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    Em São Marcos, covid-19 ainda sob controle: ‘Bandeira preta foi uma surpresa’

    Daiane Alves, coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde e responsável pela coleta de dados epidemiológicos e análises de dados do COE de São Marcos, avalia que situação da pandemia no município ainda é diferente do cenário estadual que motivou bandeira preta em 11 regiões

    4 anos atrás

Nos últimos dois dias, São Marcos registrou 2 óbitos de pacientes com covid-19 e um óbito de paciente suspeito que segue em análise. Nesta quarta-feira (24), faleceu um homem de 60 anos, internado inicialmente em leito clínico do Hospital São João Bosco, no dia 28 de janeiro, e transferido para a UTI do Hospital Geral, em Caxias do Sul, em 6 de fevereiro, devido ao agravamento do seu estado de saúde. Também nesta quarta, o óbito de paciente de 75 anos, no dia 17 de fevereiro, que estava em análise, foi confirmado tendo como uma das causas a covid-19. O COE (Centro de Operações de Emergência) recebeu parecer emitido pelo Estado após análise do caso, sendo este o 16º óbito por covid-19 em São Marcos. O município contabiliza 17 óbitos por covid-19 até esta quarta-feira (24).

O que poderá ser o 18º óbito por covid-19 em São Marcos é o caso de uma mulher de 76 anos, falecida nesta terça-feira (23), que segue em investigação. “A paciente faleceu como suspeita de covid-19 e ainda não chegou o seu exame PCR, continua em análise”, informa Daiane Alves, coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde e responsável pela coleta de dados epidemiológicos e análises de dados do COE de São Marcos.

‘O nosso comércio e as indústrias, que são o que realmente fazem a cidade andar, estão regulados’

Apesar da bandeira preta no modelo de Distanciamento Controlado em 11 regiões, incluindo a Serra gaúcha, e restrições noturnas em todo o Estado, Daiane ressalta que o mesmo cenário estadual ainda não é percebido em São Marcos. “Não temos esse mesmo cenário, pelo menos não em dados reais, em números. Se tiver, não está aparecendo. Tanto que, para mim, foi uma grande surpresa aquela bandeira preta. Não esperava mesmo”, revela a coordenadora da Vigilância Ambiental em Sáude, salientando que a situação da pandemia em São Marcos está sob controle. “Temos uma ação preventiva diferenciada de outros municípios, temos uma fiscalização ativa. O nosso comércio e as indústrias, que são o que realmente fazem a cidade andar, estão regulados e tentando cumprir as regras o máximo possível, na sua grande maioria. Mas claro que tem aqueles jovens que ainda vão para a rua, se aglomeram, vão em festas clandestinas, mas não é a maioria”, pondera Daiane Alves.

De acordo com Daiane, o município apresentou aumento no número de casos confirmados de covid-19 desde a última quinta-feira, dia 18 de fevereiro. “Na quinta a gente teve 13 casos, na sexta 10 casos e, na segunda-feira, vieram 20 e poucos casos, mas ontem (24) tivemos só 2. Também devemos considerar que não veio nenhum resultado do laboratório Lacen. A princípio, estávamos com 40 atendimentos por dia na Unidade de Síndrome Gripal. Na segunda-feira (22), tivemos 87 atendimentos, mas entre esses tem consulta de alta, de PCR, não é só Sindrome gripal. Aumentou um pouco, mas nada muito considerável”, assinala Daiane Alves.

Vigilância em Saúde notificou Estado sobre pacientes recuperados de covid-19 que faleceram de AVC

Questionada sobre três óbitos recentes, em decorrência de AVC (acidente vascular cerebral), de são-marquenses que já haviam se recuperado da covid-19, Daiane revela que a Vigilância em Sáude notificou o Estado, mas ainda não é possível atestar que o AVC é uma sequela de recuperados de covid-19. “Nós, enquanto Vigilância, observamos essa coincidência. Não temos dados científicos que possam corroborar com essa afirmativa. Já notificamos o Estado, mas não tivemos um retorno. Não está sendo discutida ainda essa questão, acredito que possa entrar em pauta quando as coisas se acalmarem, mas geralmente esses estudos vêm do Exterior. Para vincular uma morte posterior como sendo uma sequela de covid, teria que ter uma autópsia, para verificar possíveis danos causados pela covid-19”, explica Daiane Alves.

Começa distribuição de 3,2 milhões de doses de vacinas contra covid-19

O Ministério da Saúde apresentou nesta quarta-feira (24) o quantitativo de distribuição dos 3,2 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 entregues ontem (23) à pasta pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Butantan. Do total recebido, 2 milhões de doses são da vacina da AstraZeneca/Oxford, importadas da Índia, e 1,2 milhão, do imunizante do Instituto Butantan. A distribuição dos imunizantes deve ocorrer nos próximos dias. De acordo com a pasta, a chegada de mais vacinas vai permitir a ampliação da vacinação para outros grupos prioritários: agora, terão prioridade pessoas nas faixas de 85 a 89 anos e de 80 a 84 anos, 3.837 indígenas e 8% dos trabalhadores da Saúde.