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HOMICíDIO
PLANTãO POLICIAL
Duplo homicídio em São Marcos: ‘O pessoal está em campo para ouvir testemunhas’
Jhenifer Borges Rech, de 19 anos, e Carlos Alexandre Rodrigues de Oliveira, 34, foram mortos a tiros na madrugada de sábado (28). O homem possui envolvimento com tráfico de drogas. Polícia Civil está investigando o caso: 'Não tem como afirmar nada'
6 anos atrás
Homicídio aconteceu por volta das 3h da madrugada de sábado (28), na Rua Luiz Miotto (Foto: divulgação Polícia Civil)
Neste final de semana, na madrugada de sábado, 28 de julho, São Marcos registrou duplo homicídio. Por volta das 3 horas, dois homens desembarcaram de um VW Gol branco e atiraram contra um casal que estava conversando na Rua Luiz Miotto, próximo à BR 116, após terem saído de uma festa. De acordo com testemunhas, os criminosos atiraram antes em Jhenifer Borges Rech, de 19 anos, e depois em Carlos Alexandre Rodrigues de Oliveira, de 34 anos. A Brigada Militar de São Marcos recebeu informação sobre o casal ferido, mas ao chegar no local ambos já estavam sem vida. Conforme informações da BM, o veículo teria ido embora e, após, os atiradores fugiram a pé. “Eles atiraram e depois saíram a pé pela BR 116, provavelmente o carro já estava esperando em outro lugar”, observa o sargento da BM, Eberton dos Santos Pires.
Conforme informações da polícia, Carlos Alexandre já teria antecedentes criminais, tendo sido preso por tráfico de drogas. Ele era conhecido como “Mulambo”. “A moça a princípio não teria antecedentes. Mas o homem já era conhecido da polícia e também já foi preso por tráfico de drogas”, informa Pires. De acordo com o delegado de Polícia Civil de São Marcos, Edinei Albarello, o caso está sendo investigado, mas ainda não é possível afirmar se este homicídio também tem relação com a disputa de território entre facções do tráfico de drogas. “Eles estavam em um bar, saíram e, quando estavam próximo ao veículo deles (um Corsa branco, que não seria de propriedade de nenhuma das vítimas) é que vieram esses tiros. Não dá para saber se é por tráfico mesmo, porque como eles estavam em uma festa, pode ser que tenham se encontrado com algum desafeto e deu algum estresse. Não tem como afirmar nada”, justifica o delegado.
Ele informa que na manhã desta segunda-feira (30), a Polícia Civil de São Marcos está ouvindo testemunhas para obter mais informações sobre o caso. “O pessoal está em campo para ouvir testemunhas e entender direito as circunstâncias desse crime”, revela. Edinei confirma que a vítima, Carlos Alexandre Rodrigues de Oliveira, já tinha antecedentes, mas a jovem não teria passagem pela polícia. “O histórico do homem é ruim, mas da menina não. Ele tem passagem por tráfico, receptação, porte de arma e outros delitos pequenos ainda”, cita o delegado. O homem teria sido preso em 2017 com uma pistola e dois carros roubados em Caxias do Sul, estando em liberdade condicional desde março.
‘Sete grupos de tráfico disputam espaço na Serra Gaúcha’
Com o homicídio do casal neste sábado (28), São Marcos chega a marca de nove homicídios em 2018. De acordo com informações da polícia, parte deles teria envolvimento com facções criminosas de Caxias do Sul. “Aqui na nossa região tem 7 facções atuando, uma é rival da outra, cada uma quer o seu espaço”, revela o sargento Eberton dos Santos Pires. O delegado Edinei Albarello ressalta que os casos estão em investigação, porém é difícil chegar a conclusões. “De todos esses homicídios foram ouvidas dezenas de testemunhas, em tese têm relação com tráfico, mas as pessoas não falam porque não querem se envolver. Tivemos várias oitivas, mas as pessoas têm medo”, revela o delegado Edinei Albarello.
Ele cita a investigação de alguns homicídios, como o registrado em 29 de junho, na Linha Rosita; o de 10 de julho, em casa noturna no bairro Santini; e do dia 14 de julho, quando o adolescente Dierriesson Ribeiro Oliveira da Silva foi encontrado morto com tiros na cabeça. “O caso da Linha Rosita é um pouco diferente, estamos investigando e evoluiu bem, mas é um caso diferente e não seria com estas facções. Esse no Santini é provável que os autores sejam de fora do município, porque, quando chegaram no local, pediram o nome, e, quando confirmou, eles atiraram. O do Dierriesson não sabemos nada, porque ele foi achado de manhã, ninguém viu nada, já ouvimos muitas pessoas e ninguém fala nada”, comenta o delegado.