• Lattualita

    GERAL

    Golpe do Asfalto: catarinense foi vítima de estelionatário que tentou aplicar golpe em vereador são-marquense em 2018

    Em 2018, L’Attualità divulgou denúncia do atual vereador Juca Camargo, sobre tentativa de golpe envolvendo venda de asfalto. Em 2021, morador de Otacílio Costa (SC) teve prejuízo de R$ 1.040 com o mesmo suposto vendedor

    4 anos atrás

Nesta quinta-feira, dia 14 de janeiro, um morador do município de Otacílio Costa, Santa Catarina, entrou em contato com o L’Attualità para informar que foi vítima do mesmo golpe divulgado pelo site do jornal em novembro de 2018. Na época, o L’Attualità publicou matéria sobre uma tentativa de golpe envolvendo venda de asfalto, praticado por um estelionatário identificado apenas pelo nome “Cassiano”. Na ocasião, o atual vereador de São Marcos, Juca Camargo, recebeu oferta de asfalto do indivíduo, por telefone, e, em seguida, solicitação de depósito em conta bancária no valor de R$ 1 mil para cumprimento do serviço. O vendedor identificou-se como Cassiano, mas empresas locais do setor não tinham conhecimento sobre tal pessoa.

Neste mês de janeiro, após ser vítima do mesmo golpe, o empresário José Eduardo Reginaldo, 46 anos, pesquisou na internet sobre o estelionatário e encontrou a matéria publicada pelo L’Attualità. Conforme detalha, o suposto vendedor entrou em contato com a sua esposa, oferecendo uma sobra de asfalto em Lages. “Eu tenho uma empresa de comércio de madeira e ele ofereceu para fazer a entrada da empresa de asfalto. Falou que ligou aqui na prefeitura municipal (de Otacílio Costa) e que indicaram a nossa madeireira, e eu falei que era interessante, que eu precisava. Até então ele não me falou sobre preço”, relata José Eduardo.

Conforme conta, a ligação ocorreu por volta das 11 horas. Ao meio-dia, Cassiano ligou novamente para o empresário catarinense, alegando que precisava de dinheiro para comprar um imunizante para asfalto. “Ele me ligou para eu comprar um imunizante que ele ia usar, e eu falei que aqui não tinha, então ele falou que ia comprar e depois eu o ressarciria. Mas depois disse que precisava de um dinheiro para comprar o imunizante, e, como eu conheço Lages, eu peguei e já transferi o dinheiro (R$1.040), só que caiu na conta de uma guria, daí eu achei estranho e na hora liguei para ele pedindo porque ele falou que era de Lages e apareceu uma conta de Caxias do Sul. Ele respondeu que era de um funcionário. Aí que eu fui ver que era um golpe, liguei no banco para estornar, mas não deu mais tempo”, revela José Eduardo Reginaldo. Conforme detalha, o suposto vendedor chegou a lhe pedir o valor de R$ 3 mil pelo asfalto.

José Eduardo informa que ainda não registrou boletim de ocorrência na polícia, mas procurou o L’Attualità com o desejo de alertar para que outras pessoas não caiam no “Golpe do Asfalto”. “Eu liguei para a delegacia de Caxias do Sul e me disseram para registrar um B.O. na delegacia daqui de Otacílio Costa, que aí vão entrar em contato com eles. Quero que essa pessoa pague pelo o que está fazendo”, pontua José Eduardo Reginaldo.

Relembre a tentativa de golpe em 2018

Em novembro de 2018, o atual vereador de São Marcos Juca Camargo informou à reportagem que um homem, identificado como Cassiano, tentou lhe vender certa extensão de asfalto. “Essa pessoa me ligou e disse que meu filho tinha passado meu telefone. Meu filho realmente falou com ele e disse que esse cara soube que a gente tinha uma fazenda turística e de repente teríamos interesse em asfalto. Ele me ligou e insistiu muito, dizendo que queria vender e que seria sobra de uma obra”, contou Juca à reportagem na época.

O vereador não teve interesse na oferta, mas comentou com um amigo. “Eu disse que não tinha interesse, e ia ver com alguém. Daí passei para outra pessoa e ela falou com o vendedor. Ele explicou que tinha que comprar um produto antes de colocar o asfalto e que tinha em Vacaria mais barato, que era para depositar R$ 800 na conta e ele compraria lá”, relatou Juca Camargo, detalhando que o vendedor disse que seria possível fazer cerca de 160 metros pelo valor ofertado de pavimentação asfáltica a partir de sobra do material de outra obra. “Para mim ele disse que era só fazer um churrasco para a turma e dar uns R$ 1 mil que estaria feito”, revelou Juca, que possui sítio próximo à localidade Dal’Lagno, no interior de São Marcos. Em um dos telefonemas com Cassiano, Juca questionou se ele trabalhava junto com o proprietário de empresa de asfalto conhecida no município. “Quando eu pedi ele ficou meio atrapalhado, daí liguei para outro empresário que tem contato com essa empresa de asfalto para confirmar e ele disse que não conhecia ninguém chamado Cassiano”, relatou Juca.

Confirmando que se tratava de um golpe, Juca ligou novamente para o amigo e comunicou o que havia verificado. “Liguei de novo para o meu amigo e disse que era fria, e ele já estava no banco para fazer o depósito”, comentou Juca. Na época, o L’Attualità buscou conversar por telefone com o suposto vendedor para confirmar se realmente estaria vendendo asfalto, porém ele apresentou desconfiança e tentou omitir-se à conversa. Ao ser questionado pela reportagem, ele alegou que não teria mais asfalto disponível. “Eu tinha, mas já foi. Já terminou, agora não tenho mais”, declarou com desconfiança, desligando o telefone sem responder às últimas perguntas.