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EDUCAçãO
Campestre da Serra realiza 3ª Mostra Cooperativa de Projetos, do programa do Sicredi ‘União Faz a Vida’
Evento na última sexta-feira, dia 1º de novembro, aconteceu a partir das 18 horas, no Salão Paroquial de Campestre da Serra, e teve a participação das 5 escolas do município. Alunos fizeram apresentações artísticas de projetos trabalhados durante o ano
5 anos atrás
Na última sexta-feira, dia 1º de novembro, a Secretaria Municipal de Educação de Campestre da Serra, com o apoio da unidade do Sicredi Ibiraiaras do município, realizou a última ação de 2019 do projeto “União Faz a Vida”. Criado pelo Sicredi em 1994, o programa é a principal iniciativa de responsabilidade social da cooperativa de crédito e tem como objetivo promover práticas de educação. A 3ª Mostra Cooperativa de Projetos aconteceu a partir das 18 horas, no Salão Paroquial, com a presença das duas escolas estaduais e três escolas municipais de Campestre. ”No primeiro momento da mostra tivemos a exposição dos trabalhos desenvolvidos pelas 5 escolas do município. Cada uma tem um tema com o qual trabalhou durante o ano letivo no projeto ‘União Faz a Vida’ e a mostra é uma conclusão do trabalho. Passada essa parte da exposição, fomos para um protocolo simples e rápido e em seguida as apresentações culturais das escolas, todas relacionadas com o tema que os alunos trabalharam dentro da sala de aula”, detalha Daiana Michelon, secretária municipal de Educação de Campestre da Serra.
Conforme explica, o projeto do Sicredi em parceria com a Secretaria Municipal de Educação trabalha com os princípios da cooperação. “Desenvolvemos nas crianças uma consciência crítica e o cooperativismo, com a ideia de que todo mundo se ajudando conseguimos resultados melhores. Eles têm todo um roteiro para ser seguido, uma metodologia dos projetos. Eles vão a campo, fazem a pesquisa e depois vão construindo o projeto ao longo do ano letivo. O Sicredi proporciona uma assessora que visita mensalmente as escolas, faz um assessoramento dos projetos, auxilia com material se for necessário e ajuda na organização da mostra dos projetos”, conta Daiana.
Ela salienta a evolução das escolas durante os últimos 3 anos – período que Campestre da Serra participa do programa “União Faz a Vida”. “São 3 anos e eu percebo que a cada ano as escolas se esforçam mais e o projeto está melhorando. Todo ano eles trazem temas diferentes e atuais. E o resultado nós vimos nos alunos, que lembram desde o primeiro tema trabalhado, no primeiro ano de projeto. Fica registrado, fica marcado na vida deles os temas que foram trabalhados. Isso dá um resultado positivo no cotidiano, na vida em sociedade”, exalta Daiana Michelon. Conforme detalha, somando as 5 escolas, o projeto abrange cerca de 500 estudantes da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio de Campestre da Serra.
Escola Izabel Cristina Pagno: ‘projeto envolve a família e estimula a leitura em casa’
Os alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Izabel Cristina Pagno – que atende crianças de 0 a 5 anos e 9 meses – desenvolveram trabalhos usando histórias infantis como tema. “Foram trabalhadas 3 histórias infantis durante o ano: Chapeuzinho Vermelho, Os 3 Porquinhos e Sítio do Picapau Amarelo. Aí cada turma desenvolveu atividades, trabalhos manuais e apresentações de acordo com o tema das histórias. A última história trabalhada foi a dos 3 porquinhos e desenvolvemos um teatro onde os alunos a encenaram. Participaram do projeto alunos do Berçário 1 até a turma da pré-escola”, revela Franciele Gozzi, professora da turma do Berçário 1 da escola. Segundo ressalta, até os alunos menores compreenderam as histórias que foram tema do projeto. “Eu trabalho com a turma do Berçário, eles são bem pequenininhos, mas já tem a compreensão da história. Você pede e eles interagem de acordo com a história. Tanto para os pequenos quanto para os maiores, o projeto foi bem interessante. Foi enviado pra escola uma sacola com um livro pras crianças, de acordo com a faixa etária da turma, e um material para os pais lerem. Aí os pais contavam a história em casa e os alunos faziam o registro. Isso envolve a família e estimula a leitura em casa”, observa a professora.
Escola Alvaro Laureano Brum abordou problema de falta de água da comunidade de São Bernardo
A Escola Estadual de Ensino Médio Alvaro Laureano Brum abordou a falta de água potável no projeto desenvolvido para o programa “União Faz a Vida”, problema vivenciado pelos alunos moradores da comunidade de São Bernardo. “Eles acompanharam o problema dentro da comunidade deles, onde não havia a quantidade suficiente de água para abastecer todas as famílias. A administração municipal auxiliou, montaram uma associação e perfuraram poços. A prefeitura doou a caixa de inox e agora eles têm o reservatório de água, com abastecimento para toda a comunidade. São cerca de 800 moradores. E no projeto os alunos fizeram uma reprodução do que foi feito na comunidade”, explica a secretária municipal de Educação de Campestre da Serra, Daiana Michelon.
Administração de Campestre perfurou poço e substituiu reservatório, resolvendo problema de falta de água em São Bernardo
Conforme detalha o secretário de Administração de Campestre, Tésio Fernando Fernandes de Almeida, o abastecimento de água era uma demanda antiga da comunidade de São Bernardo, distrito de Campestre da Serra. “Era um problema bem grave que nós tínhamos em São Bernardo. A coleta da água era feita por duas ou três fontes, mas dava muitos problemas, porque fonte fica aberta e quando chove suja a água. Além disso, quando chegava no verão forte, a fonte secava. Então tínhamos que estar transportando água para São Bernardo com caminhão”, recorda Tésio.
Ele ressalta que a atual administração já havia tentado solucionar o problema no ano de 2012. “Na nossa outra administração, em 2012, conseguimos perfurar um poço que deu água, só que aí houve problema de análise e a Corsan achava que não dava para usar aquela água. Depois findou o nosso mandato, saímos e o poço ficou parado por 4 anos. Quando reassumimos em 2017, fomos lá, coletamos água do poço, mandamos para o laboratório para fazer uma análise completa e foi constatado que era água potável, que podia ser consumida se fosse tratada. Então providenciamos o tratamento da água, encanamento da rede e passamos a usar esse poço. Nesse meio tempo a comunidade de São Bernardo se organizou, trocou a comissão que cuidava da água e assumiu um outro pessoal mais novo, que passou a administrar corretamente. O secretário da Assistência Social, Leandro Ricardo, é o presidente da associação da água em São Bernardo. Em menos de 6 meses conseguiram fundos para perfurar um outro poço, que deu água também, de excelente qualidade, e foi conectado na rede. Aí a prefeitura substituiu um reservatório que era de fibra, botamos um reservatório de alumínio de 25 mil litros e o problema está resolvido”, pontua Tésio de Almeida.
Escola Manuel da Nóbrega desenvolveu projeto sobre diversidade de etnias
Na 3ª Mostra Cooperativa de Projetos, do programa do Sicredi “União Faz a Vida”, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Manuel da Nóbrega apresentou os trabalhos desenvolvidos com o tema da diversidade de etnias. “Fizemos o trabalho com os alunos do jardim de infância até o nono ano. Foram trabalhadas as etnias alemã, indígena, africana e italiana. Os alunos se interessaram bastante e fizeram coisas maravilhosas. O projeto contribuiu para a questão da discriminação, pois eles viram que quase todo mundo tinha um pouquinho de etnia negra, então foi maravilhoso. Contribuiu pra vida deles”, destaca a diretora da escola, Aliége Cechinato Zanotto. Ela observa que a mostra está progredindo a cada ano. “Está muito bem organizada. Os alunos estão participando mais e as professoras já pegaram o ritmo do projeto. Os pais também se envolvem bastante”, aponta a diretora.
Escola José Schio Netto realizou parceria com a Sopran de São Marcos
A Escola Estadual de Ensino Fundamental José Schio Netto desenvolveu projeto sobre a coleta de resíduos, após os alunos observarem lixo ao redor da instituição. “Surgiu o tema por causa do lixo que as crianças viram ao redor da escola. Aí fizeram uma expedição investigativa, porque viram que seria algo importante pra abordar. Começaram o projeto no mês de março, já trabalhando com uma questão de mudança, de valores e atitudes, em relação a coleta de resíduos”, conta a diretora da escola, Claudia Manozzo. Conforme destaca, os alunos também se envolveram numa ação para resgate de animais de rua. “As meninas do nono ano foram na praça e viram animais abandonados. Aí mobilizamos a comunidade toda e começamos a juntar tampinhas de garrafa, para apoiar o projeto da Sopran de São Marcos. E a Sopran conseguiu lares para os animais, tanto que agora não temos nenhum animal nas ruas. Fizemos essa parceria com a Sopran e foi um aprendizado muito grande”, revela a diretora.
Escola Joanita Giacomelli abordou as formas de preconceito
A Escola Municipal Joanita Giacomelli abordou o tema do preconceito em suas diversas formas, proporcionando aos visitantes da 3ª Mostra Cooperativa de Projetos uma experiência através de salas temáticas. “Nós tentamos proporcionar nas 3 salas temáticas uma vivência para quem estava visitando. Na primeira sala tentamos despertar nas pessoas que elas vissem a realidade do mundo. Tínhamos imagens e frases que falam de preconceito, de discriminação, notícias que falam sobre o bullying, enfim, diversos tipos de falta de respeito com o ser humano pela sua aparência, pelo o que ele é, pelo o que representa. Aí os visitantes passavam para a próxima sala, onde todas as pessoas eram vendadas e ouviam um áudio individual, através de fones de ouvido, onde escutavam o que uma pessoa que sofre preconceito escuta. Então elas receberam xingamentos, frases que atualmente são vistas como normais e que na verdade ferem e agridem o coração de quem sofre isso. Na terceira sala, vendadas ainda, elas ouviam uma reflexão feita por um professor, de como é se sentir no lugar do outro e através disso como será o meu agir daqui pra frente. Ou seja, na primeira sala falamos sobre o ‘ver’, na segunda sobre o ‘julgar’ e na terceira sobre o ‘agir’”, detalha a vice diretora da escola, Gislaine Zanotto Rech. Conforme relata, após passarem pelas três salas temáticas, os visitantes se deparavam com os trabalhos realizados pelos alunos sobre os temas abordados.
‘Escolhemos esse tema para tentar despertar no nosso aluno o desejo de ser uma pessoa melhor e menos preconceituosa’
O diretor da Escola Joanita Giacomelli, Carlos Adalberto Vieira Biglia, ressalta o objetivo da instituição ao tratar do tema do preconceito. “Diante das dificuldades que as pessoas vêm enfrentando no dia a dia, diante de tanto desamor, preconceito, intolerância, resolvemos escolher esse tema para tentar despertar no nosso aluno o desejo de ser uma pessoa melhor, menos preconceituosa, que tenha mais amor, mais carinho, na tentativa de fazer um mundo melhor. Temos que começar agora enquanto são crianças para conseguirmos transformá-los em adultos menos preconceituosos”, aponta o diretor, detalhando a evolução dos alunos ao longo do projeto. “Era um tema um pouco polêmico, que envolvia vários assuntos, como homossexualidade, homofobia, a deficiência física, a questão de se colocar no lugar do outro, a empatia. No início sentimos que os alunos tinham muito receio de falar desse assunto, porque eles tinham medo de conversar com os pais ou mesmo com os professores. Com o decorrer do projeto, eles começaram a sentir firmeza e entender esses temas de forma mais natural”, finaliza o diretor.