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GERAL
Vendas de Páscoa diminuem, mas não geram grande prejuízo para lojistas são-marquenses
Comerciantes de São Marcos informam que vendas de Páscoa caíram neste ano, mas superaram expectativa diante da recessão: ‘acreditava que íamos vender menos’
5 anos atrás
Vendas de Páscoa reduzem em mercados e lojas especializadas (foto: apenas ilustrativa)
A publicação do Decreto Estadual nº 55.177 colaborou com a movimentação do comércio durante a Páscoa também em São Marcos. A medida publicada no dia 9 de abril permitiu a reabertura de estabelecimentos voltados ao comércio de chocolates (além do funcionamento de prestação de serviços de higiene pessoal), desde que atendessem todas as medidas de segurança e prevenção ao Covid-19 (previstas no Decreto Estadual nº 55.154). De acordo com comerciantes que puderam abrir seus estabelecimentos durante o período de isolamento, as vendas de Páscoa ficaram abaixo da média, mas foram satisfatórias levando em consideração o momento de recessão e isolamento.
Supermercados da Cooperativa: ‘vendemos 90% do que foi comprado’
Em estabelecimentos que sempre permaneceram abertos diante dos decretos estaduais e municipais, como os supermercados, as vendas de produtos em geral seguem dentro da normalidade. No entanto, as vendas de Páscoa caíram. De acordo com Tânia Ampessan, gerente de compras da Cooperativa Agrícola Mista Rio Branco, o mercado adquiriu menos produtos de Páscoa em relação ao ano passado e o excedente, felizmente, foi menor que o esperado. “Diante de toda situação que estamos vivendo, acreditava que íamos vender menos Páscoa. Não teve acréscimo em relação ao ano passado, foi abaixo. Compramos 10% a menos que ano passado e ainda sobraram algumas coisas. Não dá pra dizer que foi ótimo, nem péssimo. Vendemos 90% do que foi comprado”, avalia, destacando que não houve prejuízo e ainda serão avaliadas promoções para os chocolates para a data que sobraram.
Mesmo com as recomendações de isolamento, as vendas seguem dentro da normalidade nos supermercados da Cooperativa. A gerente de compras do mercado revela preocupação com o fluxo de pessoas. “Nas vendas em geral, as pessoas estão procurando mais produtos essenciais. Mas precisa haver uma consciência para fazer uma compra maior, vir uma vez por semana no mercado. Temos clientes que ainda entram todos os dias no mercado. Como comerciantes gostaríamos que entrassem todos os dias, mas no momento atual sabemos que isso não pode acontecer. Tudo que a gente escuta dos especialistas é para ficar em casa”, destaca Tânia, reforçando as medidas se segurança que foram adotadas para clientes e colaboradores. “Estamos restringindo o número de clientes para deixar também o colaborador mais tranquilo, fazemos fila, distanciamento, temos álcool gel, e quem puder que venha de máscara”, pontua.
Super Marco atribui queda nas vendas à mudança nas relações pessoais
O gerente do Super Marco, Juliano Rizzon, também destaca que as vendas de Páscoa foram menores. Ele observa que as reuniões familiares diminuíram, o que impactou na venda de chocolates e presentes. “As vendas ficaram abaixo do esperado. As pessoas não têm saído muito de casa e também não se reuniram tanto com as famílias na Páscoa, então muitas pessoas deixaram de se presentear”, avalia, destacando que, mesmo com oferta menor de produtos, houve sobras. “Compramos menos que no ano passado e não teve uma venda grande, sobrou alguma coisa ainda”, relata Juliano.
Já as vendas de outros produtos no Super Marco seguem dentro da normalidade, conforme informa o gerente. “De forma geral, as vendas estão mantidas. Quando saíram os primeiros decretos para fechar o comércio as pessoas se assustaram e compraram bastante, mas agora segue normal. Procuram mais produtos essenciais”, informa. O Super Marco também tem adotado medidas de segurança, como distanciamento, limite de pessoas e higiene dos produtos e ambientes do mercado.
Lojas reabriram após novo decreto e recuperaram vendas de chocolates
Algumas lojas do município que estavam fechadas desde o dia 1º de abril, devido ao decreto estadual, puderam reabrir no último dia 9 de abril após publicação de novo decreto. A exceção foi aberta para estabelecimentos dedicados ao comércio de chocolates para a Páscoa. Uma das lojas que reabriu em São Marcos foi a Doce Encanto, com revenda Florybal. A proprietária Luciane Camatti destaca que as vendas não pararam enquanto a loja esteve fechada, mas a reabertura foi fundamental. “O pessoal colaborou bastante com as vendas online, continuamos vendendo, mas não tem o mesmo retorno que com as portas abertas. Na quinta-feira de tarde abrimos novamente e aumentou o fluxo de pessoas, elas aguardavam na fila lá fora, nos ligaram bastante, o pessoal que encomendou pelo WhatsApp veio buscar e levou um pouco mais”, relata.
Doce Encanto: ‘A expectativa é continuar vendendo se ficarmos com as portas abertas, temos que aguardar o novo decreto’
Ela informa que neste ano também foram realizados menos pedidos e as vendas foram menores, gerando ainda algumas sobras. “A gente diminuiu os pedidos, durante a Páscoa fazíamos mais pedidos durante a semana, mas nesse ano pedimos só duas ou três vezes, mas vendemos bem o que tinha”, avalia Luciane. Ela critica que a determinação de reabertura das lojas de chocolate tenha sido anunciada muito tarde. “As vendas ficaram abaixo, porque tivemos pouco tempo de venda. Foi tudo muito rápido, fecha, abre, fecha, abre, e isso prejudicou bastante. O pessoal que vinha comprando aos poucos não veio, ou que vinha e levava uma trufa, uma barra a mais, nesse ano não levou. Esse decreto ajudou muito, não dá pra dizer que salvou tudo, mas ajudou muito. Só que se tivesse saído antes teria sido melhor”, aponta.
A comerciante revela que as expectativas são de que sua loja de chocolates continue aberta para que as vendas sigam acontecendo durante o ano, para recuperar o que não foi vendido durante a Páscoa. “A gente sempre vende durante o ano, esperamos que siga assim. A expectativa é continuar vendendo se ficarmos com as portas abertas, temos que aguardar o novo decreto, porque trabalhamos só com chocolate. Outros comércios que estão fechados, como roupas, podem vender durante o ano, mas ovos de chocolate a gente só vende na Páscoa”, pontua Luciane Camatti.