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SAúDE
Febre amarela: a culpa não é do macaco
São Marcos realiza campanha de vacinação contra a febre amarela. Público-alvo são pessoas entre 9 meses e 60 anos incompletos, principalmente moradores da zona rural
5 anos atrás
Além de não serem transmissores da febre amarela, macacos mortos servem como alerta da possível existência da doença na região (Foto: divulgação internet)
Em 2019, um novo surto de febre amarela, doença transmitida por mosquitos, está assustando os brasileiros. O alerta, emitido pelas unidades de Saúde dos municípios, serve para que a população mantenha o calendário vacinal em dia. Entre janeiro e junho deste ano, 1.281 casos suspeitos de febre amarela foram notificados no País, sendo 82 deles confirmados (68 no estado de São Paulo, 13 no Paraná e um em Santa Catarina), com 14 óbitos.
Para prevenir a disseminação desta doença letal, a vacinação surge com o objetivo de elevar as coberturas vacinais da população gaúcha. Em São Marcos, a vacinação iniciou nesta semana e tem como foco pessoas entre 9 meses e 60 anos incompletos, principalmente as residentes na zona rural do município. É necessário que a população são-marquense redobre os cuidados com a existência de um novo surto de febre amarela, contudo, isso não significa o extermínio de macacos, como bugios em nossa região, que ao serem picados pelo mosquito acabam adoecendo.
Como os macacos pegam febre amarela
Um mosquito infectado dos gêneros Haemagogus ou Sabethes pica um macaco e, a partir desse momento, ele fica doente. O maior problema surge quando outro inseto, livre da enfermidade, pica o macaco contaminado e passa a carregar o vírus. Assim, o mosquito pode transmitir a febre amarela para outro macaco que pode ser picado por outro mosquito e o ciclo se repete.
Apesar de sofrerem com a contaminação e, na maior parte dos casos, virem a óbito, os macacos infectados servem como alerta para a possível existência da doença na região onde forem encontrados. Quando um macaco é encontrado morto e a Vigilância em Saúde do município é avisada, o corpo do animal é enviado para análise para averiguação da causa da morte.
Em 2017, dois bugios encontrados mortos no interior de São Marcos
Conforme a Vigilância em Saúde de São Marcos, no segundo semestre de 2017, dois bugios foram encontrados mortos no interior de São Marcos: o primeiro, em agosto, nas proximidades do Rio Redondo; e o segundo, em setembro, em São Jacó. “Tivemos dois bugios enviados ao laboratório e ambos com resultado negativo para a febre amarela”, informa a fiscal da Vigilância Ambiental, Daiane Alves. Ela reforça a necessidade de a população informar a Vigilância Ambiental ao encontrar macacos já sem vida. “Nesse período (em 2017) houve rumores de que mais bugios teriam morrido, porém quando a notícia chegou até a Vigilância não foi possível encontrá-los. Por isso, reforçamos a necessidade da notificação”, destaca Daiane, acrescentando que em 2018 não foi recebido nenhum comunicado de bugio morto.
Se você encontrar um macaco doente e/ou morto no município, entre em contato no mesmo instante com a Vigilância Ambiental de São Marcos pelo telefone 3291 6428. “Se encontrarem bugios mortos as pessoas precisam avisar a Vigilância e não tocar nos mesmos, apenas cobrir o animal morto de possível predador”, indica a enfermeira chefe da Vigilância em Saúde de São Marcos, Bruna Gonçalves.