A Polícia Civil de São Marcos segue investigando o homicídio de Jonatas da Silva Rodrigues, 33 anos, morto a tiros no último dia 9 de março. Conforme informações, o homem foi atingido inicialmente em sua residência na Rua Osvaldo Aranha e conseguiu fugir correndo em direção à Avenida Venâncio Aires, mas foi seguido por uma moto e alvejado novamente na Rua Augusto Catafesta, vindo a falecer no Hospital São João Bosco. Jonatas tinha antecedentes por violência doméstica, ameaça, lesão corporal, perturbação da tranquilidade e posse de entorpecentes.

De acordo com o delegado da Polícia Civil de São Marcos, Rafael Felipe Keller, a suspeita é de que o homicídio teria ocorrido em função do envolvimento da vítima com o tráfico de drogas. “Ainda não temos nada confirmado, mas o que chegou para nós até o momento é que ele estaria envolvido com o tráfico de drogas e essa aí seria a motivação. Eram dois indivíduos na motocicleta e isso conseguimos confirmar por câmeras de segurança. E agora vamos analisar essas câmeras e tudo que a gente conseguiu, para ver se chegamos aos autores. Já temos alguns suspeitos e vamos trabalhar para conseguir concretizar se realmente são esses indivíduos os autores dos disparos”, informa Keller.

Motocicleta carbonizada em Criúva: ‘bate com a descrição da motocicleta utilizada no crime’

Conforme acrescenta, a Polícia Civil também aguarda o resultado da perícia da motocicleta carbonizada encontrada no distrito de Criúva na manhã seguinte ao crime, na quinta-feira (10). “Recebemos alguns vídeos da motocicleta em chamas, numa estrada de chão, não muito movimentada, que não tem muitas residências por perto. Pedimos a perícia dela porque acreditamos que é a motocicleta utilizada para cometer o crime.  A gente conseguiu a identificação dela e ela bate com a descrição da motocicleta utilizada no crime, que seria uma Twister”, detalha Rafael Keller.

O delegado observa que o local escolhido para incendiar a motocicleta é um indício de que os autores do crime são moradores do município de São Marcos. “É alguém que conhece as rotas, provavelmente foi até o local, incendiou a moto e já tinha alguém lá esperando ou até mesmo um veículo sozinho para utilizar. A pessoa conhecia a melhor saída, que não precisaria passar pela cidade, porque já estava próxima à saída para a Criúva. E, se houvesse a movimentação da polícia, até chegar ao local, já teriam evadido por outro lado. Tudo isso é indício de que são pessoas que conheciam a cidade e sabiam a melhor forma de fugir”, assinala Rafael Keller.

‘Temos algumas diligências em andamento, que esperamos concluir para conseguir o resultado e chamar os suspeitos para serem ouvidos’

Conforme ressalta o delegado, na última semana, durante dois dias, os trabalhos da Polícia Civil de São Marcos estiveram totalmente focados na investigação do homicídio. “Até recebemos algumas reclamações de que a Delegacia não estava registrando ocorrência. Realmente a gente ficou 2 dias sem fazer ocorrência, fazendo diligência, estava todo o pessoal na rua, todo mundo envolvido fazendo o trabalho de campo para ver o que a gente conseguia coletar”, explica Rafael Keller. Conforme destaca, a Polícia Civil ainda não ouviu os suspeitos do homicídio do último dia 9 de março. “Estamos fazendo tudo o que tem que fazer antes para conseguir o máximo de elementos. Temos algumas diligências em andamento, que esperamos concluir para conseguir o resultado e chamar os suspeitos para serem ouvidos”, pontua Keller.

‘Acho que não corremos perigo de termos uma guerra de facções’

Questionado pela reportagem se o município de São Marcos corre o risco de reviver o cenário de 2018, ano em que diversos homicídios por envolvimento com tráfico de drogas foram registrados, Rafael Keller salienta que acredita que o homicídio ocorrido na última semana se trata de um caso isolado. “Farroupilha está vivendo uma situação complicada, está tendo até confronto com a Brigada, com relação a esta questão das facções. Mas eu acredito, pessoalmente falando, que aqui em São Marcos foi um caso isolado. Desde que eu estou na Delegacia de São Marcos, um caso ou outro de homicídio acaba acontecendo no decorrer do ano com relação ao envolvimento com tráfico. Então acho que não corremos perigo de termos uma guerra de facções”, finaliza o delegado.