A Fado Auto Peças, indústria especializada na fabricação da linha de escapamentos para caminhões, foi a única empresa expositora de São Marcos na 22ª Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas) – a principal feira da América Latina do setor de veículos pesados. No evento, realizado entre os dias 14 e 18 de outubro de 2019, no São Paulo Expo (pavilhão de exposições localizado na cidade de São Paulo), a Fado lançou um novo catálogo, voltado agora também para a linha de implementos rodoviários. “Nosso catálogo tem aproximadamente mil itens e nele lançamos um novo produto. No final de 2018, em uma convenção de vendas, foi solicitado para nós, via nossos representantes no país, alguma coisa para a linha de implementos rodoviários, para a linha de carretas. E a Fado já estava buscando ingressar em um novo nicho de mercado. Então hoje nós estamos produzindo a parte de cima da carreta, do assoalho para cima, que é a parte de caixa de carga (carroceria), onde vai a carga da carreta. Você tem a carreta, a parte debaixo dos pneus, e toda a parte de cima, que é no que estamos nos especializando”, explica Valderez Rodrigues, diretor comercial da Fado.

‘Nosso objetivo na Fenatran era que o cliente nos enxergasse como uma opção para implementos de carretas’

Conforme destaca, a participação da empresa na Fenatran teve como principal objetivo fazer com que o mercado de veículos pesados passe a identificar a Fado também como fabricante de carrocerias. “Nosso principal motivo para ir à Fenatran foi lançar esse novo produto com o qual a Fado ainda não era identificada. O mercado ainda não enxergava a Fado como fabricante de carrocerias e sim como fabricante de escapamentos, de silenciosos, tubos etc”, aponta Valderez. Após a exposição na maior feira de veículos pesados da América Latina, ele revela que a empresa já passou a ser vista como uma opção para o mercado de implementos rodoviários. “Nosso objetivo era que o cliente nos enxergasse como uma opção. Daqui para frente é a nossa competência que vai fazer com que essas montadoras venham a ser nossas clientes ou nos coloquem dentro do mix de fornecedores delas. Não era nosso objetivo ir lá na Fenatran vender diretamente. A feira é uma exposição, você vai expor um produto novo, vai lá para dizer para o mercado que está produzindo algo novo, dizer ‘me enxergue assim, me veja assim, me dê uma oportunidade” e depois, se você tiver competência, você se mantém”, assinala Valderez.

Feedback positivo: ‘a Fado iniciar no mercado de fabricação de carrocerias para caminhões foi uma novidade para os clientes’

Segundo revela, o feedback dos clientes que visitaram o estande da Fado na Fenatran foi positivo. “Evoluíram bastante as negociações, tivemos bastante contatos. Lá dentro da feira as pessoas que nos visitaram nos passaram uma impressão muito boa, gostaram muito. Já conheciam a marca, conheciam a fábrica pelo mix de escapamentos, e isso faz com que pensem ‘bom, se você já produz uma coisa boa, não vai cair teu nível de qualidade em um outro produto’. Para eles a Fado iniciar no mercado de fabricação de carrocerias para caminhões foi uma novidade, sem dúvida nenhuma”, pontua Valderez Rodrigues.

‘Escapamento ainda é carro-chefe’

Fundada em 1º de novembro de 1980, a Fado Auto Peças iniciou como loja de troca de escapamentos e serviços para caminhões. “A oficina foi iniciada pelo senhor Gentil Agostinho Bolson. Era uma loja de troca de escapamentos para automóveis e caminhões, e também prestava serviços gerais. Depois ele começou a fabricar algumas peças de escapamento para ele mesmo consumir na própria loja e esse foi o pontapé inicial na fabricação de peças da Fado. Se passaram uns anos e aí o Armando Bolson, irmão do senhor Gentil, entrou na empresa e eles produziam as peças juntos. Eu, que sou sobrinho deles, entrei depois. Faz cerca de 25 anos que eu estou na Fado”, narra Valderez Rodrigues, diretor comercial da Fado. Conforme relembra, após a sua entrada, os três sócios-proprietários passaram a focar na produção de escapamentos para caminhões. “Nós três começamos a ter um foco maior em produzir peças, mas continuávamos dando assistência e trocando peças. A loja permaneceu por um período de mais uns 5 ou 6 anos. Até que a venda de peças para lojas de outros municípios começou a aumentar e a decisão da Fado foi parar de trocar peças, de ter uma loja, e passar a ser somente indústria”, explica Valderez.

A Fado Auto Peças passou a produzir toda linha de escapamentos, silenciosos, tubos, suportes e acessórios para veículos pesados das marcas Scania, Volvo, Mercedes-Benz, Volkswagen, Iveco e Ford. “Hoje temos um mix de quase 3 mil itens. A linha de escapamentos foi o foco desde o início e ainda é o principal produto da Fado, o nosso carro-chefe. É uma linha que engloba o maior mix de produtos, de escapamentos voltados para caminhão. E desde o início da indústria sempre trabalhamos com caminhão, nunca foi veículo médio ou leve, sempre veículo pesado. Depois começamos a produzir suportes na linha estrutural do caminhão, mas também voltado para a linha do cavalo (conjunto formado pela cabine, motor e rodas de tração do caminhão)”, detalha o diretor comercial da Fado.

Empresa familiar: ‘a transição já está acontecendo’

Em 2012, a Fado mudou-se para o atual endereço (VRS 315, Km 3,9, número 718, na estrada Padre Pedro Rizzon, próximo a Linha São Luiz), instalando-se numa área de 40 mil metros quadrados. “Temos uma área construída de cerca de 7 mil metros e já estamos projetando uma ampliação agora em 2020, de algumas áreas de estocagem’, informa Valderez Rodrigues. Atualmente a Fado conta com 70 colaboradores e, conforme aponta Valderez Rodrigues, a empresa familiar já visualiza a sua primeira geração sucessora. “Temos o Jeronimo, responsável pela Engenharia, que é filho do Armando Bolson. O Jeferson, que está no setor de compras da Fado, administrando essa área, também é filho do Armando. A Carine, que é filha do Gentil Bolson, cuida do Administrativo e também do Financeiro. E eu que fico dando suporte para todos. É interessante citá-los, porque hoje eles estão sendo o pilar da empresa. A transição familiar já está acontecendo”, observa Valderez Rodrigues.