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    Futuro aeroporto de Vila Oliva: Kuwer anuncia novo trecho de asfalto na Rota Saonda

    Em reunião-jantar online realizada pela CIC São Marcos nesta segunda-feira (17), prefeito de São Marcos anunciou licitação de novo trecho da estrada da Linha São Roque que liga o município a Caxias do Sul, pela Rota do Sol, futura via de acesso ao aeroporto de Vila Oliva

    4 anos atrás

Nesta segunda-feira, dia 17 de maio, a CIC São Marcos realizou reunião-jantar online com seus associados sobre o tema “Caminhos e Oportunidades na nova logística”, tendo como foco principal o futuro Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, que estará localizado no distrito de Vila Oliva, em Caxias do Sul; e o Porto de Arroio do Sal, investimento russo/brasileiro considerado o maior das últimas décadas no Rio Grande do Sul. O evento aconteceu através da plataforma Zoom, a partir das 19h30, com a presença de autoridades e líderes envolvidos diretamente com o projeto: o presidente do MobiCaxias, Carlos Zignani; o diretor de Relações Institucionais da Marcopolo, Ruben Antonio Bisi; e o presidente da Sinduscon, Rodrigo Postiglione; além do convidado especial Luis Carlos Heinze, senador da República; e o prefeito de São Marcos Evandro Kuwer.

Presidente da CIC São Marcos Dorival Perozzo abriu reunião-jantar

O presidente da CIC São Marcos, Dorival Perozzo, iniciou a reunião destacando que “os dois grandes projetos representarão muitas oportunidades de negócios para empresários e empreendedores” e salientou a localização privilegiada de São Marcos em relação ao futuro aeroporto. “Poucos municípios do Estado terão o privilégio, como nós, de estar tão próximos do aeroporto da Serra. A CIC São Marcos esteve bastante envolvida, principalmente no início de todo o processo do aeroporto, juntamente com as CICs e ACIs da região. Estivemos presentes na primeira audiência pública sobre o assunto em Brasília, quando ainda se discutia a localização do aeroporto”, lembrou Dorival.

Kuwer: ‘Com mais esse trecho de asfalto, nós quase chegaremos na divisa com Caxias do Sul’

O prefeito de São Marcos, Evandro Kuwer, anunciou, durante a reunião-jantar online da CIC São Marcos desta segunda-feira (17), o asfaltamento de mais um trecho da Rota Saonda, estrada da Linha São Roque que liga São Marcos a Caxias do Sul, pela Rota do Sol, futura via de acesso ao aeroporto de Vila Oliva. “A Rota Saonda encurta caminho para São Marcos para o aeroporto, nos ajudando muito no desenvolvimento do nosso município, mas também da nossa região. São Marcos estará licitando nos próximos dias mais um trecho dessa estrada tão importante, com recursos próprios do município, que já estão garantidos para fazermos mais um pedaço desse asfalto. Já estamos em fase final de projeto. Com mais esse pedaço, nós quase chegaremos na divisa com Caxias do Sul”, observou Kuwer.

Ele ressaltou que a estrada também beneficia o município de Caxias do Sul. “Porque não deixa de ser uma perimetral. Daqui a pouco, muitas pessoas que iriam pela BR 116, sentido aeroporto ou litoral, podem usar a Rota Saonda. Tivemos uma reunião com o prefeito de Caxias, Adiló Didomenico, na semana passada, onde o vice- prefeito Marronzinho participou, e colocamos a importância dessa estrada para a prefeitura de Caxias, porque temos um pedaço de São Marcos e o outro de Caxias. No momento que Caxias concluir o seu lado, nós com certeza teremos concluído o lado de São Marcos. Isso vai ajudar muito. Creio que é um sonho o aeroporto de Vila Oliva, assim como o porto em Arroio do Sal. Quando a gente sonha sozinho é apenas um sonho, mas quando sonhamos juntos com certeza conseguimos trazer pra realidade”, assinalou Evandro Kuwer.

‘O Ministério da Infraestrutura tem R$ 200 milhões reservados para fazer esse aeroporto’

O senador Luis Carlos Heinze destacou que o futuro Aeroporto Regional da Serra Gaúcha é um projeto que já estava em andamento há anos. “Não é o ‘aeroporto de Caxias’, é o aeroporto da Serra, que desde o governo Dilma Roussef está em andamento, mas, agora, no governo Bolsonaro, conseguimos levar adiante, desde que trouxemos o secretário nacional de aviação civil Ronei Glanzmann a Caxias do Sul para definirmos o aeroporto. Gramado, Canela e Caxias do Sul queriam o aeroporto, mas foi definido pelo Ministério da Infraestrutura que o melhor local para a região, o mais viável, seria Vila Oliva. E desde então estamos trabalhando nesse assunto. Já está pronto o edital de licitação do projeto. Nós tínhamos conseguido lá atrás mais de R$ 2 milhões para fazer o edital do projeto em si e tem R$ 200 milhões também reservados pelo Ministério da Infraestrutura para fazer esse aeroporto”, detalhou Heinze, destacando que até o final do ano espera-se que o edital da obra já seja iniciado.

‘É muito importante que essas rotas alternativas, como a Rota Saonda, cheguem em Vila Oliva’

Senador Luis Carlos Heinze foi convidado especial de reunião-jantar online

Conforme ressaltou Heinze, as rotas alternativas de todos os municípios da Serra gaúcha serão fundamentais para função de escoamento. “Nós precisamos das duas estradas de Caxias do Sul em direção a Gramado, passando por Vila Oliva, e também de um terminal de cargas, que tem que partir da iniciativa privada. É muito importante que essas rotas alternativas de todos os municípios, como a Rota Saonda,  cheguem em Vila Oliva. Isso vai mudar o perfil da região, pela magnitude desse aeroporto”, observou o senador Luis Carlos Heinze.

Aeroporto de Vila Oliva e Porto de Arroio do Sal são projetos fomentados pelo MobiCaxias

Presidente do MobiCaxias, Carlos Zignani, e presidente da Sinduscon, Rodrigo Postiglione

O presidente do MobiCaxias (Associação Mobilização por Caxias do Sul), Carlos Zignani, comentou sobre a criação do movimento dentro da diretoria de Economia da Câmara de Indústria e Comércio da CIC Caxias. “Foi num momento muito apreensivo, entre 2014 e 2015, quando nós identificamos uma perda de 25 mil empregos em Caxias do Sul, o que corresponde a um universo de pelo menos 75 mil até 100 mil pessoas que ficaram desamparadas. Dentro disso, nós fomos ver que regiões e que cidades não tinha passado por esse problema tão desastroso como Caxias do Sul e a região como um todo”, relatou Zignani. Conforme explicou, uma comitiva da CIC Caxias visitou Maringá, no Paraná, identificada como uma cidade que não sofreu com o aumento de desempregos no mesmo período de Caxias do Sul. “A diferença que nós constatamos na nossa ida a Maringá foi de que a cidade estava com um projeto de cidade e não um projeto de governo. Sabemos que, no momento em que troca o prefeito, trocam as prioridades, e a cidade é que sofre. Mas nós vimos muito claramente na cidade de Maringá que todas as entidades estavam extremamente unidas, pensando da mesma forma, isso porque tinham criado o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), que discutia com a sociedade as prioridades da região e do próprio município. Fomos em restaurantes de Maringá e falávamos com garçons, motoristas, e todos sabiam o que era o Codem e qual era a linha de atuação dele. Todo mundo ajudando e com esse espírito de união, criando uma sociedade civil organizada, pensando na cidade como um todo”, detalhou Carlos Zignani.

Conforme revelou o presidente do MobiCaxias, a associação surgiu inspirada no movimento de Maringá. “Voltamos de Maringá, reunimos várias entidades e chegamos à conclusão de que nós devíamos ter um movimento semelhante ao de Maringá. Dentro disso, realizamos um grande seminário em 2017, onde reunimos mais de 170 voluntários e, desse seminário, extraímos 13 grandes temas que a nossa entidade devia tocar adiante. Desses 13 temas, nós priorizamos 3: infraestrutura, turismo e atração e retenção de investimentos. Dentro do tema da infraestrutura, já foram iniciados projetos, entre eles o porto de Arroio do Sal e o aeroporto de Vila Oliva”, destacou Carlos Zignani.

‘Nós precisamos resolver a nossa questão de logística ou o nosso custo vai impedir que grandes indústrias continuem na nossa região’

Segundo explicou, o MobiCaxias escolheu fomentar projetos de infraestrutura visando a reduzir o custo com logística das empresas da Serra gaúcha. “Nosso custo de logística é extremamente elevado, nós estamos numa ponta do Brasil e nós precisamos resolver a nossa questão de logística ou o nosso custo vai impedir que grandes indústrias continuem na nossa região. Muito fácil nós usarmos dois exemplos, um deles é a Randon, que produzia vagões em Caxias do Sul e hoje está produzindo em São Paulo, pela questão de distância. O custo do transporte do vagão até SP é muito caro. O mesmo exemplo serve para a Marcopolo, que se instalou no Espírito Santo com incentivos fiscais, e aí nós perdemos todo esse poder econômico aqui. Por isso, nós precisamos resolver essa questão de logística, focando na parte dos investimentos em infraestrutura que são necessários para a nossa região”, assinalou Carlos Zignani, detalhando que o MobiCaxias conta, atualmente, com o envolvimento de 50 entidades e mais de 200 pessoas.

Aeroporto de Vila Oliva: ‘área de 445 hectares,  estacionamento com 500 vagas e terminal de passageiros de 5 mil metros quadrados’

O presidente da Sinduscon, Rodrigo Postiglione, ressaltou a atuação do MobiCaxias na inclusão dos projetos no plano nacional de logística do governo federal. “O MobiCaxias já está trabalhando em várias frentes, temos o polo rodoviário, o aeroporto regional, a malha sul – norte, o porto do litoral e as ferrovias, e é importante destacar que nós colocamos oficialmente estes projetos no plano nacional de logística do governo federal. Foi um trabalho intenso para que nós pudéssemos resgatar as informações e pudéssemos levar para o governo federal e protocolar estes investimentos de infraestrutura para que eles estejam no radar do governo federal, então isso é muito importante para nós”, destacou Postiglione.

Conforme detalhou, o aeroporto de Vila Oliva estará localizado em uma área de 445 hectares, com uma pista de dimensão de 1930 metros com 45 metros de largura, com capacidade para Boing 737 800. “No pátio temos possibilidade de 8 aeronaves simultâneas. Uma pista de taxiamento de 148 metros, um estacionamento em torno de 500 vagas e um terminal de passageiros de em torno de 5 mil metros quadrados. É um aeroporto realmente de um porte significativo”, apontou Rodrigo Postiglione.

Porto de Arroio do Sal: ‘a ideia é que possamos atrair navios de grande calado’

Assunto também tratado na reunião-jantar da CIC São Marcos, nesta segunda-feira (17), o Porto de Arroio do Sal já se encontra em vias de se consolidar. O diretor de Relações Institucionais da Marcopolo, Ruben Antonio Bisi, comentou sobre a escolha da localização do novo porto. “Tivemos uma demanda para ter um porto no Litoral Norte, para ser próximo à nossa região e diminuir os custos de logística da Serra gaúcha, que importa e exporta muitos produtos para vários países. No início era um porto que se pensava em fazer em Torres, com o prefeito Carlos Souza. O senador Heinze tinha muito contato com o Carlos e, como nós queríamos fazer um porto, nós discutimos a questão com ele. Aí o senador trouxe um navio da Marinha para fazer a batimetria e descobriu que o lugar ideal para fazer esse porto seria em Arroio do Sal, em função de que na profundidade mais próxima do litoral se encontrou um calado bastante bom para um porto de águas profundas”, revelou Ruben Bisi.

Conforme detalhou, o porto está localizado na divisa de Arroio do Sal com Torres, no município de Rondinha. “Os proprietários já compraram a área de 50 hectares de frente para o mar e um retroporto já reservado de 700 hectares, então nós já temos uma área bastante grande para fazer o porto e também ter as indústrias de transformação, depósitos e armazenagem de grãos que poderão ser feitos nesse porto. Esse porto vai ser o segundo ou terceiro porto de águas profundas do país e a ideia é que possamos atrair navios de grande calado. Está sendo feito todo o levantamento técnico de viabilidade econômica, que estará pronto agora no mês de julho, e teremos então um estudo final da viabilidade desse porto na questão de meio ambiente, de localização, e também a questão da viabilidade econômica”, antecipou o diretor de Relações Institucionais da Marcopolo.

‘Poderemos escoar toda a produção de produtos manufaturados’

Conforme explicou, para fazer os solos moles do porto é necessário pedra basalto ou uma pedra semelhante, e há uma grande pedreira a cerca de 10km do porto de Arroio do Sal. “Vai vir um técnico da África do Sul para analisar as pedras e ver se elas são adequadas para fazer os moles e aí teremos então uma visão técnica e financeira do porto. Depois disso, precisamos da liberação no Ibama e liberação da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), em Brasília, que o senador Heinze já encaminhou. Então estamos aguardando só o projeto final para podermos subordinar a esses dois órgãos e darem o aval final. E aí nós teremos um porto realmente interessante pela sua localização, que vai estar muito próximo da nossa região, de São Marcos, de Vacaria, de Caxias do Sul, enfim, de toda a região da Serra gaúcha, onde poderemos escoar toda a produção de produtos manufaturados, mas também servirá à metade norte do Estado para o escoamento de grãos, de proteína animal”, assinalou Ruben Bisi.

‘Esse porto é um investimento totalmente privado, é uma obra que se paga’

O senador Luis Carlos Heinze destacou que o Porto de Arroio do Sal representará “um novo momento para a Serra gaúcha”. “Hoje tem uma grande empresa que está concluindo um pré-projeto em São Paulo e que vai apresentar essa proposta para nós buscarmos os investidores. Esse porto é um investimento totalmente privado, de 2 ou 3 bilhões de dólares. Então esse porto terá interessados, porque é uma obra que se paga. É importante as pessoas saberem que existe um foco, uma direção, não é uma conversa do tipo ‘vamos buscar dinheiro com o governador do Estado, vamos buscar dinheiro em Brasília’. É uma obra totalmente privada. O Rio Grande do Sul tem apenas um porto marítimo, sendo que em Santa Catarina tem 6 ou 7 portos. Será um novo momento para a Serra gaúcha e para o Estado esse novo porto que já está em andamento”, pontuou Heinze.