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    2021 inicia com aumento de internações de pacientes com covid-19 em UTI: ‘as pessoas procuraram atendimento após vários dias de sintomas mais graves’

    Em São Marcos, 7 pacientes estão hospitalizados com covid-19, sendo 4 internados em UTIs de hospitais de Caxias do Sul. Procura por atendimento foi baixa durante Natal e Ano Novo

    4 anos atrás

Até este dia 8 de janeiro, sexta-feira, São Marcos registra 1.139 casos confirmados de covid-19, sendo que 122 casos estão ativos e 1.005 recuperados. 7 pacientes estão hospitalizados, sendo 4 internados em UTI. O município tem 12 óbitos por covid-19. Ao L’Attualità, a coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde e responsável pela coleta de dados epidemiológicos e análises de dados do COE de São Marcos (Centro de Operações de Emergência), Daiane Alves, avalia que casos mais graves da doença voltaram a ser registrados no município nos primeiros dias de 2021. “Casos mais graves começaram a surgir e, observando os prontuários, percebemos que alguns pacientes foram diagnosticados com teste rápido e não com exame do tipo PCR. O atendimento aconteceu tardio e o diagnóstico também. Essas pessoas procuraram atendimento após vários dias de sintomas mais graves”, relata Daiane Alves.

‘No sétimo dia de sintoma é que vemos os agravos que o vírus fez no corpo do paciente’

Conforme aponta, os casos recentes demonstram a importância do diagnóstico precoce de covid-19. “O quanto antes as pessoas procurarem atendimento, melhor, mesmo que a sintomologia seja muito leve, tem que procurar atendimento médico”, assinala a coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde. Conforme observa, o temor ao isolamento domiciliar, indicado após o diagnóstico de casos leves, é um dos fatores que influenciou na baixa procura por atendimento médico nas últimas semanas de 2020. “Particularmente, eu imagino que assusta um pouco a questão do isolamento. Muitas pessoas pensaram ‘Ah só tenho uma dor de cabeça e uma coriza, se eu procurar atendimento médico vão me colocar em isolamento e eu vou ter que ficar em casa bem no período de férias, Natal e Ano Novo’. Acredito que também tem muitos ainda que pensam ‘ah é só uma gripezinha, isso vai passar’. Só que nem todos os casos são apenas sintomas leves. Geralmente no sétimo dia de sintoma é que vemos os agravos que o vírus fez no corpo do paciente”, alerta Daiane Alves.

CoronaVac: vacina contra covid-19 está dentro do padrão de eficácia da vacina da gripe

De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental em Sáude e integrante do COE, o município aguarda posicionamento do Ministério da Saúde em relação à vacina CoronaVac, que está sendo desenvolvida no Brasil pelo governo de São Paulo em parceria com o Instituto Butantan. “Estamos na expectativa, no aguardo de uma posição do Ministério da Saúde, tendo em vista que há um plano nacional de imunização, super antigo, muito compacto e muito bom”, destaca Daiane Alves. Em relação à eficácia de 78% da vacina em casos leves e 100% em casos graves, Daiane observa que o percentual está dentro do padrão de eficácia da vacina da gripe, que gira em torno de 50 a 60%. “Fica dentro do padrão. E também tem a questão que a vacina interfere na gravidade dos casos, que é o que sobra dos 78%. Mesmo o paciente pegando a doença, a vacina não agrava e ajuda na defesa, pelo o que eu vi dos estudos do Butantan. Isso também é importante”, ressalta Daiane Alves.

Conforme explica, o município precisa aguardar o que acontecerá em São Paulo, que pretende implantar o Plano Estadual de Imunização e começar a vacinar a população, caso não haja um posicionamento do Ministério da Saúde até 20 de janeiro. “Aí vamos ver como é que os outros estados vão se comportar. Eu vi uma entrevista do governador Eduardo Leite, em que ele disse que o Estado tem um estoque bem considerável de seringas, e vi também que ele já entrou em contato com o Butantan, já que o instituto também se oferece pra vender vacina aos outros estados. Mas ainda é tudo muito incerto. O Leite também aguarda um posicionamento do Ministério da Saúde. Nós, enquanto município, não temos uma posição muito certa sobre isso. Vamos ter que aguardar e ver o que acontece, pelo menos até o fim de janeiro”, pontua Daiane Alves.