• Lattualita

    AGRICULTURA

    Estiagem no Rio Grande do Sul: maiores perdas foram no milho e frutíferas

    Presidente da Emater-RS, são-marquense Geraldo Sandri fala sobre as perdas na agricultura devido à estiagem que deixou 90 municípios em situação de emergência no Estado. Governo apoia produtores por meio de seguro agrícola

    5 anos atrás

    Reunião no Palácio Piratini, em Porto Alegre, dia 16 de janeiro, para anúncio do primeiro relatório da estiagem no RS (Foto Rogério Fernandes)

Em dezembro e janeiro a estiagem prejudicou a produção rural no Rio Grande do Sul. Cerca de 90 municípios decretaram situação de emergência devido à falta de chuvas. O governo do Estado, em parceria com a Emater, passou a divulgar relatórios semanais sobre as perdas na agropecuária. A última estimativa, do dia 21 de janeiro,  mostra o milho como o produto mais afetado pela estiagem no Estado e também na região de Caxias do Sul – que abrange 49 municípios. A média estadual foi de 20% de perdas, sendo que na Serra é de 35%. As frutíferas também tiveram alto índice de perda na Serra. “A fruticultura na região de Caxias teve 20% de perda, as mais comprometidas são uva, pêssego e ameixa”, explica o presidente da Emater-RS, o são-marquense Geraldo Sandri.

Outros produtos que apresentaram queda na produtividade em todo o Rio Grande do Sul foram a soja (perdas de 9%) e o leite. “O leite também tem perdas, porque o gado se alimenta menos, sofre com o calor, então em Caxias foi na ordem de 10% de queda na produção leiteira. No Estado não é diferente, gira em torno disso”, cita Geraldo. Ele explica que todos os dados sobre as perdas decorrentes da estiagem foram levantados pela própria Emater. Presente nos 497 municípios do Estado, a entidade desenvolve trabalhos de assistência técnica de extensão rural e, nos últimos dias, tem realizado os levantamentos das perdas. “É uma informação com qualidade, porque vem de todos os municípios, mostrando a realidade de cada um. As informações foram agrupadas em cada uma das 12 regionais, que coletaram em todos municípios e encaminharam para o escritório central de Porto Alegre”, detalha o presidente da Emater.

Para chegar aos números de perdas, a Emater partiu da estimativa de safra apresentada durante a Expointer, em agosto de 2019. “Nós lançamos tantos quilos por hectare de algum produto, e em cima disso calculamos o percentual de perdas por causa da estiagem. Com base nesses números divulgamos semanalmente o percentual de perdas por cultura”, esclarece Geraldo. O último relatório foi apresentado no dia 21 de janeiro, mas nos próximos dias novos números devem ser divulgados. Geraldo Sandri adianta que os prejuízos da estiagem devem ficar estabilizados nos próximos dias, devido ao início das chuvas e à previsão do tempo. “O que se observa é que houve uma estancada nas perdas, não evoluiu mais esse nível. Nas últimas semanas começou a chover mais regularmente, esperamos que isso realmente estabilize. E tem previsão de chuva para as próximas semanas”, observa.

Governo dará subsídio a produtores através do Proagro

O governo do Rio Grande do Sul organizou um comitê para tratar de assuntos relacionados à estiagem. O objetivo é buscar estratégias para amenizar o problema e apoiar os produtores rurais afetados na safra deste ano. A Emater é uma das entidades integrantes do comitê e, como uma das ações prioritárias, têm realizado perícias em todos os municípios verificando as perdas em cada propriedade. Os produtores atingidos receberão indenização por meio do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária). “Se o produtor fez um financiamento no banco e o laudo pericial demonstrar que realmente teve perdas (devido à estiagem), ele vai ter uma indenização pelo Proagro. Qualquer perda garante essa indenização”, ressalta Geraldo Sandri, presidente da Emater do Estado.

A Emater já realizou cerca de 2 mil perícias em todo o Estado para destinar o Proagro, sendo que 700 delas foram na região de Caxias do Sul. Além do subsídio por meio do seguro agrícola, as entidades responsáveis devem seguir fornecendo orientações aos produtores. “Falamos como fazer no caso de replantio de alguma cultura, é dada orientação de assistência técnica e vamos ajudando na progressão deles, estando ao lado, orientando, ajudando, mostrando os caminhos para agora em diante”, destaca Geraldo.