No final de 2018 fizeram uma reunião para definir algumas escolas de ensino médio da 4ª CRE que queriam aderir. Algumas foram convidadas a partir da proposta metodológica que elas já apresentavam, e o Maranhão foi uma das escolas definidas para essa adesão, porque os trabalhos e metodologias que a gente utilizava se aproximavam da nova proposta do novo ensino médio. Então a nossa escola já estava no caminho, seria só fazer algumas adaptações para o novo modelo”, explica Gisele. Conforme informa, em 2019 a Escola Maranhão já deverá implantar novas atividades, adequando sua metodologia ao novo sistema.
Atualmente a Maranhão possui 330 alunos, sendo que 80 estão no ensino médio. Estes já participam de atividades no contraturno, que trabalham noções da realidade de diferentes áreas do conhecimento. “No contraturno os professores adaptam o conteúdo para a realidade dos alunos. A professora de Matemática ensina, no contraturno, sobre matemática financeira, os conceitos de juros, parcelas, conhecimento que os alunos irão utilizar no dia a dia. Só não participam destas aulas os alunos que trabalham e apresentam atestado. A ideia do novo ensino médio é que o aluno possa optar se quer estudar mais sobre um assunto ou outro”, comenta a coordenadora pedagógica da escola, Miriane Parizotto. Para isso, é previsto que a partir de junho seja aplicado um questionário para os alunos do ensino médio, inclusive do 9º ano da escola Maranhão – e também os nonos anos das outras escolas de São Marcos, identificando seus interesses por área do conhecimento, e não por disciplina. “Esse questionário vai definir os itinerários formativos (conjunto de unidades curriculares que serão ofertadas pela escola) para ver o que eles dizem que é mais relevante e o aluno vai estudar o que ele expôe que tem interesse”, reforça.
‘Não vamos deixar de trabalhar o conceito, então não tem prejuízo, tem ganho’
Com o Novo Ensino Médio a base curricular não deverá ser alterada, e os conceitos seguirão sendo trabalhados da mesma forma. O que muda é a carga horária destinada para este estudo. Entre as mudanças que a Escola Estadual Maranhão já vinha desenvolvendo nos últimos anos, está a carga horária, que possui 1 mil horas por ano do ensino médio. Destas, 200 horas eram destinadas para os estudos de realidade, oferecidos no contraturno. “O que nós já estávamos adequados e outras escolas não, é que temos ensino médio de 3 mil horas no total dos 3 anos do ensino médio. As outras ainda tem 2.400 horas, ou seja, 800 horas anuais. Dessas 3 mil horas, teria que trabalhar mais ou menos 1.200 horas nos itinerários formativos, e 1.800 horas para o conteúdo normal da base”, informa a coordenadora pedagógica, Miriane Parizotto. Parte desta carga horária seguirá sendo trabalhada no contraturno.
A diretora do Maranhão, Gisele Rizzon, reforça que, na verdade, os itinerários formativos já estão inseridos na base curricular. “A base não muda. Os itinerários formativos já estão dentro da base, mas vão ser trabalhados de maneira mais prática. Não vamos deixar de trabalhar o conceito (conhecimentos da base curricular tradicional), então não tem prejuízo, tem ganho”, ressalta. Ela informa, também, que no novo sistema, as notas dos alunos são agrupadas por área do conhecimento, o que na Maranhão já estava sendo desenvolvido.
Projeto de vida e aluno protagonista
Um dos focos do Novo Ensino Médio é possibilitar que ainda na escola o aluno tenha contato com a área profissional que deseja seguir. Dessa forma, é possível perceber desde cedo com quais áreas do conhecimento ele mais se identifica. “Se fala muito em projeto de vida no novo modelo do Ensino Médio. Que seria nós encaminharmos e mostrarmos para os alunos coisas boas, fazer eles irem para um caminho que é legal, mostrar alternativas, para o ensino ter mais significado na realidade deles”, explica a coordenadora pedagógica Miriane Parizotto, destacando a proposta de trabalhar o conceito do aluno como protagonista do seu aprendizado. “Não significa que ele tem que buscar o próprio conhecimento, é no sentido de ele ser protagonista enquanto estudante, formando líderes. Esse ano já temos que pensar em algumas atividades diferenciadas para esse projeto de vida e o protagonismo juvenil”, ressalta Miriane.