Está marcado para o próximo dia 7 de março, a partir das 9 horas, no Fórum de São Marcos, o julgamento de Leandro Renon e Fábio Jr. Pereira Borges, acusados de serem, respectivamente, mandante e executor do assassinato do empresário são-marquense Ivosmar Cardozo, em 15 de dezembro de 2014. Em 2015, o resultado de perícia de arma encontrada com Fábio no município de Gravataí (RS) foi prova cabal da investigação e fator determinante para conclusão do inquérito, que apurou que o crime foi encomendado e pago por Leandro. Segundo as investigações apontaram, a vítima namorava a ex-mulher do mandante do crime.

De acordo com o advogado Diego Marty, que atuará como assistente à acusação no julgamento, os réus serão julgados por homicídio duplamente qualificado, sendo Fábio “mediante paga e recurso que dificultou a defesa da vítima” e Leandro por “motivo torpe (crime passional motivado por ciúmes) e recurso que dificultou a defesa da vítima”. A acusação pública será conduzida pelo promotor de Justiça de São Marcos Evandro Kaltbach. “Quanto à espera de justiça pela família, apesar de longa, o Ministério Publico tem a plena e absoluta convicção que essa justiça ao menos em parte virá dia 7 de março com a certeza da condenação de ambos os réus, seja do mandante seja do executor. E a completa justiça acontecerá quando de fato ambos forem recolhidos ao presídio para o início de cumprimento da pena quando não mais existir a possibilidade de qualquer recurso”, afirmou o promotor Evandro à reportagem do L’Attualità.

‘Existe a possibilidade de os réus, condenados, saírem presos do Tribunal do Júri dia 7 de março’

Conforme o promotor de Justiça de São Marcos, há a possibilidade de, em caso de condenação, os réus já saírem presos da sessão plenária do júri no dia 7 de março. “Em razão da soberania do veredicto dos jurados, existe a possibilidade de os réus, condenados, saírem presos do Tribunal do Júri dia 7 de março, sem direito a recorrer em liberdade. Para que isso não ocorra, a defesa impetrou habeas-corpus preventivo junto ao Tribunal de Justiça, ainda em julgamento,  justamente para garantir o direto a recorrer em liberdade após a condenação na sessão plenária do júri em São Marcos. Isso, para o Ministério Público e Assistência, em que pese se tratar de manobra jurídico-legal da defesa, demonstra que a própria defesa não tem convicção da absolvição dos acusados, senão da certeza da condenação, condenação esta que a comunidade são-marquense espera desde a época dos fatos”, explica Evandro Kaltbach.

‘Esperamos que a justiça aconteça e que os culpados sejam julgados e condenados’

Irmã de Ivosmar, Adriana Cardozo Perozzo destaca que a família da vítima esperou nos últimos 8 anos que o caso viesse a júri popular. “Há mais de 8 anos convivemos com a falta do Ivo em nossas vidas. Ele era uma companhia agradável, divertida e muito especial. Com o passar dos anos aprendemos a viver sem a presença física dele, mas em pensamento, ele nos acompanha sempre. Nas pequenas coisas do dia a dia, ele se faz presente, na memória. E sempre nas melhores lembranças. Essa perda inesperada, repentina e tão covarde, como foi, nos deixou ansiosos por justiça. Esperamos que ela aconteça e que os culpados sejam julgados e condenados. A família esperou muito por essa data, para que fosse a júri popular, em nosso município”, assinala Adriana.

Conforme antecipa, família e amigos de Ivosmar Cardozo planejam algumas ações públicas e pacíficas no município “para relembrar o quão importante foi Ivosmar para a sociedade são-marquense e para que casos como o dele não aconteçam mais”.

Relembre o crime

Ivosmar Cardozo, 36 anos, foi executado a tiros dentro de um carro estacionado na Rua Osvaldo Aranha, em São Marcos, na noite de 15 de dezembro de 2014. O assassinato aconteceu no pátio da casa da então namorada da vítima. A Brigada Militar foi informada sobre o crime por volta das 20h30. Os policiais encontraram o homem baleado no rosto, dentro do veículo, e acionaram o Samu. Ivosmar morreu enquanto recebia atendimento médico. Uma testemunha relatou que um homem se aproximou do carro e atirou contra Cardoso. Após investigações, o delegado de São Marcos na época, Luciano Righes Pereira, concluiu que o mandante deixou o executor no local do crime e, depois do homicídio, os dois fugiram juntos em um carro. Para elucidar o crime, a Polícia Civil precisou quebrar sigilos telefônicos.