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COLUNISTAS
Geraldo Sandri - geraldosandri65@hotmail.com
Agroindústria: a cereja do bolo da agricultura familiar
5 anos atrás
Pavilhão de agroindústrias é um dos espaços mais visitados da Expointer (Foto: divulgada na internet)
Chegamos ao final de mais uma edição da maior feira do agronegócio da América Latina, a Expointer, onde tradicionalmente a Emater/RS-Ascar ocupa um espaço de destaque para apresentar todo o seu trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), realizado de forma gratuita e continuada junto a 220 mil famílias de agricultores familiares de todo o Estado.
Importante destacar que, apesar de toda a diversidade de trabalho que prestamos, a “cereja do bolo” de toda a Instituição são as 1.363 agroindústrias já legalizadas e as 2.126 cadastradas e em processo de regularização, até julho de 2019, por todas as regiões do Rio Grande do Sul. Destas, 247 participaram neste ano do Pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer, realizada de 24 de agosto a 1º de setembro, no Parque Assis Brasil, em Esteio. O espaço contou, ainda, com 65 empreendimentos de artesanato rural, plantas e flores.
De acordo com os números anunciados no final da feira, houve um acréscimo de 13,51% nas vendas das agroindústrias em relação ao ano anterior, o que representa mais de R$ 4,5 milhões comercializados em 2019.
A cada ano, o Pavilhão tem sido um dos espaços mais visitados durante a Expointer, já estando consagrado como um local de visibilidade da agricultura familiar, de trocas e de conhecimentos. Esse contato “olho no olho” entre agricultor e consumidor é cada vez mais valorizado e isso tem impulsionado as vendas desses empreendimentos familiares rurais gaúchos.
Hoje em dia, é praticamente impossível avaliar o estágio de desenvolvimento das agroindústrias no Estado sem passar pela atuação da Emater/RS-Ascar, que desde o início da década de 50, quando foi constituída, se fortalece como referência de prestação de serviços de Extensão Rural no país.
Agroindústria: ‘um processo necessário no intuito de agregar valor à matéria-prima para aumentar a renda dessas famílias e, consequentemente, conquistar a sucessão familiar, garantindo a permanência do jovem no campo’
Naquela época de fundação da Ascar (junho de 1955), apenas algumas indústrias de pequeno e médio porte, de laticínios, carnes e vinícolas, absorviam parte da produção de matéria-prima que, no geral, era transformada e comercializada de forma mais rudimentar, num processo mais simples, caseiro e sem muita tecnologia. A falta de capacidade de absorção da matéria-prima limitava a atividade de produção e as condições técnicas adequadas para sua transformação e atendimento às necessidades do mercado.
No início dos anos 70, a Instituição já possuía uma equipe técnica especializada para atender tanto aos produtores de leite como as indústrias de laticínios. Enquanto cooperativas e indústrias que operavam com leite passaram a receber Assistência Técnica e capacitaram seus funcionários, ampliações, reformas e novos prédios foram projetados e novos equipamentos instalados. Com isso, novos produtos com mais tecnologia surgiram e começaram a atender mercados cada vez mais distantes.
A partir da década de 1980, já com denominação de Área de Agroindústria, outros tipos de empreendimentos passaram a ser acompanhados pela nossa Instituição, como frigoríficos/abatedouros de aves, bovinos e suínos; fábricas de embutidos, de doces e conservas, de ração; vinícolas e destilarias, entre outras.
E foi só nos anos 2000, com o advento do Programa Estadual da Agroindústria Familiar (Peaf), que essa assistência se fortaleceu e o foco principal passou a ser a pequena agroindústria. Políticas públicas de incentivo ao setor foram criadas para garantir aos empreendimentos a adequação às normas de vigilância sanitária, o controle da produção e a procedência do produto, garantindo maior qualidade e um alimento seguro aos consumidores.
Toda essa atividade de apoio à agroindústria dá condições ao agricultor familiar de produzir e comercializar toda a sua matéria-prima, além de alento para ampliar cada vez mais a produção, com mais qualidade e regularidade, alcançando novos mercados. Um processo necessário no intuito de agregar valor à matéria-prima para aumentar a renda dessas famílias e, consequentemente, conquistar a sucessão familiar, garantindo a permanência do jovem no campo, que pode contar com diversos cursos de qualificação e aperfeiçoamento oferecidos pela própria Emater/RS-Ascar.
É como um círculo virtuoso, que reúne de confiança, espírito empreendedor, coragem e acesso a políticas públicas, sob o trabalho e o empenho dos nossos extensionistas e a credibilidade da nossa Instituição. Assim, fortalecemos o meio rural gaúcho, garantimos renda e bem-estar a milhares de famílias produtoras gaúchas e alimentos em qualidade e quantidade a todos.
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Geraldo Sandri, presidente da Emater/RS