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SAúDE
Diretor do Hospital São João Bosco confirma vinda de nova pediatra para São Marcos
Nova médica atenderá pelo SUS e também plano de saúde a partir de 1º de janeiro. Notícia foi antecipada ao L'Attualità pelo pediatra Paulo Pessini, que voltou a atender na Sociedade Médica nesta segunda-feira (10)
6 anos atrás
A partir de janeiro São Marcos passará a contar com uma nova pediatra atendendo na cidade. A boa notícia para os pais são-marquenses foi antecipada pelo também pediatra Paulo Pessini (durante entrevista concedida ao L’Attualità) e confirmada pelo diretor do Hospital São João Bosco, Rogério Soldatelli, na manhã desta segunda-feira (10). “São um casal de pediatras, ela vai atuar em São Marcos e ele vai manter os empregos que tem em Farroupilha e Caxias do Sul. Inclusive eles alugaram um apartamento comigo, e morarão de frente para o Hospital”, informa Pessini, que atende pacientes com plano de saúde no HSJB e Sociedade Médica. Desde a saída do médico pediatra Jorge Butelli de São Marcos, que atendia pelo SUS e também planos de saúde, quem assumiu os atendimentos de emergência e também os partos realizados no Hospital São João Bosco foi a médica pediatra Luciane Ballardin, que atende apenas pelo SUS e permanece até o final do ano. “Faço um reconhecimento pessoal à doutora Luciane, que veio para socorrer o Hospital, para atender pelo SUS. Ela nos deu um prazo até o final do ano e o Hospital providenciou essa nova médica, que começa dia 1º de janeiro. Ela vai trabalhar numa sala do Hospital aqui na casa das irmãs. Já alugamos uma sala e fizemos consultórios novos lá. Essa médica vem para assumir o SUS do Hospital e vai abrir consultório médico na cidade”, confirma Rogério Soldatelli.
O diretor do HSJB destaca que a parceria com o pediatra Jorge Butelli – que deixou o município e passou a morar em Joinville (SC), onde atende em três hospitais – funcionou sempre dentro da normalidade. “Nós tínhamos um contrato com a Miotto & Buttelli Saúde e pagávamos em torno de R$ 14 mil por mês para o Jorge, valor fixo para ele ter o sobreaviso de pediatria para obstetrícia, além de ser chamado para algumas consultas. Quando acontecia partos ou cesarianas, ele tinha que vir atender. O Jorge se estabeleceu em São Marcos, tinha o respeito de todo mundo, tinha consultório médico, construiu uma bela clínica e atendia no Hospital com esse valor fixo. Se ele decidiu sair de São Marcos, deve ter tido as suas razões”, finaliza Rogério Soldatelli.
Pediatra Paulo Pessini voltou a atender na Sociedade Médica de São Marcos nesta segunda-feira (10)
Afastado do trabalho desde o dia 3 de dezembro devido a um problema de saúde, o pediatra Paulo Pessini voltou a atender na Sociedade Médica na manhã desta segunda feira (10). Ao L’Attualità ele explicou que desde a noite do dia 1º de dezembro passou a sentir-se mal, posteriormente com inchaço na perna e muita dor, o impedindo de se locomover. “Assisti a abertura do Natal de São Marcos e depois fui jantar, quando saí do restaurante comecei a ficar ruim, fui para casa, começou a dar uma tremedeira, era reação a alguma coisa na perna. E aí durante a madrugada é que se mostrou o que era, a perna começou a ficar vermelha e inchar muito, com muita dor”, relata o médico. Conforme Pessini, ele teria sido acometido por uma bactéria chamada Erisipela, cuja porta de entrada seria através de um ferimento ou a picada de um inseto. “Os fatores predisponentes são gerais, obesidade, idade e estresse, que baixam a imunidade. Mas pode dar numa criança também, já tratei criança com Erisipela. Tratei tomando antibiótico, anti-inflamatório, hidratando bem a perna e mantendo ela elevada”, revela Paulo Pessini.
São Marcos necessita de uma UTI móvel equipada: ‘Hoje esse é o maior drama da Saúde de São Marcos’
Com a saída do pediatra Jorge Butelli e o problema de saúde de Paulo Pessini, São Marcos permaneceu a primeira semana de dezembro sem atendimento na área de pediatria através de plano de saúde. O médico Paulo Pessini observa que a falta de uma UTI móvel no sistema de Saúde de São Marcos é um dos fatores que prejudicam a permanência dos pediatras no município. “Temos um problema grave na cidade, que é a falta do transporte quando alguém está mal. Isso é um problema de todos, qualquer um de nós são-marquenses poderá vir a precisar de uma UTI móvel, mas no caso das crianças repercute mais porque a perda da vida de uma criança revolta muito mais. Se você chegar mal no Hospital, até que seja feita a remoção para uma UTI demora de 6 a 8 horas, e o médico que está atendendo fica naquela indecisão, ele não sabe se fica esperando até que venha a UTI móvel. Então hoje em dia para um médico pediatra é muito mais viável trabalhar num Hospital grande, numa cidade grande, onde você tem vários colegas ao redor que vêm para te auxiliar se você precisar, tem o radiologista, tomografia 24 horas etc. Quando o pediatra vem para uma cidade do interior e se depara com todo esse tipo de problema, de falta de recursos, falta de ambulância, se não tem estrutura emocional para suportar isso, acaba desistindo”, destaca Paulo Pessini.
O pediatra ressalta que, além de uma ambulância equipada (UTI móvel), é necessária uma escala de médicos para, caso seja preciso, acompanhar o paciente durante o deslocamento até o hospital de Caxias do Sul. “Se não for possível esperar a vinda de uma UTI móvel, colocar os pacientes nas ambulâncias da prefeitura é a única opção, mas aí, se o médico vai junto, ele está abandonando o posto dele no plantão do Hospital e os órgãos médicos dizem que você não pode abandonar o seu posto. Então, se acontecer de falecer um paciente no Hospital por falta de atendimento, o médico que foi com a ambulância vai ser o responsável, pois era ele que tinha que estar ali atendendo. Não existe um esquema montado em São Marcos para dar conta dessas situações e tanto faz se é pelo SUS ou particular”, pontua Pessini. Ele revela que, por muitas vezes, já passou por esse dilema. “Saio e vou junto com o paciente na ambulância ou fico e deixo que vá com a enfermeira para ver o que acontece? Eu muitas vezes tive que optar, muitas vezes aconteceu de ligar para algum colega e pedir ‘me dá uma cobertura de uma hora ou duas para eu poder ir a Caxias com um paciente’. Hoje esse é o maior drama da Saúde de São Marcos”, assinala o pediatra.