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    CORONAVíRUS

    São Marcos tenta voltar para bandeira laranja e mantém abertura do comércio e serviços

    Região da Serra entrou para a classificação vermelha devido ao número de casos de Covid-19 e ocupação de leitos de UTIs. No entanto, São Marcos mantém comércio ativo e, junto com outros municípios, busca reverter decisão do governo do Estado para voltar para bandeira laranja

    4 anos atrás

    São Marcos está na bandeira vermelha de acordo com modelo de distanciamento controlado do governo do Estado

Neste sábado, 13 de junho, a nova avaliação da situação do Rio Grande do Sul para o Covid-19 colocou a Serra gaúcha na bandeira vermelha do distanciamento controlado. O que levou a região a entrar nessa categoria foi o avanço de casos do coronavírus (sendo a região com mais casos confirmados) e a ocupação de leitos de UTI (região tem 77% dos leitos ocupados). A bandeira vermelha significa média propagação do vírus e baixa capacidade do sistema de saúde e exige fortes restrições de atividades comerciais. No entanto, alguns municípios da Serra discordam da determinação. Em reunião do Gabinete de Crise na manhã desta segunda-feira, dia 15 de junho, prefeitura de São Marcos decidiu manter comércio e serviços ativos. De acordo com o prefeito Evandro Kuwer, a bandeira vermelha seria muito restritiva para a realidade atual do município. “Vamos trabalhar para ver se conseguimos nos manter na bandeira laranja. A região está tomando essa medida e nossa posição enquanto Município é permanecer na laranja. Vamos trabalhar com outros municípios da Serra para reverter isso. Porque a bandeira vermelha é muito restritiva”, declara o prefeito.

‘O Estado começou a se mexer agora para abrir leitos. Faz tempo que os municípios estão cobrando, é uma competência do Estado’

Para Kuwer, é necessário avaliar com mais critério cada município, já que a situação pode ser diferente de municípios com maior população e maior índice de contágio, e é a partir dessa análise que os municípios deverão questionar as determinações do Estado. “É de um estudo que ele (governador Eduardo Leite) está falando, mas ele tem que olhar melhor a região, conhecer melhor. A pessoa que está fazendo esse estudo tem que ter um aprofundamento bem maior”, argumenta, questionando os critérios utilizados para classificar cada região. “Um dos pontos que nos coloca na bandeira vermelha é a questão dos leitos, nós estamos com 77% ocupados, tem regiões que estão acima disso e estão na bandeira laranja. É isso que vamos questionar a nível de município”, declara. O prefeito de São Marcos observa, ainda, que o Rio Grande do Sul estaria atrasado, em relação a outros Estados, no que diz respeito à abertura de novos leitos de UTI. “O Estado começou a se mexer agora para abrir leitos. Faz tempo que os municípios estão cobrando, é uma competência do Estado e outros Estados começaram bem antes, com questão de hospitais de campanha. E o Rio Grande do Sul está bastante travado nesse quesito”, comenta.

‘Se formos depender desse número de leitos vamos sair da bandeira vermelha em outubro. Qual empresa e comércio vai resistir até lá?’

O prefeito de São Marcos ressalta que fechar novamente diversas atividades econômicas pode ser um risco para os empreendedores locais e argumenta sobre a quantidade de leitos disponíveis na região. “Vamos parar novamente a economia por 15 dias, mas não sei como e quando iria reabrir. Os leitos nessa época do ano sempre são lotados. Se formos depender desse número de leitos, vamos sair da bandeira vermelha em outubro. Qual empresa e comércio vai resistir até lá?”, questiona Kuwer, reforçando novamente que o Estado necessita de mais leitos para suprir a demanda do inverno. “Estávamos com um número controlado de Covid, agora chega o inverno e imagino que vamos ter um avanço maior”, pontua. Um novo decreto para o município de São Marcos deve ser publicado ainda nesta segunda-feira (15) pela prefeitura.