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    Chuva intensa deve prejudicar safra de alho em São Marcos: ‘Qualquer período de chuva agora já agrava a situação’

    Período de chuva no mês de outubro e novembro pode diminuir qualidade do alho em 2019. Técnico da Emater, Eri Zanella, esclarece que o alto nível de umidade pode causar doenças ao bulbo

    5 anos atrás

O período é de apreensão para os produtores de alho da Serra gaúcha. O período de chuvas intensas em outubro e novembro poderá prejudicar a safra de 2019. Agora, a qualidade da produção depende da previsão do tempo até o final do mês de novembro, quando iniciaria a colheita. De acordo com o técnico agrícola da Emater de São Marcos, Eri Zanella, as chuvas registradas até o momento já causaram prejuízos. “Já tem prejuízos na lavoura em função do excesso de chuva. Se continuar, a tendência é agravar ainda mais. Qualquer período de chuva agora já agrava a situação”, lamenta o técnico. Ele esclarece que o alto nível de umidade pode causar doenças ao bulbo. “Entram as doenças bacterianas e fúngicas que depreciam o alho, porque elas acabam amarelando e abrindo o bulbo”, detalha.

‘Tem que rezar para normalizar nas próximas semanas, senão a tendência é assustadora’

Em caso de uma safra dentro da normalidade, São Marcos colheria em torno de 2 milhões de quilos de alho. No entanto, esse ano já está comprovado que a colheita será menor. “Ainda não tem como dizer o percentual de perdas, porque ainda não acabaram as chuvas e não foi colhido. Mas o que for colhido vai ter menos qualidade, porque ela tem uma interferência muito grande do clima”, relata Eri Zanella. Um dos produtores de alho são-marquenses, Valmor Zanella também lamenta os prejuízos que resultarão das chuvas. “O fator climático tem preocupado muito, porque o excesso de chuva pode fazer com que o alho pegue bactéria e perca a qualidade”, observa. Ele produz cerca de 7 hectares de alho, das variedades San Valentin, Caçador e Chonan, e comercializa com a marca Roxo Forte principalmente para a rede Andreazza de supermercados. Ele destaca a necessidade de melhora no clima para que a produção seja satisfatória. “A gente está bem assustado, mas temos esperança que melhore o tempo, senão a gente não consegue nem colher. Tem que rezar para normalizar nas próximas semanas, senão a tendência é assustadora”, lamenta Zanella.

O produtor lembra que em 2018, neste mesmo período, o clima era ensolarado e, inclusive, com falta de chuva. Mas a colheita foi satisfatória. “No ano passado tinha sol, estava faltando água nessa época, e esse ano está tendo demais. Já enfrentamos chuvas assim e as perdas foram grandes”, comenta Zanella, destacando, no entanto, a melhor expectativa em relação aos preços do alho após a renovação por mais cinco anos da taxa antidumping sobre o alho chinês.

Governo brasileiro renova taxa antidumping para alho chinês

No início do mês de outubro foi publicado no Diário Oficial da União a prorrogação da taxa, que será de 0,78 centavos de dólar por quilo importado pelo Brasil, independente da classificação em tipo, classe, grupo ou subgrupo. “Pelo que a gente vê nas vendas, com a renovação da taxa antidumping, a comercialização tem a tendência de ser boa”, ressalta esperançoso. O técnico Eri Zanella também destaca que em relação aos outros anos, a safra de 2019 deve ser mais promissora em relação aos preços. “As últimas duas safras no ponto de vista de colheita foram boas, mas o preço não foi muito bom porque teve muita importação da China. Esse ano deve mudar”, projeta o técnico.