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CORONAVíRUS
COE de São Marcos realiza pesquisa por amostragem para verificar prevalência da covid-19 na população
Estudo iniciou no dia 3 de agosto e, até o final do mês, 60 pessoas serão submetidas ao teste rápido para covid-19 e questionário. Estudo também irá verificar se há subnotificação de casos no município
4 anos atrás
Estudo baseado nos moldes de pesquisa da Universidade de Pelotas está sendo realizado em todos os estados brasileiros (foto: Daniela Xu/Ufpel)
No último dia 3 de agosto, a Secretaria Municipal de Saúde de São Marcos, através do COE (Centro de Operações de Emergência), deu início a uma pesquisa de amostragem para estimar a real prevalência da covid-19 no município, através do percentual da população que apresenta anticorpos contra o SARS-CoV-2 e, ainda, reestruturar as ações de prevenção e combate à doença. O estudo, realizado nos moldes de pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), considerada padrão para o Brasil, também irá verificar se pode haver uma subnotificação de casos em São Marcos. A pesquisa da Ufpel mostrou que o Brasil tem três vezes mais casos de coronavírus do que apontam as estatísticas oficiais. Para verificar a real situação em São Marcos, serão submetidos a teste rápido e questionário 60 moradores de diferentes áreas do município.
A pesquisa no município foi autorizada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e iniciada no dia 3 de agosto. “Começamos no dia 3 de agosto, já fizemos 28 testes (até segunda-feira, 17). Todos testaram negativo até agora e a previsão é terminar até o final de agosto. Depois temos que computar todos os dados e passar para o programa para analisar os resultados”, relata Márcia Elisa Candido Corrêa, responsável pela pesquisa. Ela atua há 29 anos como dentista na Secretaria Municipal de Saúde e, desde o início da pandemia no município, auxilia nas atividades do COE. Márcia explica que o estudo busca fazer “uma fotografia do momento atual”, e não avaliar a evolução do contágio. “É um estudo observacional transversal. Ele retrata o momento. A gente vai fazer um estudo do que está acontecendo no nosso momento atual, que é durante o período de pesquisa, o mês de agosto”, esclarece.
Seleção dos moradores é feita por meio de sorteio
A testagem da população de São Marcos para a pesquisa do COE é feita de forma aleatória. Márcia informa que as 60 pessoas a serem submetidas ao teste rápido e questionário foram selecionadas a partir de sorteio. “Usamos o programa de amostragem da dengue (LIRAa-LIA), que sorteia 20% das quadras de todos os bairros do município. Sorteamos 60 quadras. Dessas quadras, a gente sorteia o domicílio e, dentro do domicílio, sorteamos uma pessoa”, destaca. O teste a ser aplicado faz a detecção dos anticorpos produzidos pelo organismo após a infecção da covid-19, não identificando o vírus ativo logo após o contágio. Sendo assim, o teste pode produzir 15% de falsos negativos e 1% de falsos positivos. De acordo com informações do COE, recentemente este método foi avaliado como uns dos melhores no mercado. “Esse teste é só para o anticorpo (IgG), então ou a pessoa ainda pode estar com a doença e não atingiu toda a carga viral ou o teste vai mostrar se ele já teve a doença”, detalha.
A responsável pela pesquisa ressalta que também será possível, em caso de detecção de casos positivos, identificar pacientes que não apresentam sintomas. “É para detectar pessoas com covid-19 positivo que tenham sintomas subclínicos (aquele sintoma que se tem eventualmente, mas que não é sinal de coronavírus), porém ela pode ter pego e passado a doença”, pontua Márcia Corrêa. Os testes rápidos utilizados na pesquisa são doados pela prefeitura São Marcos.