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    Apae de São Marcos iniciará atendimento de sala multissensorial para alunos autistas em julho

    Sala de Snoezelen da Apae de São Marcos é a 1ª da região e a 7ª do Estado. Ambiente de tratamento alternativo atenderá 25 alunos com autismo. Espaço foi construído com repasse de R$ 83 mil da prefeitura de São Marcos e contrapartida de R$ 10 mil da Apae

    3 anos atrás

Nesta semana foi inaugurada a Sala de Estimulação Multissensorial Snoezelen da Apae de São Marcos, que deve iniciar atendimentos no mês de julho. O ambiente alternativo destinado a alunos autistas proporciona a estimulação dos sentidos. Participaram da visita inaugural da sala o prefeito Evandro Kuwer; o vice-prefeito Valmir Scopel de Oliveira; e as secretárias de Educação e da Saúde, Tatiane B. Zulian e Maristela Lunedo. A visita foi guiada pela psicóloga Carina Studzinski e a equipe da prefeitura também foi recebida pela presidente e a vice-presidente da instituição, Alda Iza Soldatelli e Adriana Michelin, além da diretora Marcia Carnino e da vice-diretora e coordenadora pedagógica, Márcia Marcon.

A sala é a 7ª do Estado (regulamentada e vistoriada pela Apae de Marau, responsável pela formação em Snoezelen no Rio Grande do Sul) e a primeira do 7º Conselho da Federação das Apaes, formado por Apaes de municípios da região da Serra (São Marcos, Vacaria, Antônio Prado, Caxias do Sul, Barão, Feliz, Garibaldi, Carlos Barbosa, Farroupilha, Bento Gonçalves, Veranópolis, Nova Prata, Flores da Cunha e Nova Bassano).

Equipe da prefeitura realizou visita inaugural na sala multissensorial da Apae

As obras da sala iniciaram em junho do ano passado e tiveram um custo de cerca de R$ 93 mil, sendo R$ 83 mil oriundos de repasse do Executivo municipal para realização da sala e R$ 10 mil de contrapartida da Ape. R$ 80 mil do repasse da prefeitura vieram de emenda do deputado federal Covatti Filho (PP), que, em 2019, destinou a verba para aplicação na área da saúde. Em reunião com a então diretora da Apae de São Marcos, Neusa Soldatelli, o vereador Genilson Marcon e o representante do deputado Covatti, Geraldo Sandri, a pedido do deputado, o prefeito Evandro Kuwer se comprometeu a fortalecer o repasse de recursos à Apae de São Marcos, investidos na sala multissensorial. No local foi realizada a pintura e isolamento acústico. A sala está dividida em diversos ambientes, que estimulam diferentes sentidos. Há climatização, música ambiente, assim como iluminação, cujas cores são controladas pelos profissionais conforme a necessidade.

Metodologia foi criada na Holanda nos anos 70

Conforme conta a psicóloga da Apae de São Marcos, Carina Studzinski, nos últimos anos a entidade registrou um aumento na demanda de alunos autistas (atualmente são 25 crianças com autismo atendidas) e sentiu a necessidade de oferecer uma nova terapia para lidar com questões sensoriais. “Começamos a sentir que as terapias no geral, como fono, psicólogo, terapia ocupacional, não eram suficientes e parecia que faltava alguma coisa para estar oferecendo aos alunos para lidar com as questões sensoriais. A nossa direção começou a pesquisar, enquanto terapeutas, o que havia de recursos, e achamos a Apae de Marau, que é a representante do Snoezelen no Estado”, relata Carina. Conforme explica, o Snoezelen é uma metodologia de estimulação multissensorial que surgiu na Holanda na década de 70 e foi criada por dois terapeutas, Verheul e Hulsegge. “Essa metodologia foi para os Estados Unidos nos anos 80, onde se disseminou com outros psicólogos e psiquiatras. E veio para o Brasil através de uma entidade de Curitiba. As profissionais da Apae de Marau fizeram o curso e acabaram se tornando um centro pra distribuir os cursos de Snoezelen aqui no Estado. Então, em 2019, nós da Apae fizemos o curso. Foi uma profissional de cada área, uma da psicologia, que sou eu, a fonoaudióloga Elizângela Posso, a terapeuta ocupacional Andrea Adami Bastian e uma professora especialista em autismo na Apae, Márcia Fontana”, detalha Carina Studzinski.

Psicóloga descreve recursos de nova sala da Apae: ‘vamos dosar os estímulos conforme a necessidade de cada aluno’

O conceito da sala de Snoezelen proporciona conforto, através do uso de estímulos controlados, e oferece uma grande quantidade de estímulos sensoriais, que podem ser usados de forma individual ou combinada dos efeitos da música, notas, sons, luz, estimulação táctil e aromas. Os atendimentos serão individuais ou em pequenos grupos e será realizado estudo de caso e planejamento conforme as necessidades de cada aluno. “A sala é toda branca, não existe cor, todos os aparelhos que foram colocados são brancos. É feito um levantamento, estudo de caso, para determinar o que a criança precisa e vai ser levantado o estímulo necessário para aquela criança. Por exemplo, a gente trabalha com cores, com os sentidos, texturas como áspero, macio, gelado, frio. Temos um tapete sensorial para a criança pisar, passar a mão. A piscina de bolinhas é toda branca, as bolinhas são transparentes, e projetamos luz dentro da piscina. Temos a questão do cheiro, com um painel olfativo, em que a criança aperta no botão e libera o cheiro para ela identificar. Também temos um colchão d’água, para trabalhar a questão de instabilidade do autista. E um tubo de bolhas, em que a gente trabalha com água e cores, e temos os peixinhos dentro. São todos estímulos que a gente vai dosar pra cada aluno”, informa Carina Studzinski.