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EMPRESAS
Sicredi Serrana realiza encontro sobre Energias Renováveis em São Marcos
Evento aconteceu na última terça-feira (27), na Associação dos Motoristas São-Marquenses, e reuniu clientes interessados em investir na energia fotovoltaica
6 anos atrás
Encontro do Sicredi apresentou benefícios e esclareceu dúvidas sobre energia fotovoltaica (Foto: Jornal L'Attualità)
A busca por geração de energias mais limpas e sustentáveis, aliada à alta constante nas taxas de energia elétrica e à oferta de linhas de financiamento mais acessíveis para aquisição de equipamentos têm contribuído de forma decisiva para o crescimento do mercado de energia elétrica fotovoltaica. Pensando nisso, a unidade de São Marcos da Sicredi (Cooperativa de Crédito Sicredi Serrana) realizou, na noite da última terça-feira, dia 27 de novembro, o 1º Encontro Gerando Energias Renováveis. O evento aconteceu a partir das 19 horas, na Casa de Festas da Associação dos Motoristas São-Marquenses (AMSM), e reuniu 87 pessoas interessadas em investir na energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade. “Esse foi o primeiro encontro e o público convidado foram donos de empresas e alguns representantes do agronegócio. São pessoas que demonstraram em algum momento interesse em colocar energia solar nas suas empresas ou na sua propriedade rural”, detalha Eder Pedrotti, gerente da agência do Sicredi em São Marcos.
A Sicredi Serrana está incentivando os associados a investirem em fontes de energia alternativas através do consórcio sustentável e uma linha de crédito específica para o financiamento de diversos recursos necessários à instalação de tecnologia de energia solar para geração de energia elétrica, como sistemas de montagem, inversores e placas de captação. “Nós temos os produtos que são focados em realizar os projetos das pessoas. Nosso intuito principal nesse momento é prestar conhecimento para as pessoas, para fazerem o melhor investimento e contribuirem com a própria renda. Porque, no momento que a pessoa faz investimento na energia solar e deixa de pagar a sua conta de luz, ela está tendo uma renda extra na sua propriedade ou na sua empresa. Então estamos cumprindo o nosso papel que é de agregador de renda no município”, destaca Eder.
‘No sistema fotovoltaico, o medidor é bidirecional:
mede o que você consome e o que você injeta na rede’
O 1º Encontro Gerando Energias Renováveis de São Marcos contou com a presença do representante da Associação Brasileira de Geração Distribuída do Rio Grande do Sul (ABGD), Diogo Giovanaz, que explanou para os associados da cooperativa sobre os benefícios e vantagens de se gerar a própria energia. “Hoje se tem um medidor de consumo que simplesmente mede o que você busca na rede elétrica e todo mês é faturado e você paga. Agora, quando você tem o sistema fotovoltaico, você tem as placas gerando energia e o seu medidor de consumo passa a ser um medidor bidirecional, porque ele mede o que você consome e o que você injeta na rede. Há uma troca, não é só pagar, você também está se creditando na rede da concessionária. As placas estão gerando e você está abastecendo todo o seu consumo e injetando na rede a sobra. Está fazendo uma poupança de energia, que você vai guardar, mas tem 5 anos pra gastar”, detalhou Diogo Giovanaz.
Em caso de queda na rede de energia,
o que acontece com o sistema fotovoltaico?
Após a palestra proferida por Diogo Giovanaz, os participantes do encontro promovido pelo Sicredi puderam fazer perguntas e esclarecer dúvidas sobre o funcionamento da energia fotovoltaica, uma delas foi sobre o que ocorre com o sistema em caso de queda de energia na rede. Conforme Diogo, a energia fotovoltaica também sofre queda quando não há energia elétrica. “O pessoal que é da área rural questiona muito isso, perguntam ‘se eu tenho muita queda de energia, fico sem luz, o que acontece com meu sistema fotovoltaico?’. Ele também desliga, por questões de segurança. Você não pode permanecer com o sistema gerando, se há uma queda da energia fornecida pela rede. Porque, se estiver, por exemplo, sendo feita uma manutenção na rede, e você estiver injetando energia, vai energizar os fios e ocasionar um acidente com o técnico que for arrumar. Então isso é uma norma, quando cai o sistema, cai automaticamente a geração de energia solar”, esclareceu Diogo.
Manutenção das placas solares é fundamental
De acordo com o representante da Associação Brasileira de Geração Distribuída do Rio Grande do Sul (ABGD), Diogo Giovanaz, a manutenção das placas solares é essencial para o bom funcionamento do sistema fotovoltaico. “Precisa manter as placas limpas, para elas enxergarem a radiação solar, então, se há excesso de poeira em cima das placas, recomendamos a limpeza uma ou duas vezes por ano, e, se estiver em uma estrutura de solo, com muita poeira, três vezes por ano. Quanto mais limpa deixar, melhor vai ser a produtividade dessa placa. Também é importante deixar claro que uma usina instalada aqui em São Marcos é diferente de uma usina instalada em Carlos Barbosa, por exemplo. Cada região tem a sua exposição à radiação solar diferente, o que determina a geração de energia fotovoltaica”, pontuou Diogo Giovanaz.
Garantia do sistema fotovoltaico cobre apenas defeitos de fábrica: ‘recomendamos a contratação de seguro’
Aos responder aos questionamentos dos participantes do encontro promovido pelo Sicredi São Marcos sobre Energias Renováveis, o representante da ABGD salientou que a garantia do sistema fotovoltaico não cobre prejuízos causados por eventos climáticos, sendo necessária a contratação de seguro. “Se acontece um vendaval e leva todo o seu telhado embora, vai levar as placas solares junto. E só o seguro resolve isso. Esse tipo de sinistro não é coberto pela garantia. A garantia que o mercado oferece hoje é apenas contra defeitos de fábrica e isso tem que ficar muito claro para quem faz o investimento. Quando se faz um investimento desse, orientamos que a pessoa contrate um seguro”, ressaltou. Conforme revelou Diogo, atualmente apenas uma seguradora no Brasil é especializada em sistema fotovoltaico. “É uma seguradora americana que atende o mercado americano e trouxe o seguro para o Brasil, mas mudou algumas características. O maior problema no Sul dos Estados Unidos são os tornados e no Norte as nevascas, então lá as seguradoras cobrem esses sinistros. Aqui no Brasil o principal problema são os raios, então a seguradora ‘tropicalizou’ o produto, e aqui ela cobre raios, vendavais, danos elétricos, que são o nosso maior risco”, destacou Diogo.
Segundo ele, a empresa que forneceu o produto danificado por evento climático, seja sistema de montagem, inversor ou placas de captação, é que deve agir com precisão no conserto dos danos. “Se o inversor queimou, por exemplo, a usina de energia vai parar. Quem fez a venda é quem deve ter a capacidade de resolver o mais rápido possível esse problema, porque, depois que você acionar o seguro, ele vai fazer a perícia e vai demorar de 4 a 6 meses para você ser indenizado. Se ficar com a usina parada até lá, o prejuízo é muito grande. O maior dano que um cliente pode ter numa usina fotovoltaica é ficar com ela parada, não produzindo, não gerando. Usina parada é prejuízo”, assinalou Diogo Giovanaz.