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ESPORTES
Interdição de ponte entre São Marcos e Campestre gera preocupação e prejuízos
Secretário municipal de Agricultura de Campestre estima que valor investido para recuperação de estradas e trechos de asfalto no interior chegará até R$ 600 mil
1 ano atrás
“Não há previsão de abertura da ponte do Km 96, entre São Marcos e Campestre da Serra”, informou na noite desta quarta-feira (6), a Polícia Rodoviária Federal na Serra. A interdição do trânsito no local, sem passagem de qualquer veículo, foi feita por motivo de segurança pela PRF na manhã desta segunda-feira (4). Inicialmente, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) determinou a continuidade do bloqueio para melhor análise da estrutura da ponte, já que diversos pontos não conseguiram ser vistoriados por impossibilidade de acesso devido ao alto volume de água decorrente das fortes chuvas registradas entre o último domingo (3) e segunda-feira (4). Já nesta quarta-feira (6), com a redução do nível da água no Rio das Antas, foi possível identificar o comprometimento de dois pilares de sustentação da estrutura da ponte, o que gerou ainda mais preocupação entre lideranças, comerciantes e prestadores de serviços de Campestre da Serra e São Marcos.
‘O comércio de São Bernardo e de Campestre está praticamente parado’
Em entrevista ao L’Attualità, o secretário municipal de Agricultura de Campestre da Serra, Tairo Ballardin, demonstrou grande preocupação com a falta de previsão de liberação da ponte da BR 116 Km 96. “Vemos a interdição da ponte na divisa com São Marcos com grande preocupação. O comércio de São Bernardo e de Campestre está praticamente parado. Os postos de gasolina, os restaurantes, está bem complicado, porque para tudo. Aqui, para nós de Campestre, está difícil para recebermos material de farmácia, e os nossos supermercados também a entrega está sendo afetada porque os motoristas precisam dar uma volta muito maior para chegar até Campestre”, revela Tairo Ballardin.
Ele ressalta a importância do trânsito na BR 116 para a economia do município. “A gente não se dá conta da importância que uma ponte dessas tem, não só para o município, porque ela faz a ligação pois praticamente moramos na divisa com o Estado de Santa Catarina, agora a gente se dá conta disso e vejo com muita preocupação e torcemos para que o DNIT consiga resolver da forma mais rápida possível”, afirma.
Bloqueio na BR gera preocupação entre comerciantes de São Marcos
Na manhã desta quinta-feira (7), o gerente do posto de abastecimento de combustíveis ARB, de São Marcos, tradicional ponto de parada de caminhoneiros que transitam pela BR 116 no KM 113, relatou preocupação com a interdição do trâsito na ponte sobre o Rio das Antas, na divisa entre São Marcos e Campestre. “Pra nós é ruim, o serviço cai lá embaixo, porque dependemos bastante da BR, ainda existe um pouco de movimento porque muitos motoristas não sabem, vão até a ponte e voltam. Acho que a polícia deveria tentar avisar na saída de Caxias do Sul (que a ponte está bloqueada). E está assim, a gente não sabe de nada, não tem notícia nenhuma, o que vai ser feito”, relata o gerente do Auto Posto ARB, Zeca Boff.
O empresário diz esperar que as autoridades de São Marcos se mobilizem em busca de uma solução. “Acho que o prefeito e autoridades deveriam ir atrás para ver o que vai ser feito. Se ficar meses fechado o que vamos fazer? Aqui no posto estamos bem preocupados”, observa Zeca Boff.
‘Precisamos muito desse apoio das autoridades para que essa situação seja resolvida’
A preocupação e incerteza são as mesmas na vinícola Sinuelo, localizada no Km 113 da BR 116, em São Marcos, onde funcionam loja e restaurante.
“O nosso movimento a maioria são pessoas de fora, nós dependemos muito da estrada (BR 116), então vamos ser muito afetados por isso”, declarou o diretor do restaurante Amélia e loja da Sinuelo, Guilherme Molon. “Estamos preocupados porque, se demorar muito tempo, teremos de fazer uma adequação de nossa estrutura, do restaurante e da loja, de acordo com o tempo de liberação dessa ponte”, informou.
“O nosso negócio, temos uma loja e um restaurante à beira da rodovia, então precisamos muito desse apoio das autoridades para que essa situação seja resolvida o mais rápido possível”, reforça o empresário.
Opções de deslocamento: motoristas estão utilizando passagem pela ponte do Korff e rodovia RS 122, via Antônio Prado
Com a interdição do trânsito na ponte sobre o Rio das Antas entre São Marcos e Campestre da Serra, os motoristas vindos de Vacaria e Campestre, que se deslocam a Caxias do Sul e demais municípios da região, estão utilizando a estrada de chão que passa pela ponte de Korff, na divisa de Campestre com Criúva, e também a rodovia RS 122, via Antônio Prado. “A Ponte do Korff está transitável, os carros estão passando por lá. Inclusive ontem tínhamos uma movimentação muito grande de carros passando lá. O pessoal que está vindo de Vacaria, estão usando aquela estrada para se deslocar até Caxias e ela está transitável, está tranquilo”, garantiu, na manhã deste dia 7 de setembro, o secretário municipal de Agricultura de Campestre da Serra, Tairo Ballardin. “Colocamos máquinas naquele trecho e o que tinha para fazer lá fizemos, claro que a estrada não está em totais condições pelo volume de águas das chuvas que teve, mas tiramos as barreiras que tinha e deixamos aberto para o tráfego fluir”, ressalta.
Campestre vai decretar estado de emergência: ‘prejuízo com estradas é de R$ 500 mil a R$ 600 mil’
Conforme antecipou ao L’Attualità na manhã deste feriado de 7 de setembro, o município de Campestre se prepara para decretar estado de emergência devido aos prejuízos causados pelas últimas chuvas. “Estamos juntando fotos e dados e vamos decretar estado de emergência em Campestre, porque o prejuízo dá em torno de R$ 500, R$ 600 mil só nas estradas que a prefeitura vai ter de consertar”, afirma o secretário municipal de Agricultura de Campestre Tairo Balladin.
Segundo ele, além de estragos nas estradas e entupimento de bueiros, houve o rompimento de três trechos de asfalto. “Alguns trechos de asfalto que tínhamos concluído acabaram rompendo porque estouraram açudes e tanques de água, o volume de água foi tanto que não suportou. Foram três trechos, um na comunidade de São Manuel e dois na Serra do Meio. E, além disso, o estrago foi meio que geral nas estradas de chão, o prejuízo foi muito grande”, detalhou.
‘Conseguimos fazer com que os ônibus escolares passassem, que a população pudesse sair’
Nesta segunda-feira (4), ele explica que a primeira medida foi colocar as máquinas das secretárias de Obras e Agricultura juntas, todas disponíveis, distribuídas pelo município. “Então, num primeiro momento, o que fizemos foi desobstruir as estradas para que as pessoas conseguissem passar de carro. Até nos trechos de asfalto danificados colocamos material nosso e conseguimos fazer com que os ônibus escolares passassem, que a população pudesse sair”, explicou.
A segunda etapa, conforme o secretário, será ajuda aos agricultores com visitação às propriedades rurais atingidas. “Tivemos muitos problemas com bueiros entupidos também. E agora, num segundo momento, vamos começar a passar nas propriedades rurais, atendendo os agricultores porque muitos tiveram estragos em sua casa e em alguns bueiros. Então já começamos esse trabalho que vai durar por alguns dias, semanas, até conseguirmos dar a volta nesse prejuízo que foi ocasionado pelas fortes chuvas”, finaliza Tairo Ballardin.