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    Clovis Tramontina lança segunda edição de sua biografia em reunião-jantar da CIC São Marcos

    Empresário Clovis Tramontina, que presidiu por 30 anos a Tramontina e atualmente é diretor do Conselho de Administração da empresa, contou detalhes de sua trajetória pessoal e profissional aos associados da CIC São Marcos

    2 anos atrás

A Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária de São Marcos (CIC São Marcos) realizou reunião-jantar nesta segunda-feira, 1º de agosto, com a presença do empresário Clovis Tramontina, 66 anos – que presidiu por 30 anos a Tramontina e atualmente é diretor do Conselho de Administração da empresa metalúrgica. O evento foi realizado a partir das 19h30, no Salão de Festas da AMSM (Associação dos Motoristas São-Marquenses).

O presidente da CIC São Marcos, Dorival Perozzo, iniciou a reunião-jantar destacando a presença de pessoas que compõem o cenário administrativo, cultural e empresarial da região, com deferência especial ao reitor da Universidade de Caxias do Sul, Gelson Leonardo Rech, e ao vice-reitor Asdrubal Falavigna.

Adesão dos associados da CIC São Marcos superou reuniões anteriores

Presidente da CIC Dorival Perozzo destacou alta adesão de associados da entidade à palestra de Clovis Tramontina (Fotos Studio Imagem)

Conforme salientou Dorival, a palestra de Clovis Tramontina em São Marcos já era “pleiteada e aguardada” há muito tempo, o que gerou uma “expectativa toda especial” na comunidade empresarial local. “A prova desta expectativa está na adesão dos nossos associados nesta noite, que em muito superou as reuniões anteriores. Não vou me ater à empresa Tramontina, sua atuação, sua grandiosidade, sua importância, não só para a região, mas também para o país como um todo. As poucas palavras, talvez não tão significativas frente ao mérito, são para a pessoa, para o empreendedor, para o empresário de sucesso, mas principalmente para o ser humano, o desbravador Clovis Tramontina. Queremos salientar a sua atuação no meio empresarial, o seu respeito e reconhecimento no segmento público, sua atuação no esporte, na cultura, na educação, na infraestrutura regional. Enfim, o seu carisma como cidadão e brasileiro”, assinalou Dorival Perozzo.

Empresa foi fundada por avô de Clovis Tramontina em 1911

Palestra integrou campanha nacional de lançamento da segunda edição da biografia de Clovis Tramontina

A participação de Clovis Tramontina na reunião-jantar da CIC São Marcos integrou a campanha nacional de lançamento da segunda edição de sua autobiografia “Paixão, Força e Coragem”, que teve a primeira publicação em outubro de 2021. Durante a palestra com os associados da CIC, Clovis contou detalhes inspiradores de sua trajetória pessoal e profissional à frente da Tramontina. Fabricante de utensílios e equipamentos para cozinha, eletros, ferramentas para agricultura, jardinagem, manutenção industrial e automotiva, construção civil, materiais elétricos, móveis de madeira ou de plástico, além da ampla linha de equipamentos dirigíveis, distribuídos para o mercado nacional e exportados para mais de 120 países, a empresa foi fundada pelo avô de Clovis, Valentin, em 1911, na cidade de Carlos Barbosa (RS). “Tudo começou com um canivete, modelo Santa Bárbara, porque o meu avô morava em Santa Bárbara, no interior de Monte Belo, em Bento Gonçalves. Com 18 anos, ele era um artesão e produzia esse canivete lá. Aí ele ouviu falar que tinha chegado o trem em Carlos Barbosa, em 1910, e ele foi para Carlos Barbosa em 1911 e lá montou a sua ferraria, sem ter a roda d’água para bater no ferro, bater as lâminas do canivete. E naquela época ele já fez uma terceirização, com um homem que tinha um moinho e batia o aço para o meu avô poder fazer os canivetes”, contou Clovis Tramontina.

‘Quando ele foi para Carlos Barbosa, viu na máquina do trem o progresso, a oportunidade de crescer’

Conforme narrou Clovis, mesmo morando em Carlos Barbosa, o seu avô Valentin continuou namorando a sua avó, que residia em Santa Bárbara. “Ficava a uns 40 km, e ele não a deixou, continuou indo namorar ela em Santa Bárbara. Eles casaram e tiveram 3 filhos. Aí a minha avó foi para Carlos Barbosa junto com ele, e ia vender os canivetes em Porto Alegre. Ela colocava os canivetes numa mala e pegava o trem. O que a gente pode tirar disso? Que visão tinha esse jovem de 18 anos que era o meu avô? Que se ele continuasse fabricando canivetes em Santa Bárbara, provavelmente estaria fabricando uns 200 por mês. Mas, quando ele foi para Carlos Barbosa, ele viu na máquina do trem, na Maria Fumaça, o progresso, a oportunidade de crescer”, exaltou Clovis Tramontina.

‘Tramontina é a segunda marca mais forte do Brasil’

Representantes dos setores administrativo, cultural e empresarial da região prestigiaram palestra de Tramontina

Conforme relatou, o seu avô faleceu em 1939, contudo, em carta deixada por sua avó, a mesma revelou que Valentin dizia que “um dia a ferraria Tramontina seria a maior do Rio Grande do Sul”. “Olhem a visão que ele tinha. Hoje nós somos o segundo lugar entre as marcas mais fortes do Brasil, só perdemos para o banco digital Nubank (conforme a edição 2022 do prêmio As Marcas Mais Valiosas do Brasil, realizado pela Superunion, WPP, IstoÉ Dinheiro e consultoria TM20). 94% da população já teve ou tem um produto Tramontina. Então, temos 6% que ainda não tiveram nenhum produto, são uns 15 milhões de pessoas que precisam comprar alguma coisa da Tramontina. E 97% da população reconhece a marca”, detalhou Clovis Tramontina.

‘Fiquei na Tramontina como gerente de vendas e foi onde eu realmente me identifiquei’

Em 1980, aos 25 anos, Clovis levou para a Tramontina o seu talento para os negócios, onde trabalhou como gerente de vendas por mais de uma década. “Eu fiz duas faculdades, MBA, pós-graduação. Eu passei por todos os setores do escritório na Tramontina e eu queria fazer outra coisa. Aí surgiu uma oportunidade em São Paulo, mas o meu tio Raul não queria que eu fosse, dizia ‘o Clovis não entende nada de vendas’. Aí eu pensei ‘eu vou fazer uma pós-graduação’, que daí era a maneira de eu conquistar o apoio dele. Eu fui para São Paulo, mas eu não queria ser o número dois, queria ser o número um. Eu queria ser o gerente. E aí o atual gerente foi para a nossa maior concorrente, que era a Hercules, e esse foi o grande lance para mim. Eu fiquei na Tramontina como gerente de vendas e foi onde eu realmente me identifiquei”, destacou Clovis Tramontina.

‘Um dos orgulhos que nós temos é que todos os nossos diretores e gerentes da Tramontina, no Brasil e no mundo, são formados dentro de casa’

Aos 36 anos, Clovis foi promovido a presidente da Tramontina, cargo que ocupou por 30 anos. O empresário citou como uma de suas iniciativas à frente da Tramontina a formação de novos gerentes e diretores através de uma capacitação diferenciada. “Eu, particularmente, não sou comunista, eu trato os diferentes de forma diferente, e eu participava de um evento com nossos coordenadores de vendas, cerca de 80 pessoas, e percebi que não conseguia distinguir quem era diferente. E comecei a pensar ‘nós estamos tratando todo mundo igual’. Daí surgiu a ideia de selecionar um grupo e dar um tratamento diferenciado, que chamamos de ‘alta performance’. Pegamos um grupo de pessoas e proporcionamos uma capacitação diferente para essa equipe, principalmente de valores, onde vamos ver qual é o comportamento social dessas pessoas. E normalmente essas pessoas, depois dessa capacitação, são levadas a ser gerentes ou diretores da empresa. Um dos orgulhos que nós temos é que todos os nossos diretores e gerentes da Tramontina, no Brasil e no mundo, são formados dentro de casa”, comentou Tramontina.

Conforme acrescentou, a Tramontina possui um perfil familiar que se estende também ao quadro de funcionários. “É muito comum você ver na Tramontina pais, filhos, irmãos, primos, marido e mulher, sem nenhum problema. É uma grande família. Esse é o perfil Tramontina”, frisou Clovis Tramontina.

‘A robótica elevou o patamar do valor da mão de obra’

Conforme apontou Clovis, a Tramontina nunca deixou de investir na inovação e desenvolvimento durante a sua trajetória. “Eu lembro que uma vez estava conversando com o seu Ruy Scomazzon, na volta de uma viagem que fiz a China, e eu disse ‘bah, como é que nós vamos concorrer com essa gente?’, e ele falou ‘uma coisa é certa, não pode ser com mão de obra, porque mão de obra eles têm muito mais que nós. Então nós temos que inovar”. E aí veio a robótica. Em 1980 teve o robô Alcides, que foi o primeiro, e de la pra cá, nós temos 841 robôs hoje em dia. E temos vários centros de inovação, pesquisa e desenvolvimento e muitos laboratórios”, revelou Clovis. Contudo, conforme salientou, “ninguém perdeu emprego por causa da chegada da robótica à Tramontina”. “Muito pelo contrário, a robótica elevou o patamar do valor da mão de obra, porque você coloca uma mão de obra mais qualificada, e não coloca a mão de obra para trabalhos perigosos e repetitivos. O pessoal tem muito medo de robô, mas ele ajuda muito”, assinalou Clovis Tramontina.

‘Nós queremos que as pessoas se realizem ao comprar, ao usar um produto nosso’

Clovis Tramontina realizou sessão de autógrafos do seu livro ao final da palestra

Clovis destacou que a principal missão da Tramontina é “fazer bonito” para os seus clientes. “Fazer as coisas bem feitas. O próprio slogan diz ‘o prazer de fazer bonito’. Nós queremos que as pessoas se realizem ao comprar, ao usar um produto nosso. Nós jamais gostaríamos que as pessoas tivessem uma decepção com nosso produto. Inclusive, eu falava sobre isso numa apresentação em Caxias do Sul e uma pessoa me contou um testemunho. Ela teve um problema com uma panela Tramontina e ligou para o CAT (Centro de Atendimento ao Consumidor). Uma menina lhe atendeu, ele explicou o problema da panela e ela pediu para enviar uma foto pelo WhatsApp. Depois pediu para ele mandar a panela para a Tramontina. E, 15 dias depois, ele recebeu uma nova panela. Mas ele só queria trocar a válvula da panela e nós trocamos a panela. Então a nossa missão realmente é fazer bonito, bem feito e encantar o cliente com isso”, assinalou Clovis Tramontina. Ao final da palestra na reunião-jantar da CIC São Marcos, Clovis realizou sessão de autógrafos de sua biografia.