Após as três prisões por tráfico de drogas realizadas no município nesta quinta-feira, dia 7 de fevereiro, pela Brigada Militar de São Marcos (leia mais em https://lattualita.com.br/brigada-militar-de-sao-marcos-prendeu-3-homens-por-trafico-de-drogas-nesta-quinta-feira-7/) , o major Juliano Amaral, comandante do 36º Batalhão de Polícia Militar da Serra, concedeu entrevista ao L’Attualità destacando que a prioridade do trabalho da BM neste ano segue sendo o combate ao tráfico. “Temos informações de pontos de tráfico e vamos monitorando esses locais, mas nem sempre realizamos prisões. É um trabalho todo planejado e sempre que envolve a Agência de Inteligência ou o POE (Pelotão de Operações Especiais) é tudo programado. Escolhemos essa quinta-feira (7) por ser semana de pagamento, próximo ao final de semana, que é quando provavelmente acontece a maior movimentação nesses pontos”, detalha o major, que atende a 7 municípios da região da Serra (Farroupilha, Flores da Cunha, Nova Pádua, Nova Roma do Sul, Antonio Prado, Ipê e São Marcos).

Major Juliano Amaral: ‘Enquanto houver usuários, sempre vai ter gente tentando fornecer’

Conforme destaca Juliano, após as operações que resultaram em prisões de indivíduos de uma mesma facção de Caxias do Sul em São Marcos, em 2018, os traficantes locais se sentiram livres para retomar o comando do mercado da droga no município. “Ano passado tivemos aqueles homicídios em São Marcos e nós tínhamos a informação inicial – que depois a Polícia Civil aprofundou mais – de que havia uma célula dessa facção de Caxias do Sul tentando entrar no mercado de São Marcos. Mas como eles foram desestabilizados com algumas operações e prisões que realizamos, eles se afastaram de São Marcos. Então agora os traficantes locais cresceram de novo, pensaram ‘vamos de novo retomar o nosso mercado’. Essas prisões que realizamos nesta quinta (7) são de traficantes daqui de São Marcos, sem ligação com facções. Enquanto houver usuários, sempre vai ter gente tentando fornecer”, observa o major Juliano Amaral, ressaltando que as apreensões de entorpecentes não foram de grande quantidade. “O que nós detectamos com o nosso trabalho em São Marcos é que não tem nada de muito absurdo, tem alguns vendedores, tanto que não são grandes apreensões, é um volume pequeno, mas suficiente para atender de 20 a 30 usuários numa noite”, aponta Juliano.

O comandante do 36º BPM ressalta que em todas as cidades há a problemática do tráfico de entorpecentes, independentemente do número de habitantes. “Nós temos problemas com tráfico em todas as cidades que compõem o 36º BPM, mas eu acompanho também na minha prática da atividade policial que hoje isso não é particularidade de nenhum município, independente de tamanho, cultura ou desenvolvimento econômico, sempre há o problema das drogas”, assinala o comandante. Juliano acredita que a conscientização dos jovens através dos familiares é fundamental para que o número de usuários possa diminuir. “As comunidades estão doentes. Eu acho que as pessoas têm que fazer esse trabalho de conscientizar. As famílias, os mais velhos, precisam olhar para dentro das suas casas e falar com os mais novos, porque daqui a pouco pode ser o nosso filho, sobrinho ou neto”, finaliza Juliano Amaral.