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    DENúNCIA

    Ex-funcionário da Corsan de São Marcos afirma que vazamento da represa municipal ocorre no muro de contenção

    Funcionário da Corsan, que já atuou em São Marcos, entrou em contato com o L’Attualità para fazer alerta quanto à segurança da represa municipal que abastece a cidade, localizada na Linha São Luiz

    5 anos atrás

Ainda sob o efeito das consequências da tragédia após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, no último dia 25 de janeiro, em Brumadinho, Minas Gerais, os municípios começam a se voltar para a segurança de suas represas. Em Caxias do Sul as nove barragens de captação de água para abastecimento da população terão a elaboração de planos de segurança – com previsão de alarmes e outros dispositivos em caso de rompimento – contemplados em investimento de R$ 1 milhão previsto para este ano pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), responsável pelos sistemas de água e esgoto da cidade.

Em São Marcos, após reclamação de moradores próximos à represa municipal localizada na Linha São Luiz, informando que há mais de um ano a barragem estaria com um vazamento, nesta segunda-feira (4) ex-funcionário da Corsan de São Marcos (que não quis se identificar) entrou em contato com a redação do jornal L’Attualità, afirmando que o vazamento ocorre na estrutura de contenção da represa. “O vazamento não é na terra, é no muro de contenção. Apesar do alteamento da barragem, a Corsan está deixando a água no nível antigo, com medo que o vazamento aumente. As pessoas estão cientes lá dentro que se aumentar toda a altitude da represa pode ter problema. Eles aumentaram a barragem em 80 centímetros e não fizeram uma estrutura melhor embaixo, para suportar essa pressão a mais da água”, explica o ex-funcionário da Corsan local, que alegou estar preocupado com a segurança na barragem.

Gerente da Corsan: “Vazamento é causado por infiltração no solo”

Procurado pelo L’Attualità novamente para esclarecer sobre o assunto, o gerente da Corsan de São Marcos, André Viana, garantiu que o vazamento decorre de uma infiltração no solo, não tendo nenhuma relação com o muro de contenção da represa. “Na barragem mesmo não tem vazamento. Foram chamados os mergulhadores para verificar e eles atestaram que não tem. O que tem é uma infiltração que começa antes do muro da barragem e sai lá na frente”, detalha André. Conforme destaca, a Corsan já buscou uma solução junto a uma empresa especializada. “Para resolver esse problema foi feito um estudo e achamos uma empresa no Estado que injeta concreto no solo. Mas eles não garantem que vai parar a infiltração, porque pode parar naquele local e estourar em outro lugar. Já foi feito um contato com essa empresa e eles não têm interesse de atender a Corsan, porque para uma empresa de grande porte como a deles é um serviço insignificante. Mas esse vazamento não é considerável, é pouca coisa”, assegura André Viana.

Diante dos questionamentos em torno do vazamento existente, o L’Attualità entrou em contato com o promotor de Justiça de São Marcos Evandro Kaltbach, que confirmou que, assim que tomar conhecimento da publicação desta reportagem, buscará esclarecimentos junto à unidade da Corsan local para a realização de uma avaliação técnica da barragem municipal.